Goiânia tem mais mulheres do que homens como chefes de família
25 outubro 2024 às 12h27
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O Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira, 25, revela mudanças no perfil dos responsáveis pelos lares em Goiás. Em um estado com 7 milhões de habitantes, aproximadamente 2,6 milhões ocupam o papel de chefe de domicílio. Embora os homens ainda sejam maioria (53,3%), as mulheres aumentaram sua representatividade em comparação a 2010, destacando uma transformação no cenário familiar goiano e, em especial, em Goiânia, onde o número de mulheres responsáveis por domicílios já supera o de homens.
Além da questão de gênero, o levantamento também expõe uma crescente diversidade na composição familiar, com um aumento de domicílios unipessoais e uma mudança na forma como as famílias goianas se estruturam.
Em 2022, Goiás mostrou uma proporção quase equilibrada entre homens e mulheres responsáveis por domicílios, com 1,4 milhão de homens (53,3%) e 1,2 milhão de mulheres (46,7%). Essa representatividade feminina nos domicílios goianos avançou consideravelmente desde 2010, quando o percentual de homens responsáveis era de 63,3%, em contraste com apenas 36,7% de mulheres.
No entanto, Goiânia, apesar de concentrar o maior número de mulheres como responsáveis pelos lares (275.006), ainda figura entre as capitais com menor percentual de chefia feminina. Com 50,05% dos domicílios tendo mulheres como principais responsáveis, a cidade permanece atrás de outras capitais em termos de liderança feminina em lares.
Outro aspecto revelado pelo Censo de 2022 é o aumento na idade média dos responsáveis pelos domicílios goianos. Cerca de 63,7% dos responsáveis têm mais de 40 anos, um aumento em relação a 2010, quando esse grupo representava 58,1% do total. Essa mudança na faixa etária pode estar ligada a diversos fatores, incluindo o envelhecimento da população e a estabilização econômica, que favorece a manutenção da residência em uma idade mais avançada.
O Censo também analisou a diversidade racial e étnica dos responsáveis por lares goianos. A maioria dos responsáveis em 2022 se identificou como parda, correspondendo a 53,3% do total, o que representa um aumento em relação a 2010, quando este grupo era de 48%. A população branca corresponde a 35,3% dos responsáveis, enquanto 10,9% se identificam como pretos. Já as pessoas que se declararam de raça amarela ou indígena somam 0,5%.
A composição dos lares goianos
O Censo 2022 também traz informações sobre a composição dos lares em Goiás. O formato nuclear, ou seja, com a presença apenas de um casal ou um casal com filhos, continua a ser predominante, presente em 64,29% dos domicílios. No entanto, houve um aumento de lares unipessoais, agora representando 19,75% das residências, frente a 13,3% em 2010. Ao todo, quase metade dos lares (49,25%) em Goiás são habitados por duas pessoas ou menos.
Os dados revelam transformações nos modelos de convivência dos responsáveis pelos lares goianos. Observou-se uma queda nos domicílios com responsáveis casados com cônjuges de sexo diferente, passando de 65,1% em 2010 para 58,0% em 2022. Em contrapartida, houve um aumento nos lares onde os responsáveis vivem com cônjuges do mesmo sexo, saltando de 0,1% para 0,5%. Os lares com responsáveis que vivem sem cônjuges também aumentaram, representando agora 41,5% do total, em comparação com 34,8% na pesquisa anterior.
Ainda sobre a estrutura familiar, o Censo de 2022 aponta para uma queda no número de lares em que o responsável vive com cônjuge e filhos, que passou de 38,5% em 2010 para 28,8% em 2022. Em contraste, os domicílios onde o casal reside sem filhos aumentaram de 17,7% para 21,7%.
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