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Em semana de definições, Antônio Gomide pode deixar de ser prefeito

[caption id="attachment_963" align="alignright" width="620"]Antônio Gomide: prefeito mais bem avaliado do País já não deverá estar à frente de Anápolis, mas seguirá o caminho para tentar o governo | Foto: Renan Accioly/Jornal Opção Antônio Gomide: prefeito mais bem avaliado do País já não deverá estar à frente de Anápolis, mas seguirá o caminho para tentar o governo | Foto: Renan Accioly/Jornal Opção[/caption] “Não nasci e não morrerei prefeito.” Essa foi a fala de Antônio Gomide em um dos encontros realizados nos últimos três meses. E ela resume bem o clima desta semana, que é de definições para o PT, sobretudo para ele, que até o sábado, 5, poderá deixar de ser o prefeito de Anápolis e pré-candidato petista ao governo para ser apenas pré-candidato. A pré-convenção do PT estava prevista para ser realizada no sábado, 29, portanto, no fechamento da edição, no dia anterior, não havia como saber ao certo da homologação do nome do anapolino. Con­tudo, estava tudo certo para que isso ocorresse. É certo que dos 350 delegados com direito a voto, grande parte apoia a candidatura de Gomide. A ala do partido que ainda tinha certa resistência ao seu nome é a tendência ligado ao prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que tem reiterado sua posição de apoio a uma composição com o PMDB de Iris Rezende. A coluna falou com Gomide na manhã de sexta-feira, 28, quando ele estava a caminho de inaugurar mais uma escola municipal reformada –– Escola Rosevir Ribeiro de Paiva (veja nota ao lado). Sua voz apresentava a tranquilidade habitual no trato de sua possível candidatura. Ele disse: “Acabei de falar com o [presidente nacional do PT] Rui Falcão, que está em São Paulo. Ele me disse o seguinte: ‘o que o encontro dos delegados confirmar, nós homologaremos’. Então é essa a posição. Não tem nenhum ‘senão’.” O ‘senão’ levantado por Gomide está na fala do diretório nacional do partido quanto a possível aliança, caso Iris Rezende seja definido como pré-candidato do PMDB. Isso porque a carta-branca dada a Gomide veio com a ressalva de que o PT não aglutina com a candidatura de Júnior Friboi, mas o faz com a de Iris. Então, se Iris conseguir o que quer –– ser aclamado o candidato ––, há uma possibilidade de Gomide não ser o cabeça de chapa, tendo que, já descompatibilizado da prefeitura, aceitar ser o vice ou ir ao Senado. Quando questionado sobre isso, Gomide é direto: “Essa fala do PT nacional era válida até a nossa pré-convenção. Ou seja, a partir desta semana, se o PMDB não se decidir, eu sou o candidato do PT, inequivocavelmente.” Com a homologação de Gomi­de como o pré-candidato do partido, o petista deverá se descompatibilizar da Prefeitura de Anápolis até o dia 5, deixando o cargo nas mãos do também petista João Gomes. Nesse intervalo –– uma semana –– Gomide deverá viajar para Brasília para entregar a ata do encontro ao diretório nacional. “Lá haverá a confirmação por parte da direção e diremos que a nossa parte foi feita: viajar pelo Estado, motivar a militância, realizar encontros e viabilizar a candidatura. Ou seja, nossa decisão é a mesma do partido. Temos todas as condições para fazer e faremos. Sairei da prefeitura para ser candidato a governador”, reitera. Pergunto se está ansioso e a resposta é: “De jeito nenhum. Estou animado, tanto é que estou indo inaugurar outra escola. É a quinta reformada apenas nesta gestão, além de três outras que foram construídas. A administração continua. Anápolis está em festa”.

