Bastidores
Dois iristas disseram ao Jornal Opção que está praticamente certo que Iris Rezende será candidato a prefeito de Goiânia. Por que não anuncia logo? “Porque Iris Rezende é pão duro e quer verificar, bem antes, quanto terá de desgastar na campanha e como fará o financiamento de sua campanha”, afirma um irista.
Uma coisa é certa: se Iris Rezende não for candidato a prefeito de Goiânia, Iris Araújo vai mesmo disputar mandato de vereadora. A tese do irisaraujismo é que um integrante da família Rezende Machado precisa ter mandato a partir de 2016, para se posicionar e ter força política na capital e no Estado. Se Iris Araújo não quiser disputar, a advogada Ana Paula Rezende, casada com o empresário Frederico Peixoto, dono da FGR Construtora, deverá ser candidata a vereadora.
Há quem aposte que Iris Rezende vai investir na renovação em Goiânia. Um irista aventa a possibilidade de o decano peemedebista bancar a candidatura de Agenor Mariano — daí ter incentivado o vice-prefeito a criticar, de maneira acerba, o prefeito Paulo Garcia, do PT — e sair como seu vice. Pode parecer loucura, talvez seja maluquice, mas fica o registro da opinião especulativa de um irista de carteirinha.
Permanece azedíssima e espinhosa o relacionamento da secretária da Fazenda, Ana Carla Abraão, com os secretários do Desenvolvimento Econômico, Thiago Peixoto, e do Gabinete Civil, João Furtado, e o presidente da Adial, César Heloul. Motivo: o acordo entre governo e empresários sobre os incentivos fiscais.
De um deputado federal: “Vem chumbo grosso contra quatro políticos da oposição goiana devido doações da Odebrecht, nenhuma delas contabilizadas na prestação de contas oficial da campanha. Ao contrário, diga-se, do que ocorreu com o governador Marconi Perillo”. Codinomes de três dos quatro políticos que vão aparecer em breve nas planilhas bombásticas da Odebrecht: Boiadeiro, Matusalém e Padre (no caso, pai em espanhol). Acredita-se que a lista da Odebrecht é maior do que a foi divulgada. O escritório de propinas — um propinatório — era bem amplo e, por isso, aposta-se que vários outros, até de arraia miúda, vai aparecer na lista.
O governador Marconi Perillo está absolutamente tranquilo em relação à lista de políticos que teriam recebido contribuições da Odebrecht. Todas as doações que lá constam foram feitas pela via legal e declaradas na prestação de contas aprovada pelo TRE. O que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça tende a descobrir, a médio prazo, é que nem todos recebiam propinas, pois financiamento de campanha, sobretudo se registrado, não configura crime, nem eleitoral. É a avaliação de setores do tucanato.
Os índices de criminalidade em Aparecida de Goiás sofreram uma acentuada queda nos últimos 30 dias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, tem tudo a ver com a ação ostensiva da polícia e do fechamento de bares à meia-noite. Ao mesmo tempo, o trabalho de Inteligência da polícia tem contribuído para reduzir a criminalidade.
Nenzão assumiu a presidência do PP de Nerópolis. O vereador é apontado como um dos mais ferozes críticos do governo de Marconi Perillo (PSDB) na cidade. Ele ataca o governo estadual na tribuna da Câmara Municipal, nas ruas e nas redes sociais. Pré-candidato a prefeito, Gil Tavares avalizou a indicação de Nenzão para comandar o PP no município. O vereador é cotado para ser vice do ex-prefeito.
Os eleitores de Nerópolis contam os dias para expurgar, via voto — o impeachment dos cidadãos —, o desprefeito Fabiano da Saneago, do PSDB. A situação de Fabiano da Saneago é tão feia que até tucanos têm vergonha de dizer que vão apoiar sua reeleição. Não é à toa que é chamado de “a Dilma Rousseff de calça de Nerópolis”. O PSDB do município tem um político jovem, competente e decente: Rodrigo Zani. Mas Fabiano da Saneago, que controla o tucanato local, veta sua candidatura.
Há político graúdo no governo do Estado de Goiás que acredita que Iris Rezende não será candidato a prefeito e, se for, não irá para o segundo turno. O próprio Iris Rezende tem confidenciado a aliados que teme começar na frente e desidratar durante a campanha. O que mais preocupa Iris Rezende é que não consegue chegar a 40% das intenções de voto. Na maioria das pesquisas, o peemedebista mal passa de 30%.
