A Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (ARCA), em conjunto com mais de 30 entidades, promove neste sábado, 28, às 16h, a Marcha por Justiça Climática. O ponto de encontro será no Parque Vaca Brava, no Setor Bueno. Os organizadores abordarão quatro temas principais no evento:

  • Desmatamento zero com recuperação ambiental;
  • Fortalecimento dos órgãos ambientais;
  • Responsabilização criminal dos envolvidos em queimadas;
  • Promoção de agroflorestas e redução do uso de agrotóxicos.

O presidente da ARCA, Gerson Neto, destaca a importância da expressão “Justiça Climática”, pois ela evidencia o impacto social da crise ambiental. “O calor afeta a todos, mas, obviamente, de forma desigual”, observa Gerson.

Ele ressalta que algumas pessoas têm acesso a recursos, como ar-condicionado e a possibilidade de comprar água quando há falta na distribuição pública. Já as populações mais pobres não conseguem se proteger da mesma forma. “Os mais vulneráveis são os que sofrem mais com o calor e com doenças associadas, como hipertermia, problemas respiratórios e contaminação por água poluída”, explica.

Gerson Neto também destaca que a ARCA acompanha o colapso climático com grande preocupação e busca apontar caminhos para evitar que a sociedade também entre em colapso. “Esta manifestação surgiu de uma articulação recente entre entidades e ativistas do movimento ambientalista, com a participação tanto de jovens quanto de pessoas com longa trajetória no movimento, motivados pela urgência da crise climática.”

Pesquisadores do IDESA monitorando desmatamento na bacia do Rio Paranaíba l Foto: Arquivo pessoal

Ele relembra que, em 2019, a ARCA realizou duas manifestações contra as queimadas na Amazônia, também no Parque Vaca Brava. Em 2022, a associação organizou outro ato após os assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira. “Agora, com o calor extremo e uma onda de manifestações nas cidades brasileiras lideradas pela Coalizão pelo Clima, decidimos convocar esta marcha em Goiânia”, afirma.

Por fim, Gerson Neto reforça que essa luta é de toda a sociedade. “Todos devem se preocupar. Meu receio é que algumas pessoas se protejam de forma egoísta, sem pensar no próximo”, alerta. Ele aponta que, se o cenário atual continuar, a sociedade pode enfrentar conflitos perigosos, semelhantes aos retratados em “Mad Max”, com grupos disputando escassos recursos, como água potável e alimentos, sem um governo central para coordenar ações.

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