Uma ação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter um impacto significativo na composição das bancadas de deputados federais em todo o Brasil. Para Goiás, caso seja acatado novo entendimento sobre o cálculo de sobras eleitorais, a deputada federal Marussa Boldrin (MDB) poderá ser substituída pelo ex-deputado estadual Delegado Teófilo (Patriota). Mas, a decisão pode não retroagir. 

“Qualquer mudança nesse momento traria uma insegurança jurídica muito grande para nosso país. O caminhar político e as construções das pautas nacionais já começaram”, salienta Marussa Boldrin. “Inclusive, por esse entendimento o voto do relator Lewandowski aponta para a manutenção de como estamos agora e qualquer nova interpretação valerá de 2024 para frente,” acrescenta.

O questionamento junto ao STF foi feito pelos partidos PP, Rede, PSB e Podemos. Eles contestam a lei de 2021 que limita o acesso às sobras eleitorais a legendas que obtiveram 80% do quociente eleitoral e candidatos com 20%. De acordo com as ações, essas exigências ferem o pluralismo político e a igualdade de chances.

Ministério Público

Nesse sentido, o procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se favorável à tese apresentada pelo PSB-DF em disputa das chamadas sobras para as vagas de deputado federal. Assim, se a decisão dos ministros for favorável à tese, isso pode beneficiar Teófilo. Ele obteve 37 mil votos para uma vaga na Câmara dos Deputados, sendo o mais votado do seu partido. Vale lembrar que o relator da ação era o ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou recentemente.