Bastidores

Ao término da reunião que selou a fusão do PSB com o PPS, em Brasília, o presidente nacional do primeiro partido, o deputado federal Carlos Siqueira, disse que a nova legenda deverá bancar a candidatura do empresário Vanderlan Cardoso a prefeito de Goiânia. Há quem aposte que haverá uma briga de foice entre Vanderlan Cardoso e o deputado federal Marcos Abrão e a senadora Lúcia Vânia. Pura ilusão. Se eleito prefeito da capital, Vanderlan vai fortalecer tanto o projeto de Marcos quanto o de Lúcia. Como excluir da chapa majoritária em 2018 uma postulante que, além de senadora, terá o apoio do prefeito de Goiânia, se Vanderlan for eleito? Vanderlan, Marcos e Lúcia sabem que, unidos, são fortes. Separados, sobretudo brigados, são presas fáceis de adversários e mesmo de aliados.

[caption id="attachment_34454" align="aligncenter" width="620"] Sinval Zaidan Gama, presidente da Celg: seu objetivo é recuperar
e, em seguida, privatizar a companhia de eletricidade de Goiás | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Com a recomposição tarifária e com o fato de que passou para o comando da Eletrobrás — o que, em tese, significa investimento seguro nos próximos anos —, a Celg deve faturar 8 bilhões de reais por ano (descontados os tributos, o faturamento chega a 6 bilhões de reais). Como há uma demanda crescente, e as contas da companhia começam a ser postas em ordem, a valorização tende a aumentar, segundo analistas do mercado. O presidente Sinval Zaidan Gama, engenheiro eletricista, tem dito aos subordinados que está “otimista”.
Há duas teses sobre a Celg. A primeira sugere que a companhia de eletricidade de Goiás atraia um parceiro capitalizado e com expertise para revigorar suas finanças. Não é a tese mais aceita, diga-se. A segunda propõe a privatização pura e simples. “Hoje, como há o que se costuma chamar de ‘realidade tarifária’ — o valor da tarifa é o de mercado, real —, a Celg voltou a ser uma empresa valiosa, um objeto de desejo de empresas nacionais e internacionais. Se comprovar um lucro anual de cerca de 2,6 bilhões, por exemplo, tende a valer, no mercado, de 6 bilhões a 10 bilhões de reais”, afirma um engenheiro especializado em energia elétrica e mercado financeiro.
No caso de venda, como é sócio da companhia, o governo de Goiás receberia cerca de 3 bilhões de reais, o que possibilitaria investimento em obras de infraestrutura — como o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera.
Porém, do ponto de vista da sociedade — dos comerciantes, das famílias —, a imagem da Celg ainda é “ruim”. O Jornal Opção perguntou a dois engenheiros da Celg: “Por que a energia ‘cai’ tanto em Goiânia?” Eles admitem que as “instalações” são velhas — daí as panes frequentes no sistema — e a manutenção é deficiente. “A Celg precisa ‘atualizar’ suas redes de distribuição”, dizem. A Eletrobrás acordou que deve investir cerca de 400 milhões de reais, este ano, na melhoria da qualidade da distribuição da energia elétrica em Goiás.

Se uma parte do PSDB, ao saber que Jayme Rincón havia saído na frente para a disputa da Prefeitura de Goiânia, reclamou horrores, como se fosse um nome da oposição, imagine com Vanderlan Cardoso. “O problema de Vanderlan é ‘Fila’”, afirma o deputado Jean Carlo. Jean Carlo avalia que, com dois candidatos a prefeito de Goiânia, a base governista tende a garantir o segundo turno.

[caption id="attachment_34451" align="aligncenter" width="620"] Jovair e Caiado contra a fusão | Fotos: reprodução / Facebook / Agência Câmara[/caption]
O senador Ronaldo Caiado e o deputado federal Jovair Arantes disputam a liderança do “campeonato de fúria”. Cada um se julga mais irritado com a possibilidade de fusão entre o DEM e o PTB.
Caiado e Jovair prometem recorrer à Justiça contra a fusão. Porém, como a ação possivelmente dará em nada, a tendência é que o senador deixe o DEM e Jovair abandone o PTB.
Na verdade, a situação de Jovair é pior que a de Caiado. Porque o “novo” PTB — sob a batuta da deputada federal Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson — ficará na oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. Isto é confortável para Caiado, mas não para Jovair, que é governista.