Cônsul honorário da Alemanha em Goiás e empresário anapolino, William O’Dwyer pode ser o titular da SIC

[caption id="attachment_960" align="alignleft" width="340"]William O’Dwyer: empresário com boas ligações no exterior,  sobretudo na Europa, deverá fazer bom trabalho na SIC, caso  seja oficializado titular da pasta William O’Dwyer: empresário com boas ligações no exterior,
sobretudo na Europa, deverá fazer bom trabalho na SIC, caso
seja oficializado titular da pasta[/caption] Mesmo três meses após a saída do pré-candidato tucano a deputado federal Alexan­dre Baldy da Secre­taria de Indústria e Comércio (SIC), o governador Marconi Perillo (PSDB) ainda não designou um nome para ser o titular da pasta. A única afirmação que fez nesse sentido foi dar a certeza de que “o” nome da SIC virá de Anápolis, assegurando mais um vez à cidade o cargo, dando continuidade à tradição de anapolinos na pasta. Os motivos para a demora na definição do nome são dois: primeiro que o secretário interino –– que, embora não seja anapolino, tem uma forte ligação com o município –– Rafafel Lousa tem feito um bom trabalho. Tem viajado bastante, inclusive acompanhado o governador em alguns eventos pelo interior. Chegou a soar pelo Palácio Pedro Ludovico de que ele poderia ser efetivado. Porém, a promessa a Anápolis já estava feita e precisa ser cumprida, pois tem também posição estratégica do ponto de vista político, o que leva ao segundo ponto: é certo que o governador estava por esperar uma definição por parte do PT quanto à homologação do prefeito Antônio Gomide como o pré-candidato ao governo do Estado. As últimas pesquisas mostraram o já esperado: Marconi perdeu muitos votos em Anápolis, cidade que historicamente concede votação estrondosa ao tucano. Assim, conceder a Anápolis um cargo de importância como o titular da SIC é uma jogada estratégica. Até o fechamento desta edição, ainda não havia definição quanto ao nome que assumirá a SIC. Sabe-se que o ex-deputado Frederico Jayme Filho foi sondado. E, como adiantado pelo Jornal Opção no início de março, poderia ser indicado o empresário anapolino William O’Dwyer, dono da Anadiesel (concessionária Mercedes-Benz) e cônsul honorário da Alemanha em Goiás. Convite oficial do governador não houve. Porém, é certo que o empresário foi sondado com ligações de pessoas ligadas ao governo, inclusive detentores de cargos de confiança em Anápolis, do ponto de vista industrial. O empresário diz que esperará ser informado oficialmente pelo governador e que se coloca em uma situação de cautela. “É bom esperar por definições concretas para me posicionar”. Mas não disse que não aceitaria.

Vice animado para assumir a prefeitura de Anápolis

Com a descompatibilização de Antônio Gomide (PT), o vice João Gomes assumirá a prefeitura, adiantando seu projeto, que era para 2016. Como não poderia deixar de ser, João Gomes está animado, embora entenda o tamanho da responsabilidade. Ele diz à coluna: “Entendemos que a respossibilidade aumenta e muito, pois fazemos parte de um governo com mais de 90% de aprovação por parte dos anapolinos. Contudo, tenho confiança de que estamos no caminho correto. Temos uma boa equipe e estamos focados em realizar uma boa administração”. Como delegado petista que vota a favor da candidatura de Gomide, ele relata: “É certo que Anápolis sempre emprestou bons nomes para Goiás e agora estamos emprestando o que temos de melhor.”

