O sertanejo Gusttavo Lima está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco suspeito de lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Integration, que investiga a prática de jogos ilegais. Agora o destino da investigação está nas mãos do Ministério Público, que deve decidir se aceita as denúncias feitas no indiciamento do dia 15 de setembro e se leva Gusttavo Lima à Justiça.

“Não há qualquer indício de lavagem de dinheiro e organização criminosa”, disseram os advogados de defesa do cantor, ao Fantástico.

Em relação aos R$ 150 mil apreendidos na sede da Balada Eventos e Produções, empresa do cantor, em Goiânia, os advogados afirmaram que o montante seria utilizado para pagamento de fornecedores. Quanto às 18 notas fiscais, emitidas em sequência no mesmo dia por outra empresa de Gusttavo Lima e relacionadas a pagamentos para a Pix 365 (empresa investigada), a defesa esclareceu que os valores foram devidamente declarados e os impostos quitados.

“As referidas 18 notas fiscais foram emitidas por ela [empresa do cantor] para o recebimento dos valores pelo uso de imagem do cantor, conforme contratos assinados em 2022 com a Pix 365. Como não havia nenhum outro contrato de uso de imagem vigente, não foram emitidas outras notas fiscais, o que explica o fato de as notas para a Pix 365 serem sequenciais”, declarou a defesa de Gusttavo Lima.

Sobre a venda de uma aeronave, realizada duas vezes para a empresa de um dos investigados, os advogados alegaram, ao Fantástico, que os contratos foram firmados entre as empresas e seus representantes legais, não havendo indícios de lavagem de dinheiro. Além disso, a defesa também destacou que a polícia desconsiderou a data do distrato de uma das transações.

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Gusttavo Lima e o crime para atrair likes

A defesa rejeitou ainda a suspeita de que Gusttavo Lima seria sócio oculto da empresa de apostas Vai de Bet. Segundo os advogados, o contrato investigado confere ao cantor o direito a 25% de uma eventual venda da marca.

Em relação à proximidade entre Gusttavo Lima e José André da Rocha Neto, outro investigado na operação, a defesa afirmou que a ligação entre os dois é estritamente comercial, tendo o empresário participado de alguns eventos junto ao cantor, que atuava como embaixador da Vai de Bet. Os advogados esclareceram, por fim, que Rocha Neto e sua esposa, Aissla, deixaram o navio onde Gusttavo Lima comemorava aniversário na Grécia antes do início da Operação Integration, retornando ao Brasil sem o casal.

Prisão de Rocha Neto na Grécia

A defesa de José André da Rocha Neto afirmou que as notas fiscais emitidas sequencialmente pela Pix365 para a empresa de Gusttavo Lima referem-se à prestação de serviços publicitários do cantor à Vai de Bet, empresa de apostas da qual Rocha Neto é responsável. Em relação à negociação de aeronaves, os advogados explicaram que Rocha Neto utilizou um helicóptero como parte do pagamento para a aquisição de um jatinho da Balada Eventos, empresa ligada ao sertanejo.

Sobre sua movimentação financeira, Neto ressaltou que possui uma ampla rede de negócios, destacando que sua família construiu e expandiu sua fortuna no ramo da construção civil ao longo de décadas. Hoje, ele e sua esposa estão à frente da Vai de Bet, segundo a defesa. No que diz respeito à participação de Gusttavo Lima na Vai de Bet, Rocha Neto esclareceu que o cantor tem apenas direito a 25% da marca em uma possível venda, mas nunca foi sócio formal nem participou da gestão da empresa.

Rocha Neto ainda acrescentou que seu primeiro contato com Gusttavo Lima ocorreu no contexto de uma parceria comercial, na qual o cantor foi convidado para ser o embaixador da Vai de Bet. Em razão dessa associação, o casal participou de eventos ao lado do cantor, como a comemoração de aniversário do sertanejo, na Grécia. Foi durante essa viagem que a prisão de Rocha Neto e sua esposa foi decretada, mas ambos não se apresentaram às autoridades.

Darwin Filho nega

Darwin Filho nega qualquer relação com o jogo do bicho. Segundo o investigado, envolvido na compra do avião da empresa de Gusttavo Lima, a transação está dentro dos limites da Lei. Filho afirma que a quebra de sigilo bancário estabelecida pela Justiça é o suficiente para comprovar as informações compartilhadas.