[caption id="attachment_22472" align="aligncenter" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Sobre a disputa pelo Diretório Regional do PSDB de Goiás há duas teses. Primeiro, o presidente deve ser um deputado, de preferência federal, para que, com seu prestígio e respeitabilidade, consiga fortalecer o partido.
Segundo, sugere-se que o presidente seja uma pessoa que não tenha mandato e, por isso, tenha disponibilidade de tempo e movimentação para articular politicamente em Goiás durante todos os dias da semana — no estilo de Paulo de Jesus, atual presidente. Há os que também sugerem que o presidente deve ser um nome histórico do partido (o deputado Giuseppe Vecci estaria operando a resistência a Alexandre Baldy).
Há quem defenda que o presidente seja o jovem deputado federal Alexandre Baldy. Porque seria um símbolo de que o partido está se renovando e valorizando aqueles que disputam eleições. Ele já teria conquistado o apoio do ex-senador e empresário Cyro Miranda.

O governador Marconi Perillo deve bancar um candidato do PSDB à sua sucessão. Por isso é quase certo, segundo deputados e secretários, que José Eliton se desfilie do PP, possivelmente em 2017, e se torne integrante do PSDB. A história estaria sendo atribuída ao deputado Roberto Balestra, desafeto de José Eliton. Mas agora chegou com força nas hostes tucanas. O candidato a governador de Goiás em 2018 será do PSDB. Portanto, José Eliton deverá se filiar-se ao partido, em 2017....

De um deputado do PMDB: “Sandro Mabel só pensa em duas coisas. Primeiro, ser vice de Iris Rezende em Goiânia. Segundo, disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia”.
Na semana passada, algumas pessoas foram pesquisadas em Goiânia pelo Instituto Fortiori. Trata-se de pesquisa de intenção de voto sobre a eleição para prefeito da capital A secretária de um deputado foi entrevista por um pesquisador.


[caption id="attachment_27264" align="alignright" width="300"] Partidos vão votar juntos | Foto: reprodução/Facebook[/caption]
“Os deputados do PPS e do PSB já estão se reunindo e garantem que vão votar juntos na Câmara”, afirma o deputado federal Marcos Abrão (PPS).
“O Partido Socialista nasce forte, com ideias e projetos para modernizar o Brasil e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros”, afirma Marcos Abrão.
O deputado goiano, por sinal, tem brilhando nas discussões sobre habitação. Ele é muito requisitado pelos colegas para expor suas ideias sobre o assunto.

A tendência é que a senadora Lúcia Vânia (PSDB) não se filie imediatamente ao PSB, ou ao PS (número 40), como está sendo chamado o novo partido que resultará da fusão do PPS com o PSB. Lúcia Vânia, que talvez não seja candidata em 2016 — deve apoiar Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia —, pode aguardar um pouco mais antes de se filiar noutro partido.

Os deputados estaduais Adib Elias e Santana Gomes são assim: fazem as pazes de manhã e brigam à tarde. São uma espécie de casal litigioso: vivem em eterna guerra fria. O fato é que Santana Gomes está conseguindo um feito: ao puxar as “brigas” para si, trava as críticas de Adib Elias e José Nelto ao governo de Marconi Perillo. A dupla Batman Elias e Robin Nelto tentou pautar Santana Gomes, mas está sendo pautada.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, com todas as letras, para um político de Goiás: “Nós não temos dinheiro nem para o governo Dilma Rousseff, imagine para os governos estaduais”.

[caption id="attachment_34435" align="aligncenter" width="620"] Foto: Denise Xavier[/caption]
Cilene Guimarães não voltou para o governo do Estado de Goiás. A ex-deputada diz que seu nome está à disposição para disputar a Prefeitura de Jataí. Seu problema é falta de estrutura.
A tendência é que seja vice de algum candidato. Ou nem dispute o pleito de 2016.
A rodovia BR-158, que passa por Jataí e vai para Mato Grosso do Sul e chega até Barra Garças, no Mato Grosso, “voltou ao pó” — é pura terra, tanto que é frequente caminhões “atolarem”. O asfalto desapareceu por falta de manutenção. O Dnit, conhecido na região como “órgão fantasma”, desapareceu.