Morre aos 86 anos Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália

12 junho 2023 às 07h23

COMPARTILHAR
Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro da Itália e ex-proprietário do Milan, faleceu nesta segunda-feira, 12, aos 86 anos de idade, pela manhã. Berlusconi estava sob cuidados médicos no hospital San Raffaele, em Milão, acompanhado por sua esposa, Marta Fascina, e seus filhos, de acordo com relatos da imprensa italiana.
O ex-primeiro-ministro italiano foi diagnosticado com leucemia e nos últimos meses também lutava contra uma infecção pulmonar. Em 5 de abril, ele foi internado para receber tratamento para a doença e permaneceu hospitalizado por mais de um mês.
Após três dias, Berlusconi foi hospitalizado novamente para realizar exames de rotina, porém seu estado de saúde deteriorou rapidamente.
Nascido em 1936 em Milão, Silvio Berlusconi iniciou sua carreira como cantor (“crooner”) em um navio de passageiros quando era jovem, como forma de custear seus estudos. Ele obteve sua formação em direito.
Berlusconi foi primeiro-ministro da Itália por quatro vezes e desempenhou um papel político proeminente no país, sendo uma figura controversa e marcante ao longo de sua vida.
Legado
O magnata construiu seu patrimônio com a holding de mídia Fininvest, na década de 1970, antes de entrar para a política, na década de 90. Ele também foi dono do AC Milan, time de futebol italiano.
No final dos anos 1970 e 1980, ele contornou o monopólio da TV estatal da Itália, RAI, criando uma rede qual as estações locais exibiam a mesma programação. A RAI e a Mediaset representavam cerca de 90% do mercado nacional em 2006.
Berlusconi tinha uma fortuna de quase US$ 7 bilhões (cerca de R$ 34 bilhões), segundo a última atualização do ranking de bilionários da Forbes, e era o 5º mais rico da Itália. No ranking mundial da Forbes, era o 348º mais rico.
Política
Berlusconi criou seu próprio partido, o Força Itália, e chegou ao poder em 1994, após a operação de combate à corrupção Mãos Limpas dizimar o establishment político italiano.
Em 2001, ele voltou ao cargo, no qual permaneceu até 2006, quando perdeu por pouco a eleição para o líder de centro-esquerda Romano Prodi, ex-presidente da Comissão Europeia. À época, a Itália era ridicularizada como “o homem doente da Europa”, em razão do crescimento econômico nulo e do déficit em alta.
Em 2008, Berlusconi assumiu seu último mandato e renunciou em 2011, quando os mercados financeiros perderam a confiança na sua capacidade de impedir que a Itália sucumbisse à crise econômica.
O italiano esteve no centro de uma série de investigações e julgamentos, quase todos abertos depois que ele entrou na política em 1994. Ao todo, ele enfrentou 35 processos criminais, mas obteve apenas uma condenação definitiva.