Quinta escola em dois anos

A entrega de uma escola recém-reformada poderá ter sido umas das últimas ações de Antônio Gomide (PT) como prefeito. Na sexta-feira, 28, o prefeito inaugurou a Escola Municipal Rosevir Ribeiro de Paiva, a quinta entregue apenas nesta gestão. A solenidade oficial marcou, também, o repasse de quatro ônibus à Secretaria de Educação para integrar a frota escolar do município, que passa a contar com 23 ônibus. O vice, João Gomes, também esteve presente. A unidade ganhou cinco salas de aula que se somam às nove já existentes, um laboratório de informática, uma biblioteca e um pátio coberto. Hoje a unidade atende 668 estudantes, nos três turnos, matriculados no Ensino Fundamental. Com a reforma, a escola alcança a marca de 22 escolas reformadas em seis anos, fora a conclusão de outras três que estão em andamento. A Escola Municipal Rosevir Ribeiro de Paiva foi inaugurada no dia 7 de fevereiro de 1966 com o nome de Grupo Escolar Número 2 Zita Duarte e possuía apenas quatro salas de aula. Em 1977 passou a se chamar Escola Municipal de 1º Grau Jardim Gonçalves, mas seu nome foi alterado novamente em 1989, para homenagear um morador da região que prestava serviços à comunidade, passando à denominação atual.

Sistema de cotas para negros na administração pública é imoral e inconstitucional

[caption id="attachment_954" align="alignleft" width="300"]Sociólogo Octavio Ianni: “Cotas raciais é o apartheid oficial no Brasil” Sociólogo Octavio Ianni: “Cotas raciais é o apartheid
oficial no Brasil”[/caption] A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 6.738/13, do Poder Executivo, que reserva 20% das vagas em concurso público da administração direta e indireta da União a candidatos negros que assim se declararem na inscrição. O projeto segue agora para o Senado. Esse sistema de cotas terá validade de dez anos. Porém, não se enganem, ao seu final será prorrogado. Pela regra da lei, o candidato negro terá dupla vantagem em relação ao que não for negro ou não se declarar como tal, pois, além de poder concorrer a uma vaga destinada à ampla concorrência, ainda poderá pleitear outra pelo sistema de cotas. Em plenário, as polêmicas acerca do projeto foram as mais diversas. O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) classificou-o de inconstitucional. Segundo ele, “é uma proposta que fere a Constituição Federal, que estabelece como garantia a isonomia. O Artigo 5º diz que todos são iguais sem distinção de qualquer natureza”. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) rotulou o projeto de “racista, separatista e imoral”. Por sua vez, o deputado Silvio Costa (PSC-PE) disse que a questão racial não é mais importante do que a questão social no Brasil. “No sertão de Pernam­bu­co, onde há influência de colonização holandesa, os brancos é que são pobres. Então, os filhos de negros ricos serão privilegiados em detrimento dos filhos de brancos pobres”, criticou. O relator da proposta, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) alegou que “os dados mostram que os negros são mais de 50% da população, mas preenchem certa de 30% das vagas efetivas do governo federal”. Esta última declaração é mera repetição de uma grande mentira sobre a questão racial no Brasil. Primeiro, no Brasil não existem mais negros do que pardos, mestiços, caucasianos, brancos, etc. Segundo, se existem menos negros na administração pública ou é porque são minoria na sociedade em geral ou porque são menos dedicados ao estudo. O sociólogo Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo, desmistifica essa criação estatística sobre a “maioria negra do Brasil” ressaltando que apenas em Estados como Bahia e Maranhão os negros são predominantes. O sociólogo Octavio Ianni disse que o sistema de cotas raciais é a implementação do apartheid oficial no Brasil. Entendo que o sistema de cotas é uma aberração sob todos os aspectos, jurídico-constitucional, social e moral. É claro que é inconstitucional. Social e politicamente é essencialmente demagógico e irresponsável. A julgar pela experiência das cotas nas universidades, verifica-se que o rendimento dos cotistas é sofrível e a evasão elevada. Do ponto de vista moral, é inconcebível que uma pessoa verdadeiramente digna possa sentir-se honrada e orgulhosa de si mesma ocupando uma função, não pelo talento ou pelo critério do merecimento, mas pelo “coitadismo” do sistema de cotas. Na administração pública, dentre os vários princípios que a norteiam, um deles é o da eficiência, não o da indolência.