Lamento de um deputado: “O PMDB está encontrando dificuldades para lançar candidatos a prefeito na maioria dos municípios goianos”. O PMDB apresenta alguma força em Goiânia (Iris Rezende), Rio Verde (Paulo do Vale), Jataí (Tales Machado) e Aparecida de Goiânia (Gustavo Mendanha). Em Porangatu e Uruaçu, o partido esta muito mal e dificilmente elegerá os prefeitos.
De um petista irritado: “Nos festejos da Semana Santa na Cidade de Goiás, a prefeita petista Selma Bastos mostrou uma proximidade tão estreita com o governador Marconi Perillo que, para filiados ao PT, deixou a impressão de que ambos são do mesmo partido”. O petista acrescenta: “A prefeita Selma Bastos parecia mais tucana do que o governador Marconi Perillo”. Consta que os pré-candidatos da oposição ficaram com ciúme do tucanismo da petista — que avaliam como oportunista. Pode ser uma estratégia da prefeita para se livrar do desgaste do PT.
O vereador Vinicius Luz mantém-se firme com sua candidatura a prefeito de Jataí pelo PSDB. Procede que Victor Priori vai deixar o PSDB para disputar pelo PMDB? “Não sei, pois eu e Victor não conversamos a respeito e nem li declarações dele sobre o assunto. Mas procede que se comenta na cidade que Victor pode disputar a prefeitura pelo PMDB.” Outro vereador afirma que os prefeitos de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e de Jataí, Humberto Machado, mantiveram uma conversa sobre o nome do PMDB para a prefeitura. “Fala-se que Maguito quer apostar em Victor Priori, mas que Humberto nem quer discutir o assunto. Sua tese é a seguinte: ‘por que, se nosso grupo é forte, vamos entregar a prefeitura para um adversário’?” Tem lógica. Vinicius Luz sugere que a aposta de Humberto Machado pode ser outra — o secretário de Obras, Tales Machado. Eles não são parentes, mas são muito ligados. Tales Machado é engenheiro civil e, por isso, tem o perfil técnico almejado pelo prefeito. É tido como simpático. “Mas não tem experiência política”, afirma o vereador. Isto significa que, se for candidato, terá de ser tutelado por Humberto Machado. Com uma coligação que poderá ter até 12 partidos, Vinicius Luz diz que está “muito animado”. “A nossa coligação certamente será a maior da cidade. Além disso, estamos montando chapas de candidatos a vereador bem consistentes e diversificadas.” No momento, a prioridade de Vinicius Luz é a formatação de um plano de governo. “Humberto Machado faz o feijão com arroz e constrói, quando constrói, obras com recursos financeiros do govenro federal. Nosso plano de governo terá ideias práticas para incentivar o crescimento e o desenvolvimento da economia de Jataí.” Na sexta-feira, 18, Vinicius Luz conversou com o governador de Goiás, Marconi Perillo. “Só tenho recebido incentivos do governador. A primeira edição do Governo Junto de Você deste ano será realizada em Jataí.” Há rumores de que o PSDB e o PMDB de Jataí podem compor. Há procedência na informação. “Nenhuma”, frisa Vinicius Luz. “A fofoca é antiga, mas é falsa. Agora, se o PMDB quiser apoiar minha candidatura, não hesito em aceitar”, afirma — e ri. “Na verdade, PSDB e PMDB de Jataí não se misturam.”
Na Cidade de Goiás, nos festejos da Semana Santa, Marconi Perillo mostrou popularidade, o que chamou a atenção nestes tempos de grave crise política. O tucano-chefe andou pelas ruas sem segurança, manteve abertas as portas do Palácio Conde dos Arcos e foi várias vezes à sacada, onde foi saudado por populares. Não foi registrada nenhuma manifestação negativa.
Pré-candidato pelo PTB, Luiz Bittencourt intensifica agenda de candidato a prefeito de Goiânia, com reuniões nos bairros e com especialistas em problemas urbanos. Além disso, mantém presença constante nas redes sociais. Pelo menos até agora, está na frente dos demais adversários.
