Neste sábado, 30, a guerra civil na Síria escalou para novas proporções. O regime de Bashar al-Assad, que trava uma guerra civil contra grupos rebeldes desde 2011, admitiu que Aleppo, a segunda maior cidade do país, foi tomada pelo grupo insurgente Hayat Tahrir al Sham, ex-braço sírio da Al Qaeda. O exército nacional anunciou a retirada de tropas da cidade e a preparação de uma contra ofensiva ao que chamou de “grupos terroristas”. 

A Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou a evacuação de seus representantes de Aleppo em direção a Damasco. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) diz que o grupo Hayat Tahrir al Sham tomou controle da maior parte da cidade, dos edifícios governamentais e das prisões. A agência de notícias Reuters reportou que as forças rebeldes também capturaram a cidade Maraat Al-Numan e toda a província de mesmo nome.

O OSDH reportou ainda que, pela primeira vez desde 2016, aviões russos foram enviados para fornecer apoio ao regime de Assad. Segundo a ONG Syria Monitor, um ataque aéreo russo deixou ao menos 16 mortos na manhã deste sábado. Na sexta-feira, 29, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, classificou o ataque rebelde como uma violação da soberania síria. O OSDH estima o número de mortos em 311, sendo 183 rebeldes do Hayat Tahrir al Sham; 100 soldados sírios e 28 civis.