Preparação para juiz saber lidar com a sociedade

Na opinião do ministro do STJ João Otávio Noronha, o curso de formação para novos juízes deve durar dois anos, prazo ideal para a preparação dos magistrados. Segundo o ministro, a Escola Nacional de Formação de Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), deve atuar como órgão orientador, fornecendo formação profissional para o juiz aprender a lidar com a sociedade como um todo. Durante o workshop, encerrado na terça-feira, 25, foram anunciadas medidas de aprimoramento das escolas da magistratura, incluindo uma parceria com o Ministério da Justiça voltada aos cursos de mediação e conciliação e o cadastramento dos coordenadores pedagógicos de todas as unidades. De acordo com Noronha, em breve serão promovidos cursos à distância sobre temas como improbidade administrativa, gestão de unidades judiciais e violência contra a criança.

Interiorização da ESA

Com o objetivo de alcançar os advogados que atuam no interior pelos serviços de capacitação oferecidos na capital, a Seccional, por meio da Escola Superior de Advocacia (ESA), leva diversos cursos e palestras às subseções. Para o diretor-geral, Flávio Buonaduce, os cursos levados ao interior buscam diminuir a distância entre as subseções e a seccional. “As palestras são marcadas de acordo com a demanda, mas alguns assuntos são obrigatório, por exemplo, os cursos de processo judicial eletrônico”.

Redução da maioridade penal e o agravamento de pena como política de segurança pública

[caption id="attachment_949" align="alignleft" width="208"]Marconi Perillo: ênfase na segurança Marconi Perillo: ênfase na segurança[/caption] O aparecimento de surpresa do governador do Estado durante uma entrevista coletiva da cúpula da Polícia Civil teve o condão de passar a impressão de que está mesmo preocupado com os negativos e alarmantes índices na área da segurança pública. O governador reafirmou que 2014 será o “ano da segurança pública no Estado”. No Brasil, volta e meia se levanta a defesa da “redução da maioridade penal, a construção de mais presídios, mudanças na Lei de Execução Penal, alteração no Código Penal para aumentar as penas...” Estes argumentos são clássicos nessa questão. A verdade é que a segurança pública está em crise no Brasil e em Goiás não é diferente. Os abrigos de menores infratores são “oficinas do diabo”. Faltam profissionais multidisciplinares e os menores não têm atividade socioeducativa alguma. Os presos do semiaberto reincidem porque o sistema é precário, medieval e não tem os investimentos necessários para propiciar a formação profissional e a reinserção social dos presos. Enquanto isso, o governo federal “lava as mãos” em relação ao problema e mesmo no Rio de Janeiro, onde pretendeu mostrar serviço investindo maciçamente nas chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), essas estruturas são atacadas pelos bandidos e policiais são mortos quase diariamente.

Direito Agroambiental

[caption id="attachment_946" align="alignleft" width="188"]Advogado Marcelo Feitosa Advogado Marcelo Feitosa[/caption] O maior fórum de discussão de agronegócio do mundo, o Global Agribusiness, com o tema “Para cultivar um novo amanhã, devemos colher novas ideias”, teve uma preocupação central: o desenvolvimento sustentável das atividades produtivas brasileiras. Especialistas de todo o mundo debateram soluções estratégicas. “O ponto alto do encontro foi a apresentação do diretor-geral da OMC, embaixador Roberto Aze­vêdo, e a do economista Delfim Netto, que reafirmaram o potencial agrícola brasileiro”, destaca Marcelo Feitosa, advogado especialista em Direito agroambiental.

