O presidente do Atlético-GO, Adson Batista, usou as redes sociais na noite de terça-feira, 29, para tecer críticas após o primeiro debate entre os candidatos à presidência da República, realizado pela Rede Bandeirantes, TV Cultura, Uol e Folha de S. Paulo. Por meio de sua conta no Twitter, ele criticou os jornalistas em geral, incluindo a apresentadora Vera Magalhães, e a senadora Simone Tebet, candidata do Movimento Democratico Brasileiro (MDB) para disputar o pleito.

“Vocês acham que jornalistas são deuses. Essa mulher (Vera Magalhães) é uma esquerdista que acusa um presidente sério e honrado sem provas. Vergonha”, disse Adson. A publicação foi uma resposta a um tweet do diretor nacional de jornalismo da Rede Bandeirantes, Fernando Mitre, que criticava o presidente Jair Bolsonaro e defendia Magalhães.

Em outra publicação, Batista chamou Tebet de “vitimista idiota” e “senadora rídicula” quando a parlamentar também se posicionou em defesa da apresentadora do programa “Roda Viva”, da TV Cultura. O dirigente justificou que as ações da jornalista geraram uma reação de Bolsonaro e que não houve ataque porque “mulheres e homens são iguais”.

Em contato com o Jornal Opção, o Atlético, por meio de sua assessoria, se manifestou dizendo que o perfil no Twitter do dirigente é pessoal. “A conta é do presidente Adson Batista e não institucional, e ele usa ela para dar as opiniões dele”, disse o clube.

Respostas

Ainda no Twitter, Gabriela Moreira, repórter do Globo Esporte e do canal SporTV, respondeu o dirigente do Atlético relembrando o caso Valério Luiz. “Presidente, jornalistas não são deuses, não. Na sua cidade e no seu clube eles são assassinados covardemente. Segundo o Ministério Público e a Polícia, pelo seu padrinho político. Deuses no seu mundo, infelizmente, são os mandantes que até agora, 10 anos depois, ainda não foram julgados”, comentou a redatora.

Por meio do Instagram, Valério Luiz Filho também fez uma postagem no qual criticou os tweets escritos pelo diretor do time e ainda citou a resposta da repórter da Rede Globo. “Foi bem colocado no seu lugar pela jornalista Gabriela Moreira , da SporTV Rio, que lembrou dos dez anos de impunidade do covarde e brutal assassinato do jornalista Valério Luiz”, disse o professor.

Procurado pelo Jornal Opção, ele também comentou que as falas só “aumentam a indignação, disposição e convicção de levar esse caso para um julgamento rápido”. “Hoje, Adson Batista é a principal linha de defesa dos advogados de Maurício Sampaio, que o meu pai não criticava o Sampaio, mas criticava o Adson. Ele está aceitando ser utilizado como a principal estratégia de defesa no júri. Declarações como essas mostram claramente a disposição dele, o que ele é e o que ele pensa sobre os jornalistas”, afirmou.