Buscando independência, imóveis entram na lista de compras das mulheres
07 março 2024 às 11h42
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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43% das mulheres brasileiras estão no mercado de trabalho e já há mais lares chefiados por elas do que por homens no País. Reflexo disto é que o número de mulheres que são donas do próprio imóvel tem crescido.
Dados da urbanizadora Localiza Imóveis, que desenvolve loteamentos em Goiânia e região metropolitana, mostram que 33% são adquiridos por elas. Enquanto, no passado, elas apenas opinavam sobre a aquisição feita pelo companheiro, hoje são elas quem assinam o contrato como as responsáveis financeiras.
Danilo Tavares, empreendedor e diretor da Localiza Imóveis, considera que este crescimento se dá pelo fato da mulher hoje valorizar seu espaço próprio e também por priorizar investimentos que lhe dê mais segurança financeira. “Muitas resolvem adquirir seu próprio imóvel mesmo sem terem planos de se casarem ou terem filhos”, comenta.
É o caso da analista administrativa, Cynthia Michele Rosa de Melo Moura, de 42 anos, que adquiriu um terreno no Reserva do Bosque, em Abadia de Goiás, para desenvolver um projeto que irá viabilizar renda futura. “Juntei minhas economias de um ano e fiz o investimento porque vejo que esta é uma região promissora e pretendo construir um galpão para locação”, explica.
A auxiliar financeira Micaely Leandro da Silva, aos 25 anos, também foi uma das compradoras de casa no mesmo bairro planejado. “Acredito que a mulher tem que correr atrás de sua independência”, disse. Ela também entende que um imóvel é mais do que um patrimônio, representa também segurança que vai além de aspectos financeiros. “Muitas permanecem presas a relacionamentos tóxicos pela dependência econômica: por falta de ter para onde ir, por falta de um trabalho, por falta de uma profissão”, considera.
Pesquisas já comprovam que a independência financeira tem sido uma vacina contra questões de violência de gênero. Um estudo do Instituto Rede Mulher Empreendedora, que ouviu quase 3 mil entrevistadas em todo País, detectou que 48% daquelas que afirmam sofrer algum tipo de violência em casa conseguiram dar fim a este ciclo após conquistar a independência financeira.
Neste sentido, Danilo Tavares destaca que, considerando a relevância do imóvel na vida da mulher, o próprio poder público, ao favorecer famílias com habitação própria, tem como prioridade registrar o imóvel em nome dela, em detrimento do companheiro. “Dessa maneira, a mulher assume um papel crucial como zeladora do patrimônio familiar, garantindo maior autonomia e segurança na criação de seus filhos, sem depender exclusivamente do parceiro”, diz.
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