Bastidores
Quando falam que Sandro Mabel pode ser candidato a prefeito de Goiânia, Iris Rezende admite a possibilidade. Porém, quando se lembra que o empresário foi um dos primeiros articuladores do nome de Júnior Friboi para o governo de Goiás, começa a pensar que o vice-prefeito da capital, Agenor Mariano, talvez seja a melhor opção para a disputa de 2016. Porque Agenor Mariano é leal sempre, não apenas nas ocasiões que interessam. O jovem peemedebista, evangélico da Videira, não trai. Há outra motivação: Agenor Mariano, até por ser empresário, tem experiência como gestor.
Iris Rezende teria pedido uma trégua para a família. Ninguém deverá disputar mandato em 2016 e 2018. O objetivo é verificar se o PMDB sobrevive sem a presença dele e de Iris Araújo. Se sobreviver, eles estarão fora da política em definitivo. E nem uma filha do casal, Ana Paula Rezende, disputaria mandato de prefeita em Senador Canedo.
Há um porém. Se não disputar eleição em 2016 e 2018, Iris dificilmente terá condições, físicas mesmo, de disputar em 2022. Pode, porém, promover Ana Paula a herdeira política.
O PP do governador José Eliton exige a indicação de pelo menos um supersecretário. Porém, como só tem um deputado federal e nenhum estadual — e isto conta negativamente —, dificilmente conseguirá emplacar um integrante no primeiro escalão. O governador Marconi Perillo aprecia Danilo de Freitas, secretário de Infraestrutura, mas dificilmente o advogado vai pegar uma supersecretaria. As supersecretarias devem ser ocupadas por políticos e técnicos mais ligados ao governador.
O governador Marconi Perillo convidou Jovair Arantes para ocupar uma supersecretaria de seu governo. Porque, como secretário, o deputado federal do PTB, competente e conhecedor de todos os caminhos que levam a Roma — quer dizer, Brasília —, abriria as portas para o governo goiano junto ao governo de Dilma Rousseff. Na verdade, já abre. Porém, como tem muito prestígio em Brasília, pois faz parte do alto clero — e não do baixo clero, como muitos pensam em Goiás —, Jovair Arantes não deve aceitar a supersecretaria. Mas, sim, ele pretende indicar alguém de seu grupo para uma secretaria consistente, que tenha recursos e signifique poder.
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), garante que pesquisas qualitativas mostram que sua gestão vai bem e é respeitada pelo goianiense. É possível que a pessoa de Paulo Garcia seja mesmo respeitada, pois não se sabe de nada que o desabone. Porém, a figura do prefeito está muito desgastada. Há possibilidade de recuperação? Há. Só depende do petista. Mas o primeiro passo é reconhecer que não se está bem e desconfiar de pesquisas feitas às vezes por aliados que, embora bem-intencionados, querem evitar sofrimento e, por isso, escondem a realidade de seu chefe. Mas uma coisa é certa: Paulo Garcia tem o que mostrar, mas até agora não conseguiu fazê-lo com a devida qualidade.
O quarto governo Marconi Perillo terá um primeiríssimo escalão (supersecretários), um primeiro escalão médio (secretários) e um segundo escalão forte (subsecretários). Lembra um pouco o governo de Henrique Santillo, que tinha secretários titulares e secretários-executivos.
A reforma do governador Marconi Perillo, cujo objetivo é deixar o Estado mais enxuto e eficiente, deve ser aprovada com relativa facilidade pela Assembleia Legislativa. A demissão de comissionados deve provocar debate e, até, comoção. Mas o corpo da reforma, que torna o Estado mais leve e ágil, deverá ser aprovado sem muita contestação.
A dupla Adib Elias e Ernesto Roller, do PMDB, está sendo chamada de Cosme e Damião. Se não for cassado, o líder de Catalão e o líder de Formosa pretendem atuar conjuntamente nas críticas ao governo. Um levanta a bola, o segundo corta e o primeiro volta a bater.
Alguns gerentes de comunicação setorial perdem o cargo em dezembro. A reforma, ao extinguir secretárias, também acabou com os cargos. Para não ficarem desempregados, alguns jornalistas devem voltar para as redações.
É quase certo que o senador Cyro Miranda vai ocupar uma supersecretaria do governo de Marconi Perillo. É cotado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico, Científico e Tecnológico. Um de seus principais auxiliares deve ser de Anápolis, possivelmente Bill O’Dwyer, por quem o tucano-chefe tem apreço especial. Cyro Miranda hoje é um dos políticos mais ligados ao governador Marconi Perillo.
O governador Marconi Perillo viajou para o exterior com o presidente da Agetop, o curinga Jayme Rincón, o presidente da Saneago, Julinho Vaz, e o deputado federal Alexandre Baldy, do PSDB. Na Europa, o tucano-chefe deve se encontrar com o executivo José Paulo Loureiro e com o deputado federal eleito Giuseppe Vecci. É provável que, excetuando Giuseppe Vecci, que deve ficar na Câmara dos Deputados, Jayme Rincón, Julinho Vaz, Alexandre Baldy e José Paulo Loureiro devem compor o núcleo duro do quarto governo de Marconi Perillo. Alexandre Baldy, que deve ser candidato a prefeito de Anápolis, em 2016, deverá ocupar uma supersecretaria Mas, até a semana passada, dizia que iria para Brasília.
O governador Marconi Perillo quer secretários fortes e com experiência em gestão porque, de algum modo, o secretariado, no conjunto, vai atuar como se fosse um primeiro-ministro. O motivo? O tucano-chefe quer fazer uma gestão arrojada, por isso vai concentrar o máximo de energia e criatividade no governo, mas também vai buscar uma inserção mais ampla na política nacional. Por isso precisa de secretários que tenham capacidade de decisão e autonomia. Um secretariado mais compacto facilita as ações do governador — sua gestão.
Recentemente, quando convidados sobre a possibilidade de ocupar uma secretaria, alguns deputados recém-eleitos franziam a testa e faziam pouco caso, alegando que as secretarias movimentam escassos recursos e dão muito trabalho e desgaste. Agora, com as supersecretarias, tem deputado que não pensa noutro assunto. Os parlamentares dormem e acordam e pensando em ocupar uma supersecretaria. Os que planejam disputar mandato de prefeito em 2016 estão alvoraçados.
O presidente do PHS, Eduardo Machado, está prestigiado em termos nacionais e regionais. Ele tanto pode ocupar um alto cargo no governo da presidente Dilma Rousseff (PT) quanto no governo de Marconi Perillo (PSDB). O tucano-chefe sempre louva a capacidade de articulação de Eduardo Machado.
O PHS participa do G-10. Trata-se de dez pequenos partidos que, juntos, somam 24 deputados federais e aí se tornam um “partidão”. A aliança partidária provavelmente indicará um ministro do governo de Dilma Rousseff. Se o Pros e o PRB aderirem ao G-10, criando o G-12, a frente política terá 56 deputados. “Aí ninguém nos segura. O PMDB tem 60 parlamentares e seis ministérios. Isto significa que nossa presença no governo será quase equivalente”, afirma o presidente do PHS, Eduardo Machado.