Advogado assassinado

38 e 39 - imprensa.qxdNo último dia 21 de março completou um ano que o inquérito policial que investigou o assassinato do advogado Davi Sebba Ramalho foi concluído e enviado à Justiça. Ainda não há audiência designada para ouvir testemunhas nem acusados. (in)Segurança pública — As esperanças em viver numa cidade onde o cidadão possa viver em condições mínimas de segurança parece ser um sonho cada vez mais distante no Brasil e em Goiás, especificamente. A única ação mecânica dirigida à segurança pública tem sido o discurso. Aos cidadãos, restam apenas o medo e o pânico generalizado e as lágrimas enlutadas pelas perdas de seus entes queridos. Intimidação — Tem gente que não se acanha mesmo. Vira e mexe não perde a oportunidade de recorrer aos velhos métodos da intimidação de modo a tentar intimidar os críticos de instituições que se acham acima de tudo e de todos, como o Judiciário. O máximo que conseguem é cometer abuso e, na maioria das vezes, fazer papel de ridículos.

Vantagem de Marconi contra Iris subiu para 186 mil intenções de votos válidos

Com base na pesquisa For­tiori, e levando em conta a abstenção, votos brancos e nulos registrados nas eleições de 2010, foi projetada a totalização das intenções de votos válidos de cada candidato, nos três cenários, caso as eleições fossem agora, de acordo com o total de eleitores registrados até o mês de março deste ano pelo Tribunal Regional Eleitoral, TRE, e conforme o método de apuração e totalização dos votos nas eleições pela Justiça Eleitoral brasileira

Fortiori: Marconi tem 55% dos votos válidos contra Vanderlan e Friboi

Se as eleições fossem hoje, Marconi Perillo (PSDB) seria reeleito no 1º turno em dois dos três cenários colocados. No terceiro, com Iris Rezende (PMDB) no páreo, ele chegou a 44% de intenções de votos válidos. A pesquisa do Instituto For­tio­ri entre 17 e 22 de março, avaliou também as gestões do governador e da presidente Dilma Roussef (PT)

Jacqueline Vieira, em entrevista: “O planeta é a casa de todos e quem foge da responsabilidade acaba virando manchete”

Secretária de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos diz que a pasta tem compromisso com a ação e que sustentabilidade terá de ser uma prática obrigatória da próxima geração

“Nelson Rodrigues foi acometido de presunção”

[caption id="attachment_910" align="alignright" width="620"]Leitor contesta incursão do dramaturgo Nelson em questão sociólogica | Foto: Arquivo/Agência Estado Leitor contesta incursão do dramaturgo Nelson em questão sociólogica | Foto: Arquivo/Agência Estado[/caption] Cirlei Araujo A obra de Nélson Rodrigues é seminal no campo da dramaturgia, mas daí a ser enaltecido como sociólogo/antropólogo a distância é muito grande. Generalista no mínimo e falaciosa ao extremo sua afirmação de que “o brasileiro tem complexo de inferioridade”, pois reduz todos os brasileiros à categoria de seres incapazes de se autoafirmarem, ao certo pelo fato de nosso maior dramaturgo e cronista esportivo se acreditar porta-voz da Nação e se esquecer de que, já naquela época, havia inúmeros brasis. Como se vê, Nelson foi acometido de audaciosa presunção. Por outro lado, ao menos provoca a discussão e a indignação e nos faz rever e defender alguns conceitos. Acredito que projetar um sentimento de inferioridade de atletas, cronistas e dirigentes, a maioria iletrados à época, foi algo que se difundiu mais pela notoriedade do autor da frase do que da pertinência da afirmação. Não li o livro, mas vejo que o autor não abordou a preação de mulheres indígenas e suas importantes consequências para a formação do gentílico brasileiro. Outro aspecto não abordado e muito importante era a prática do “cunhadismo” entre os indígenas, consubstanciada no oferecimento de várias esposas ao recém-chegado, geralmente um branco e suas inovações tecnológicas. Enfim, foi baseado na necessidade de braços, e não em preocupações e pruridos raciais, que o Brasil foi construído. Fosse o brilhante dramaturgo pernambucano um pouquinho mais consciente da importância da multiculturalidade (Gobineau, racista e amicíssimo de Dom Pedro II, que acreditava-se descendente do deus nórdico Odin, não era diferente) e das inúmeras omissões dos nossos pais fundadores (ou “fraudadores”), não teria expressado essa infame frase. Vejo isso como um reflexo das teses de supremacia racial que procuravam destacar mais as diferenças do que as semelhanças entre as pessoas sendo que o país foi formado basicamente por imigrantes e estes foram forçados, preados, voluntários, subvencionados e convencidos (antepassados de Rita Lee). Se ser um vira-lata é não ter raça definida, é não ter pedigree, a maioria dos brasileiros, que é mestiça, por analogia, também o é, e isso não significa ausência de valor. Por outro lado, é preferível estar disposto a aprender sempre e absorver novos conhecimentos, e isso pressupõe capacidade de autocrítica e certa humildade, que se atribuir um valor que não se tem e irresponsavelmente legar às futuras gerações tragédias e sofrimentos evitáveis como os megalomaníacos governantes costumam fazer. Em resumo, o fatalismo e racismo do conde Gobineau são criticados por ninguém menos que Tocqueville. Este afirmava que as ideias pessimistas do conde refutavam qualquer esforço de se construir um país, ao afirmar que os destinos dos homens estavam atrelados a uma raça. Esse pensamento conduziria a uma resignação e naturalizava a desigualdade, tornando a ação política dos cidadãos ineficaz ao processo de mudanças, eliminando, assim, a iniciativa individual no terreno dos acontecimentos históricos. Hoje sofremos as consequências disso. Cirlei Araújo é sargento do Exército. E-mail: [email protected]  

