Relatório da ONU revela aumento de violência sexual em decorrência de conflitos armados em 2023
20 abril 2024 às 17h07
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Em 2023, a violência sexual em decorrência de conflitos intensificou-se globalmente, conforme um relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU). O relatório foi divulgado na sexta-feira, 19. O documento cita especificamente as agressões sexuais cometidas pelas forças israenses na Cisjordânia e violações alarmantes contra reféns na Faixa de Gaza pelo Hamas.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, destacou que a emergência de novos conflitos e a escalada dos já existentes têm exposto as populações civis a níveis crescentes de violência sexual. Estas práticas, que incluem violação, escravatura sexual e casamento forçado, são usadas como tácticas de guerra e terrorismo.
De acordo com o levantamento, a violência tem afetado principalmente mulheres e meninas, mas também homens, rapazes e pessoas de diversas identidades de gênero, sendo comum em locais de detenção. No caso da Cisjordânia, relatórios da ONU confirmam agressões sexuais durante detenções por forças israelitas, o que inclui espancamentos e humilhações.
Além disso, segundo a entidade, há evidências convincentes de violações e torturas sexuais cometidas pelo Hamas contra mulheres e crianças durante seu cativeiro em Gaza. Estes abusos foram documentados durante os ataques em 7 de outubro. No entanto, as preocupações são que as violências possam continuar.
Diante desses fatos, Guterres apelou para que a questão da violência sexual seja considerada em todos os acordos políticos e de cessar-fogo. Ele também instou o governo israelita a tratar os detidos com humanidade e a permitir investigações completas das Nações Unidas sobre todas as alegações de abusos, para assegurar que os responsáveis sejam levados à Justiça.
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