*com informações de Cilas Contijo

O primeiro Centro de Competências Farmacêuticas (CCF) foi inaugurado em Anápolis na manhã desta segunda-feira, 4. Idealizada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), a unidade contribuirá com o desenvolvimento do setor em Goiás, por meio de capacitações, simulações em operação, manutenção e pesquisas com tecnologias avançadas.

“Goiás é o segundo maior fórum de fabricante genérico e a indústria farmacêutica de Anápolis é muito expressiva, então o Centro vai potencializar o atendimento em todo o Estado. A Fieg, através do Senai, vai ter um outro patamar, uma outra condição de atender, seja na formação, capacitação ou indução de novas tecnologias”, explicou o diretor regional do Senai, Paulo Vargas.

De acordo com ele, com o novo Centro, será possível capacitar até duas mil pessoas por ano em diferentes cursos e modalidades de atendimento. A intenção é oferecer cursos de graduação e pós-graduação para funções como operador de máquina, operador de processo, por meio de curso de quadrificação ou curso de técnico. Segundo Vargas, o centro destina-se a atender a todas as empresas do setor farmacêutico.

Com a inauguração, a expectativa é aproximar cada vez mais o aprendizado técnico de ponta da situação real de trabalho. Atendendo à indústria farmacêutica e sua diversificada cadeia produtiva de forma integral, o projeto abrange desde as etapas de planejamento e produção até o controle de qualidade dos produtos acabados.

Centro de Competências Farmacêuticas (CCF), em Anápolis. | Foto: Senai Goiás

Natural de Anápolis, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Romison Rodrigues Mota, também esteve na inauguração. Ele destacou a importância de equipes compostas por profissionais capacitados e treinados para que medicamentos de qualidade chegam aos pacientes.

“Sabemos que para garantir a fabricação de medicamentos com a devida qualidade é necessário o cumprimento das boas práticas de fabricação em todo o processo de produção e em seus sub-processos que envolvem, por exemplo, instalações, controle de materiais, documentação e arrastabilidade do produto”, explicou Romison.

O diretor da Anvisa ainda fez um apelo sobre a saída de empresas farmacêuticas do país (como aconteceu nos últimos anos) para produzir em outros locais. “Nós não podemos deixar que o nosso país seja apenas um detentor de registro de produtos”, completou.

Possível parceria com o Governo de Goiás

Segundo o presidente da Fieg, Sandro Mabel, a expectativa é de uma possível parceria com o Governo de Goiás. “Nós estamos esperando que eles façam a parceria, ainda não fizeram não, mas a expectativa é grande para que a gente possa fazer o nível médio. O estado vem contratar o Senai para poder pegar os alunos que estão aí. Por exemplo, um nível médio que sai sem uma formação profissional, poderá ter essa formação” explicou.

Almiro Martins da Silva Neto, supervisor técnico do Senai, destacou que o Heno Jácomo Perillo, inaugurado em Anápolis, é o primeiro centro voltado à indústria farmacêutica brasileira. Com uma área de 350 m², o local possui 5 salas especializadas. Nesses espaços, há a área de matéria-prima, de pesagem, de manipulação, de compressão e controle de qualidade, como é na indústria farmacêutica.

“É importante ressaltar que temos estruturas semelhantes, mas não na linha farmacêutica, em países como a Alemanha, como Israel, como a Índia, como Estados Unidos. Aqui no Brasil, nós temos centros de competências na USP, na área automotiva, no ITA, na área de manufatura avançada. Então, trouxemos para o Senai o mesmo conceito, que é o Centro de Competências inédito, voltado ao segmento farmacêutico”, concluiu.

Indústrias farmacêuticas em Goiás

  • Goiás tem, atualmente, 29 empresas dedicadas à indústria de medicamentos e dispositivos médicos;
  • Possui importadores de matérias-primas e medicamentos acabados, fracionadores de matérias-primas, fabricantes de medicamentos em geral, inclusive homeopáticos, e produtos diversos para saúde;
  • Arranjo Produtivo Local é responsável pela produção de 80% do consumo de cartonagens, rótulos e bulas;
  • Ainda no APL farmacêutico, há produção de cápsulas gelatinosas duras, bisnagas de alumínio; e Porto Seco Centro-Oeste para desembaraço de importações, com vários prestadores de serviços qualificados.