Bastidores

[caption id="attachment_63314" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Há quem defenda que, dadas suas qualidades como médico e morais, Zacharias Calil (PMB) deveria ser candidato a prefeito de Goiânia. Porém, avaliando que, se tem prestígio, não tem popularidade — que são coisas diferentes —, um dos mais gabaritados profissionais da saúde de Goiás pretende ser vice. Resta saber se, como vice, transfere votos.

O ex-senador Maura Miranda (PMDB) visitou a redação do Jornal Opção, na semana passada, e fez a defesa da candidatura de Iris Rezende a prefeito de Goiânia, em 2016 — “política é o alimento dele” —, e de Daniel Vilela a governador em Goiás, em 2018. “Daniel é um excelente nome, um garoto preparado.” Mauro Miranda está lendo o livro “Em Defesa do Preconceito — A Necessidade de se Ter Ideias preconcebidas”, do filósofo Theodore Dalrymple. “Passei a vida lutando contra os preconceitos”, afirma. “O título, de cara, me desconcertou.”

Sabe o motivo de o vice-presidente Michel Temer apresentar-se sempre sereno e, por vezes, glacial — mais britânico do que brasileiro? Tudo indica que se livra do estresse diário com o relaxamento gerado pelo shiatsu, com o doutor Konno, em Brasília. Metódico e disciplinado, o rival da presidente Dilma Rousseff não falta às aulas e se apresenta sempre bem disposto. Conta-se que a petista não tem paciência com a infinita paciência de seu ex-aliado.

Ganha um par de algemas do FBI o eleitor que descobrir qual é o pré-candidato a prefeito de Goiânia que, embora fale em honestidade 24 horas por dia, respondeu processo por improbidade administrativa no Tribunal de Justiça de Goiás.

O presidente do Partido Verde, Eduardo Zaratz, afirma que o sargento Alison Maia pode se filiar mais adiante, por isso ainda não fez sua escolha partidária. O líder ambientalista frisa que Maia, mesmo sem estrutura, está incomodando muito o prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal. Os aliados do líder do PP, preocupados com a ascensão do militar — que está se aproximando do pepista —, passaram a criticá-lo diariamente. “Alison pode virar o jogo e ser eleito.”

Anote: começa a nascer uma oposição ao presidente da OAB-Goiás, Lúcio Flávio, dentro de seu próprio grupo. Ressalte-se que a eleição para sua sucessão ocorre só em 2018.

Em Brasília, cidade da esperança, segundo André Malraux, se diz que Dilma Rousseff é ex-presidente e Michel Temer é presidente. É a tal história de rei morto, rei posto. Os políticos, que sentem o “cheiro adocicado” da decadência, buscam logo onde pode ser encontrada a elegância, ou relativa elegância.

Por que o deputado federal Alexandre Baldy trocou o PSDB pelo PTN? Há várias respostas possíveis. Primeiro, estaria insatisfeito com o governador de Goiás, Marconi Perillo, que, no lugar de abrir, estaria lhe fechando espaços. Segundo, a cúpula do PSDB não lhe deixou disputar a Prefeitura de Anápolis. Terceiro, queria um partido para chamar de seu? Quarto, buscava novos ares, mais libertários e menos controláveis pelas cúpulas? Verdade? Tudo falso. Não marque nenhuma das alternativas como correta. O próprio Alexandre Baldy confidenciou a um deputado federal que o tucano-chefe abriu-lhe espaços generosos — como convidá-lo, quando era um “famoso desconhecido”, para ser secretário de Indústria e Comércio e, depois, incentivou-o a disputar mandato de deputado federal. Em Brasília, apresentou-o à cúpula do partido, que nunca tinha ouvido falar no seu nome. Quanto à disputa em Anápolis, o deputado federal frisa que só não disputou a prefeitura pelo PSDB porque não quis, sobretudo porque estava e está empolgado com o mandato de deputado federal. Então, perguntaria Alfred Hitchcock, o que aconteceu de fato? Alexandre Baldy contou para mais de um interlocutor que seu problema com o PSDB não era em Goiás, e sim em Brasília — com o senador Aécio Neves, presidente do partido. Na CPI do BNDES, quando o parlamentar goiano queria pôr fogo no circo, revelando as falcatruas do banco, Aécio Neves estava sempre pedindo moderação. Quer dizer, não se comportou como líder de partido, e sim como defensor de interesses que não se sabe exatamente quais.

