Sediada em Brasília, uma construtora ajuizou uma ação na Justiça do Distrito Federal para cobrar a devolução de R$ 1,1 milhão. Os advogados alegam que o valor foi pago à advogada Catarina Buzzi, filha do ministro Marco Buzzi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No documento, a empresa cita que o pagamento foi feito por uma “consultoria jurídica” que nunca foi prestada.

No processo consta que a Indústria de Mineração e Construção Brasil pagou R$ 220 mil ao escritório de Catarina. O restante do dinheiro teria sido repassado para duas contas bancárias. Uma no nome de uma administradora empresarial e outra de uma banca de advocacia parceira da filha do ministro. As informações são do site Metrópoles.

A construtora cita que contratou Catarina para prestar serviços de “assessoria e consultoria jurídica”. O serviço seria para uma disputa judicial relacionada à aquisição de um imóvel dos Correios em leilão, no valor de R$ 6,3 milhões. Esse caso está em tramitação na Justiça Federal de Minas Gerais.

Marco Buzzi, pai da advogada, julgou outros processos relacionados a sócios da própria construtora. Em um deles, o magistrado recusou recursos apresentados pela empresa. Diante disso, ele foi acionado por advogados da construtora para que se declarasse suspeito devido à suposta dívida de sua filha.

A ação de cobrança foi protocolada em julho deste ano na 6ª Vara Cível de Brasília, na qual a construtora anexou prints de supostas mensagens de WhatsApp que detalham o contrato e os pagamentos realizados. O valor corresponderia a 19% do montante da causa, conforme alegado pela empresa. Além disso, a construtora destaca que todo o pagamento foi realizado antecipadamente.

Ministro e filha

Ao Metrópoles, Catarina Buzzi rechaçou que tenha recebido qualquer pagamento e classificou a acusação como fantasiosas que serão desmentidas perante a Justiça. “Lamentamos que esse tipo de denúncia vazia, destinada a constranger a honra e a imagem de advogados, continuem a repercutir”, acentuou. Uma nota também foi elaborada, nela a advogada contesta a veracidade de mensagens de WhatsApp anexadas ao processo: “São forjadas”, cita.

A assessoria do STJ respondeu pelo ministro Marco Buzzi. A Corte enfatizou que os recursos apresentados pela empresa foram negados, o que afasta qualquer suposição de favorecimento. A assessoria explicou que o pedido de suspeita do ministro foi recebido pelo gabinete apenas na tarde do dia da publicação da notícia e será analisado oportunamente.

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