Aprovação do STF se reduz a 27% e se relaciona à polarização política

Uma pesquisa do Datafolha divulgada pela Folha de S.Paulo mostra que a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) é aprovada por apenas 27% dos brasileiros, enquanto 38% reprovam. Outros 31% consideram regular e 4% não souberam opinar. A pesquisa também aponta que 49% dos brasileiros confiam pouco no STF, 25% confiam muito, e 24% não confiam. O Datafolha ouviu 2.016 pessoas, nos dias 6 e 7 de dezembro, em 139 cidades brasileiras. O levantamento tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

A pesquisa do Datafolha mostra que a imagem do STF está em baixa entre os brasileiros e que nisso há uma relação entre os que apoiam ou rejeitam o governo de Jair Bolsonaro (PL). O STF enfrenta um momento de tensão e desafio, tendo de equilibrar sua função de guardião da Constituição e da democracia com a necessidade de manter o diálogo e a harmonia entre os poderes da República.

Quem aprova e desaprova?
A pesquisa revela forte polarização entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao STF. Os bolsonaristas são os que mais reprovam o trabalho dos ministros da corte, com 68% de reprovação, enquanto os lulistas são os que mais aprovam, com 41% de aprovação. A confiança no STF também varia de acordo com o grau de instrução, a renda e a região dos entrevistados. A confiança é maior entre os mais escolarizados, os mais ricos e os moradores do Nordeste.

O STF tem sido alvo de críticas e ataques de Bolsonaro e seus aliados, que acusam a corte de interferir nos poderes Executivo e Legislativo, e de violar a Constituição e as liberdades individuais. O STF, por sua vez, impôs derrotas e limites ao governo Bolsonaro, como na questão das vacinas, das fake news, dos direitos indígenas, da autonomia dos Estados e municípios, entre outras. O STF também tem conduzido inquéritos que investigam aliados e apoiadores de Bolsonaro por suspeitas de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, atos antidemocráticos e ameaças aos ministros da corte.

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