Bastidores
Uma coisa é certa: dificilmente Ronaldo Caiado disputará a eleição para governador se não conquistar o apoio do PMDB. Ele não quer, no dia seguinte à eleição, ser chamado de “o Vanderlan Cardoso do DEM”. O líder do Democratas vai precisar, desesperadamente, de um vice do PMDB.
Ronaldo Caiado deve disputar a eleição para governador, em 2018, contra José Eliton. Como criador do vice-governador, e por este ter menos experiência, o senador pode percebê-lo como “frágil” politicamente. Se pensar assim, pode estar cometendo um grande engano. José Eliton amadureceu politicamente, está articulando em vários fronts, inclusive montando um grupo confiável, está cada vez mais próximo do governador Marconi Perillo e seu discurso está bem afiado. Ronaldo Caiado pode ser surpreendido pela ascensão da “criatura”.
A chapa do governismo em 2018 possivelmente será a seguinte: José Eliton (PP) para o governo, Thiago Peixoto (PSD) na vice, e Marconi Perillo (PSDB) e Lúcia Vânia (PPS, é provável) para o Senado.
Com o descenso de Iris Rezende, agora um político de uma cidade, Goiânia, os dois principais políticos de Goiás passam a ser o governador Marconi Perillo e o senador Ronaldo Caiado. Só que, em 2018, eles tendem a inverter os papéis: o tucano disputa o Senado e o democrata, o governo.
De um tucano: “A senadora Lúcia Vânia planeja assumir o controle de um partido em Goiás”. (O governador Marconi Perillo pediu e a tucana atendeu: só vai tomar uma decisão, se sai ou fica no PSDB, depois da volta do tucano-chefe de seu périplo pela Europa.) O motivo é simples: a disputa para o Senado em 2018. Consta que o governador Marconi Perillo será candidato a senador, daqui a quatro anos, e que uma vaga ficará para negociação política. O PSDB não deve ficar com duas vagas para o Senado. Uma delas será, possivelmente, do PSD ou do PTB. Por isso, desde já, Lúcia Vânia articula para, comandando um partido, impor sua candidatura. Aliás, até por ser senadora, com dois mandatos, a tucana é uma espécie de candidata natural.
De Virmondes Cruvinel: “Eu e o deputado Lincoln Tejota não estamos ‘brigados’. Nosso relacionamento é de alto nível e, vale ressaltar, somos do mesmo partido, o PSD. Nossa bancada vai atuar unida na Assembleia Legislativa”.
PMDB e PT devem sacramentar, no início de 2016, uma aliança política em Rio Verde. O peemedebista Paulo do Vale, capaz de mobilizar uma estrutura financeira de maior porte, vai ser o candidato a prefeito. Karlos Cabral, do PT, deve ser o candidato a vice. A tese das oposições é formatar uma aliança ampla, com PMDB (de Paulo do Vale), PT (de Karlos Cabral e do casal Flávio e Náudia Faedo) e PRTB (de Leonardo Veloso). O argumento é prosaico: divididas, as oposições entregarão, mais uma vez, o poder para o grupo de Juraci Martins, Heuler Cruvinel e Lissauer Vieira, o trio do PSD.
A oposição ao presidente Enil Henrique não está preocupada com dívidas coisa alguma. Está muito mais interessada é na disputa pela sucessão, no fim deste ano. Daí a articulação de cartas e artigos em jornais, com inocentes úteis sendo manipulados por “atletas do oportunismo”.
Enil Henrique de Souza foi eleito presidente da OAB-Goiás na quarta-feira, 4. O advogado derrotou Sebastião Macalé e Alexandre Caiado. Muito bem articulado, Enil Henrique conquistou a maioria dos votos, inclusive o apoio de Henrique Tibúrcio. Enil Henrique deve disputar a reeleição, em novembro. Aí não mais para mandato-tampão. E, desde já, é o favorito.
Numa conversa entre o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, um político da base do governador Marconi Perillo explicou que o deputado federal Heuler Cruvinel deve ser eleito prefeito de Rio Verde. Mas alertou que o PSD não deve eleger os prefeitos de Cristalina, Luziânia e Formosa. Avalia-se que os prefeitos dos três municípios são, política e administrativamente, fracos, muito fracos.
Ao se encontrar com Cleovan Siqueira, presidente nacional do PL, Gilberto Kassab abriu um largo sorriso e, abraçando-o, disse: “Meu parceiro!” Kassab está ajudando a organizar o PL em todo o Brasil. Porque o partido será aliado do PSD ou então, inicialmente, uma janela para atrair descontentes de vários partidos, notadamente do PMDB, e depois será sugerida uma fusão dos dois partidos. O objetivo é criar uma espécie de “PMDB da Dilma”.
Gilberto Kassab (PSD) ouviu com atenção a informação de que o governo de Goiás pretende implantar um BRT no Entorno de Brasília. O ministro gostou da ideia. O ministro das Cidades está interessados nos projetos do governo de Marconi Perillo (PSDB).
Por ser aliado da presidente Dilma Rousseff, Kassab é discreto e não comenta nada a respeito do assunto. Mas, em termos nacionais, há um consenso de que o PT dinamitou-se e que, em 2018, dificilmente continuará no poder.
Em sua visita a Goiânia, para prestigiar a posse do aliado e amigo Vilmar Rocha na Secretaria das Cidades, Kassab evitou falar de política publicamente. Mas, nos bastidores, disse que, sim, gostaria, e muito, de ter o governador de Goiás, Marconi Perillo, no PSD. E até para ser candidato a presidente da República.
Brincando com um político goiano, o ministro das Cidades disse: “Estou gostando tanto do Estado que já estou pensando em mudar o meu nome para ‘Gilberto Kassab de Goiás’”.