Um grupo de estudantes cotistas da Universidade Federal de Goiás (UFG) se reuniu nesta segunda-feira, 21, no Câmpus Samambaia, em Goiânia, para cobrar um posicionamento da universidade sobre uma decisão judicial que tirou de uma cotista o acesso a uma vaga para professor da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). 

A vaga em questão é da doutora em Comunicação Audiovisual pela Universitat Autónoma de Barcelona, da Espanha, Gabriela Marques Gonçalves, que disputava a oportunidade, classificada no edital como cotista. Ela ficou entre os cinco aprovados, na terceira posição. Como havia a reserva para pessoas negras, ela foi declarada vencedora e nomeada. 

Porém, o doutor em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Rodrigo Gabrioti de Lima, concorrente que havia ficado em primeiro lugar, recorreu à Justiça e conseguiu uma medida cautelar até que a questão seja julgada. Ele assumiu o cargo, sendo nomeado na última quarta-feira, 17.

Para cobrar uma posição da universidade, os estudantes fizeram cartazes em defesa das cotas com frases como: “Justiça não é cega, ela é racista”, e “não aceitamos professor racista”. O grupo também pretende fixar cartazes na universidade chamando atenção para a questão. 

Determinação

O juiz Urbano Lela Berquó Neto acatou o pedido dos advogados de Lima, após eles argumentarem que por se tratar de apenas uma vaga para o cargo, a UFG não poderia estipular a reserva. No entanto, a universidade se baseia em um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a medida se aplica, pois o concurso tinha número global de vagas igual a 15, considerando os outros 14 cargos distintos. 

O Jornal Opção procurou a UFG na tarde desta segunda-feira para saber o posicionamento da universidade, mas não obteve resposta até a publicação deste matéria.