Mudanças climáticas podem afetar o agronegócio

17 julho 2024 às 13h00

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Um relatório elaborado por especialistas brasileiros destacou a contribuição crucial do setor agrícola para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, representando mais de um quarto da economia nacional. No entanto, o documento alerta para os impactos ambientais significativos decorrentes das práticas intensivas. Um situação que pode até mesmo prejudicar a própria produção do agronegócio.
Coordenado pelo professor Gerhard Ernst Overbeck, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), o estudo aponta os desafios críticos da agricultura. Entre eles, as mudanças climáticas e à conservação da biodiversidade. O desmatamento na Amazônia, por exemplo, não só contribui, mas ameaça a sustentabilidade da produção agrícola.
Segundo o docente da Universidade Federal de Goiás (UFG), Nilson Clementino Ferreira, as mudanças climáticas são perigosas para os agricultores. Em entrevista para o Jornal Opção, o professor ressalta que é necessário um clima favorável para uma boa safra. Por isso, problemas como secas ou chuvas prolongadas podem afetar a produção agrícola.
“Para o agricultor, isso pode ser tornar uma loteria, com secas ou períodos de chuva prolongados. Por exemplo, dependendo da situação climática, isso pode interferir até no crédito e financiamento desses agricultores. Fora a possibilidade de prejuízo nas safras”, explica o professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA) da UFG.
Ferreira também destaca que o aumento de temperatura também pode ser um problema gravíssimo para a produção agrícola. “Aumento de temperatura é verdadeiramente um desastre. Por exemplo, em Goiás, isso pode diminuir a área viável para o plantio de soja para menos da metade da atual porque a planta precisa de uma faixa de temperatura para se desenvolver”, explica.
Estudo completo
O relatório completo do Sumário para Tomadores de Decisão do Relatório Temático sobre Agricultura, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos está previsto para ser divulgado no início de setembro. A expectativa é de que o material sirva como base para políticas públicas e decisões estratégicas relacionadas à sustentabilidade e ao uso responsável dos recursos naturais no país.
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