Outro dia vi uma lista sobre as séries mais importantes de todos os tempos e nela constava “Smallville”. Ora, se alguém que considera “Smallville” importante, eu precisava me pronunciar, porque poucas vezes uma série foi tão ruim quanto àquela do “somebody saaave me” [tenho certeza que você cantou isso mentalmente].

Pois bem. Decidi levar em consideração apenas dois critérios: relevância e qualidade de roteiro e de filmagem, sendo esta a razão pela qual o leitor não verá séries como “Friends” aqui [ok, os seis amigos tiveram uma grande influência no mundo dos seriados, porém, convenhamos, todo mundo assiste, mas ninguém leva aquilo a sério].

Sem mais explicações para o momento, vamos lá:

Star Trek

“Star Trek” foi exibida na década de 1960, em plena corrida espacial, e significou muito para o mundo das séries. A importância da obra de Gene Roddenberry é tão grande que serviu de inspiração para George Lucas criar Star Wars, uma das maiores sagas já vistas no cinema. Além disso, os caras “filmaram” teletransporte em 1966!  Isso só não é mais incrível do que os efeitos de “Além da imaginação”, clássico do final da década de 1950.

Família Soprano


Quem nasceu na década de 1990 e se acostumou às séries dos anos 2000 provavelmente terá dificuldades em ver este clássico. Porém, ele deve figurar em todas as listas de melhores séries, além de ter a melhor abertura já feita.

Arquivo X

Outro clássico dos anos 1990. Existem inúmeras séries policiais (inúmeras!), mas esta é a única entre as mais bem avaliadas em todos os sites especializados. Não é a toa. Afinal, quem não viu “Arquivo X” não sabe o que é tensão.

House of Cards


Nenhuma série sobre política merece tanto espaço quanto “House of Cards”. E não só pela genial atuação Kevin Spacey como Frank Underwood, mas pela belíssima fotografia, pela fantástica trilha sonora e, sobretudo, pela indiscutível qualidade do roteiro. Sim, a série vale todos os adjetivos.

O que pouca gente sabe é que a série, embora seja um produto “original Netflix”, não é original, ao pé da letra, mas uma releitura da série da BBC de mesmo nome lançada na década de 1990. A “House of Cards” da BBC foi exibida em três temporadas de quatro episódios cada e mostrava as tramas de Francis Urquhart (Ian Richardson) para alcançar o cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, no lugar de Margaret Thatcher. Sim, a história é a mesma, só que na Inglaterra.

The Leftovers

Essa produção da HBO não é uma série policial, embora tenha um policial como protagonista; não é uma série religiosa, embora tenha o arrebatamento como tema principal; não é uma série sobrenatural, embora conte sempre acontecimentos nada naturais. A série caminha para a quarta temporada e quem acompanha entendeu pouco do que já ocorreu, mas continua ali, curioso. Esse é o mérito da série. “The Leftovers” é provavelmente a série mais humana que você irá assistir. Tão humana que embrulha o estômago. É por isso que ela está aqui.

Sherlock


Esta produção da BBC segue a genialidade e a sociopatia de seu próprio personagem principal, fantasticamente vivido por Benedict Cumberbatch. Na verdade, ninguém poderia encarnar a versão mais antipática de Sherlock Holmes e ainda conseguir cativar seu público. Não bastasse, ainda vemos Martin Freeman encarnando a, provavelmente, melhor versão de Watson já filmada; ele e Cumberbatc são uma boa dupla.

A série, que está na quarta temporada e segue o padrão da BBC de poucos episódios (três temporadas de três e uma de quatro), embora longos (média de 60 minutos), é um primor e vale as horas dispensadas.

Game of Thrones


Não, Game of Thrones (GoT) não é superestimada. A série é excelente: bem filmada, bom roteiro, linda fotografia, trilha sonora impecável e repleta de bons atores. Com GoT, a HBO elevou (e muito) o nível de produção de seriados — basta ver o que andam fazendo com “Westworld”, que é muito boa, mas ainda não chegou lá. A verdade é que o mundo contemporâneo das séries é um antes de GoT e outro completamente diferente depois dele.

Breaking Bad


Confesso que não assisti, mas li tanto a respeito na época do último episódio, que vale a pena colocar aqui. Afinal, são raras as séries de grande abrangência cujo final agrada à maioria absoluta dos fãs.

* As duas últimas séries da lista são revelações, pois nem só de “velharia” viverão os “binge-watchers”. Bem, estas duas são séries de apenas uma temporada e, se você ainda não viu, veja.

The People vs. O.J. Simpson


Genial. Essa é a palavra para definir “The People vs. O.J. Simpson”. O caso do jogador de futebol americano acusado de assassinar a ex-esposa marca a primeira temporada de American Crime Story, produzida pela FX. A história é fantástica, mas a forma como Ryan Murphy, Anthony Hemingway e John Singleton a filmaram é de tirar o fôlego. Não à toa, a série ganhou tudo no Emmy 2016.

Sem contar que o elenco é sensacional: Cuba Gooding Jr., Sarah Paulson, John Travolta, Courtney B. Vance, Sterling K. Brown e David Schwimmer (sim, ele consegue fazer outro papel que não seja o eterno Ross, de “Friends”. Aliás, ele está muito bem na série, vivendo Robert, o pai da então desconhecida família Kardashian).

11.22.63

O leitor com certeza conhece o streaming Netflix. E o Hulu? Não? É quase a mesma coisa. A única diferença é que o Hulu nasceu da junção de duas grandes cadeias televisivas dos EUA, a Fox e a NBC Universal, na tentativa de lucrar com o advento dos streamings. Bem, a nota de abertura foi só para dizer que é este streaming que produz “11.22.63”, série do diretor J.J. Abrams (conhecido por “Lost”. Nada a ver, amigos. Nada a ver). A série de uma só temporada trata do assassinato de J.F. Kennedy, ocorrido na data que dá título à série, e ainda reúne viagem no tempo e uma trama bem feita e magistralmente filmada. Merece lugar aqui.

Bônus:

Os Simpsons


Diga a verdade: nada supera “Os Simpsons”.