Moradores de áreas próximas ao Lago de Serra da Mesa entraram na justiça para que não seja considerada utilidade pública as áreas de suas construções. O Jornal Opção teve acesso ao texto da petição de seis de abril deste ano onde o advogado junta documentos que buscam comprovar o decaimento da utilidade pública. As imagens na peça demonstram que as construções estão a mais de 3 metros da altura do lago e que em nenhum momento sofreu com inundações.

Ação de Furnas pede a desapropriação de diversos espaços alegando uso de propriedade pública e risco ambiental. Existe um decreto presidencial de 1976 que declara utilidade pública, para fins de desapropriação, áreas de terra e benfeitorias, necessárias à implantação de canteiro de obras e ao reservatório da usina hidrelétrica de Furnas. A lista das cidades com áreas passíveis de desapropriação contava com municípios de Goiás e de Minas Gerais. O imbróglio judicial já se arrasta por anos.

A nova petição desses moradores, representados pela ONG Amarbrasil, quer mostrar a redução das chuvas, o nível de metragem e o percentual de ocupação. Argumenta-se que não será atingida a linha máxima de 460,05 defendida por Furnas, e que por isso não seria justo a empresa pleitear essas desocupações.

Além disso, argumenta-se que ano a ano o volume de acumulação está diminuindo e que eles acredita-se que em alguns anos a área perderá completamente sua utilidade pública como reservatório. Para concluir, a petição solicita que a justiça responsabilize a companhia pelos “danos materiais e pela depredação do lago”.

A reportagem tenta contato com Furnas para mais informações. O espaço está aberto para os esclarecimentos da empresa.