Parlamentares que têm conversado com o ex-presidente Lula da Silva têm percebido que seu grau de irritação é muito maior com os “desarranjos” — cautos e incautos às vezes usam o termo “malfeitos” — do governo da presidente Dilma Rousseff, sobretudo com a própria petista, do que com as oposições. Na opinião de Lula da Silva, na versão de seus interlocutores, as oposições estão aí para criticar, para aproveitar as brechas e falhas de quem está no poder. Porém, quando a Dilma Rousseff, teria cometido erros primário, como não segurar a própria base política e perdê-la em questão segundos, horas, dias ou meses.

O deputado estadual Luis Cesar Bueno, do PT, sublinha que, em Brasília, tudo é possível — inclusive o impeachment não passar. Quando se trata do Congresso Nacional, a multiplicidade de interesses dos parlamentares, tudo é possível e, por vezes, impossível.
De um deputado estadual: em Goianésia estuda-se a possibilidade de o PSDB lançar José Mateus para prefeito e o PMDB lançar Mara Naves para vice. É o primeiro prenúncio da aliança nacional que se esboça entre os dois partidos. Mateus & Mara é quase nome de dupla sertaneja. Tucanos e peemedebistas mantêm uma relação civilizada em Goianésia. Mas há quem aposte que o PMDB vai bancar Renato de Castro ou Gilberto Naves para prefeito do município. O segundo garante, de maneira peremptória, que prefere continuar advogando.

A deputada estadual Eliane Pinheiro, do PMN, frisa que os eleitores “estão apreciando o discurso consistente e equilibrado de Giuseppe Vecci”. Eliane Pinheiro diz que o estilo franco e direto, sempre posicionado, nunca deixando nada sem responder, tem agradado dos eleitores ricos aos de classe média e pobres. “É impressionante como Giuseppe agrada todas as classes sociais, sem nenhuma distinção. Ele varia o discurso, tornando-o mais palatável, mas, a rigor, expõe suas ideias com firmeza, sem populismo.”

O vereador Tayrone di Martino fez as malas para mudar-se da Câmara Municipal de Goiânia para o governo de Goiás. Falta apenas definir o cargo. Tucanos de alta plumagem dizem que Tayrone di Martino é articulado e faz política pelo menos em duas cidades: Goiânia e Trindade. É um político de “dois mundos”. Mais: mantém forte ligação com a Igreja Católica, notadamente com o padre Robson, um dos religiosos mais influentes de Goiás.
Candidato a prefeito, Carlão Alberto Oliveira está visitando todas as casas de Goianira. Ele quer saber o que as pessoas pensam de fato, sem a mediação pura e simples de pesquisas. No contato pessoal, o ex-prefeito Carlão percebe que os eleitores têm ideias precisas sobre o que querem para a cidade.

Comenta-se que o chefão do PDT, Carlos Lupi, dialoga muito bem com a presidente Dilma Rousseff e com o quase-presidente Michel Temer. Carlos Lupi ameaça expulsar qualquer deputado do partido que votar pelo impeachment. Porém, como teme perder deputados, há quem aposte que pode ter conversado com Michel Temer e, na hora agá, não expulse ninguém. No máximo, daria uma advertência. Perder deputados federais — “por quase nada”, no dizer de um deputado — não é um bom negócio para nenhum partido. Por isso, se a deputada Flávia Morais votar pelo impeachment — na semana passada, saiu de uma reunião chorando —, atendendo aos reclames de seus eleitores, a tendência é que seja advertida e mantida no PDT.