Líder supremo do Irã adverte os EUA: “Qualquer ataque terá consequências irreparáveis”

18 junho 2025 às 08h04

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O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou nesta quarta-feira, 18, que qualquer ofensiva militar dos Estados Unidos contra o país resultará em “consequências sérias e irreparáveis”. Em discurso transmitido pela TV estatal, ele afirmou que o Irã responderá a qualquer agressão e reiterou que “jamais se renderá”.
A fala foi uma reação direta às declarações do presidente Donald Trump, que na terça-feira, 17, exigiu “rendição incondicional” do Irã diante do conflito com Israel. Trump também sugeriu a possibilidade de um ataque ao território iraniano, o que, segundo analistas, poderia ter impacto global.
Khamenei respondeu afirmando que “quem conhece a história do Irã sabe que os iranianos não se curvam diante de ameaças”. Ele também acusou Israel de cometer um “grande erro” ao atacar o Irã e prometeu punição: “O sangue das vítimas não será esquecido”, disse, conforme a agência semi-oficial Mehr.
O conflito entre Irã e Israel entrou no sexto dia nesta quarta, com mais de 240 mortos e milhares de feridos nos dois países. Números oficiais indicam 224 mortes no Irã e 24 em Israel. Relatórios independentes sugerem que o número real pode ser maior.
Também nesta quarta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, alertou que qualquer intervenção americana pode desencadear uma “guerra total” no Oriente Médio. Ele classificou essa possibilidade como “extremamente irresponsável”, mas sinalizou que o Irã ainda busca uma solução negociada.
Na véspera, mísseis iranianos atingiram alvos em Israel, e explosões foram registradas em Teerã e Karaj após bombardeios israelenses. Israel anunciou a morte do general iraniano Ali Shadmani, principal comandante militar do país, em ataque aéreo.
Donald Trump, por sua vez, intensificou a retórica. Em sua rede social, afirmou que a paciência dos EUA “está se esgotando” e insinuou que conhece o paradeiro de Khamenei. “Não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos por enquanto…”, escreveu. Três minutos depois, publicou: “Rendição incondicional!”.
Segundo a Casa Branca, Trump conversou com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e deixou antecipadamente a reunião do G7 para tratar do conflito. Ainda na terça-feira, se reuniu por 90 minutos com o Conselho de Segurança Nacional. Detalhes do encontro não foram divulgados.
Fontes da Reuters informaram que os EUA estão reforçando sua presença militar no Oriente Médio, com o envio de novas aeronaves de combate e a extensão da permanência de unidades já na região. Até agora, as ações americanas têm sido defensivas, principalmente no auxílio à interceptação de mísseis lançados contra Israel.