Pássaros poderão ter nomes alterados por serem ofensivos; entenda

05 novembro 2023 às 14h51

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A American Ornithological Society (AOS) – a maior e mais antiga instituição dos Estados Unidos encarregada de estudo de aves na América – anunciou uma iniciativa abrangente para alterar a nomenclatura de espécies de pássaros. A entidade, fundada em setembro de 1883, por Elliott Coues, Joel Asaph Allen y William Brewster, considera tantas questões históricas quanto contemporâneas que são contribuídas para a exclusão de pessoas de cor.
Mudanças significativas buscam inovar nas questões de nomes de aves historicamente associadas a figuras do passado que são consideradas incidentes e excludentes devido ao seu envolvimento em eventos ou ações que perpetuaram o racismo e a discriminação.
Como exemplo, em 2020, a entidade renomeou um pequeno pássaro canoro que era associado a John P. McCown – um naturalista amador, que se tornou general do Exército Confederado durante a Guerra Civil dos EUA. Assim, o nome do pássaro passou a estar ligado a um passado doloroso de escravidão e racismo.
Metodologia
Para abordar essa questão de maneira abrangente, a AOS planeja implementar três mudanças fundamentais em suas operações.
Em primeiro lugar, todos os nomes em inglês de aves em sua jurisdição que foram nomeados após indivíduos ou termos considerados ofensivos e excludentes serão alterados.
A organização também estabelecerá um novo comitê responsável por supervisionar a atribuição de nomes comuns em inglês para as espécies de aves sob sua jurisdição. Esse comitê garantirá uma representação diversificada de seus membros, refletindo um compromisso com a equidade e a inclusão.
Participação
A mudança não se limita apenas aos especialistas e pesquisadores, pois a AOS também planeja envolver ativamente o público no processo de seleção de novos nomes em inglês para as aves.
A AOS lançará um programa piloto em 2024, que buscará desenvolver uma nova abordagem aberta, para uma rigorosa renomeação de aves.
Segundo a instituição, o intuito é criar uma estrutura de nomenclatura mais inclusiva, que se afaste das convenções do passado que estavam manchadas de racismo e misoginia. O foco será direcionado para as próprias aves, ao promover uma abordagem mais equitativa e respeitosa na escolha de nomes para essas criaturas aladas.
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