“Hora de mostrar que somos um povo honesto”

Fernando Borgomoni Para o jornalista José Maria e Silva, autor do texto “Estudo da FGV sobre benefícios da Copa não passa de propaganda enganosa” (Jornal Opção 2017): Pense bem, exatamente porque “até os esquimós” sabem que somos o país do carnaval e do futebol, e exatamente porque nós sabemos que temos, como povo e como nação, muitas outras qualidades, mostremos com a perfeita organização desse grande evento que somos um povo “honesto, responsável e laborioso”. Ou você não acredita no povo brasileiro? E-mail: [email protected]  

“Uma excelente entrevista de Graciliano Ramos”

Gonzalo Armijos “A última entrevista de Gra­ciliano Ramos” (Jornal Opção 1944, caderno Opção Cultural) é excelente. Uma joia! Uma das primeiras obras brasileiras que li ao chegar ao Brasil, no início dos anos 80, foi “Memórias do Cárcere”, do grande escritor alagoano. Nunca vou esquecer. Gonzalo Armijos é filósofo e professor da UFG. E-mail: [email protected]  

“Guerrilheiros do passado não se converteram à democracia”

Odiombar Rodrigues Sobre o texto, “Estatuto do Desarmamento não contribui para reduzir a violência” (Jornal Opção 1988), da coluna “Contraponto”, de Irapuan Costa Junior, podemos dizer que o estatuto foi uma medida muito “inteligente”, pois, por meio dele, o governo está construindo o caos social que muito interessa aos “revolucionários” bolivarianos e castristas. Quando ele estiver plenamente instalado, um “salvador” tomará o poder em nome do “restabelecimento” da ordem social. Ninguém imagina que os “guerrilheiros” do passado tenham se convertido à democracia. E-mail: [email protected]  

“Juventude tratada brutalmente”

Fernanda Bento Ainda em tempo sobre a chacina brutal ocorrida no Morro do Mendanha: em toda a imprensa que noticiou esse crime brutal, as vítimas são denominadas mulheres. Só uma observação: apenas uma delas é maior de 18 anos. Foram jovens e adolescentes assassinadas, não mulheres. Mais uma prova de como nossa juventude vem sendo brutalmente tratada. E-mail: [email protected]

Regime militar salvou o Brasil de se tornar uma grande Angola

Mas não se deve combater o mito guerrilheiro com outro mito — o do Exército salvador da pátria, que, a cada ameaça comunista, é chamado a salvar a democracia a golpes de Estado