COMPARTILHAR

A cidade de Belém (PA) será o centro das atenções mundiais a partir do dia 10 de novembro, quando começa a COP30, conferência sobre mudança climática da ONU (Organização das Nações Unidas). O evento reunirá 191 países credenciados, segundo a CEO da conferência, Ana Toni, que confirmou também a expectativa de participação de governos, organizações internacionais e representantes da sociedade civil.

A COP30 acontece em um momento decisivo para as negociações globais sobre o clima. Os países deverão apresentar novos planos nacionais de metas climáticas (NDCs) para o período pós-2025, com compromissos mais ambiciosos de redução de emissões, adaptação e financiamento climático. Também estão em pauta a transição energética justa, o papel das florestas tropicais — como a Amazônia — e o fortalecimento das ações de preservação ambiental em países em desenvolvimento.

A conferência é vista como uma oportunidade para o Brasil reafirmar sua liderança ambiental e promover o debate sobre sustentabilidade na região amazônica, considerada essencial para o equilíbrio climático global. Segundo Ana Toni, o país pretende dar destaque à participação de povos indígenas, comunidades tradicionais e setores mais vulneráveis da população, que vivem diretamente os impactos das mudanças climáticas.

O evento será realizado no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, com estrutura ampliada para receber chefes de Estado, diplomatas, pesquisadores e ONGs. De acordo com a organização, o governo brasileiro garantiu cerca de 53 mil leitos entre hotéis, hospedagens alternativas e embarcações adaptadas, para acomodar participantes de todas as delegações.

Apesar da mobilização, a infraestrutura e os custos de hospedagem têm sido alvo de atenção da ONU e de países em desenvolvimento, que alertam para as tarifas elevadas em Belém durante o período do evento. O governo brasileiro informou que trabalha para manter condições adequadas e assegurar acesso equitativo à conferência, considerada a maior já realizada na Amazônia.

Entre os desafios da COP30 está a integração entre economia e meio ambiente, buscando conciliar crescimento com redução das emissões de gases de efeito estufa. A transição dos combustíveis fósseis, a ampliação do financiamento climático e o cumprimento dos acordos internacionais firmados nas últimas COPs devem dominar as discussões.

Belém sediará pela primeira vez uma conferência do clima da ONU. A escolha da capital paraense carrega forte simbolismo político e ambiental, representando o papel das florestas tropicais e dos países do Sul Global na agenda climática mundial. Para a diplomacia brasileira, sediar a COP30 é uma chance de fortalecer o protagonismo do país e de demonstrar resultados concretos na proteção da Amazônia e no combate ao desmatamento.

A expectativa é de que a COP30 reúna mais de 60 mil participantes, entre delegações governamentais, empresas, pesquisadores e representantes da sociedade civil. O evento ocorrerá até o dia 21 de novembro e deverá encerrar com a divulgação de um documento conjunto, reunindo compromissos e propostas para conter o avanço das mudanças climáticas.

Leia também: Países pedem mudança de sede da COP-30 após problemas com preços abusivos de hotéis