Apesar do Plano Diretor de Goiânia ter sido aprovado no início do fevereiro de 2022, várias leis complementares precisaram ser votadas individualmente. Durante os últimos dois anos, a maior parte dessas regulamentações foi aprovada pelos vereadores e já sancionadas. Só que ainda faltam matérias que podem tramitar apenas na próxima gestão.

Por exemplo, o Código Ambiental pode ser uma das pautas para a próxima legislatura. O texto hoje está em análise na Casa Civil de Goiânia, mas sem previsão de envio para a Câmara Municipal. Desde a sua fundação em 1933, a capital não conta com uma legislação ambiental específica própria.

Outra matéria que também está sem previsão de tramitação é a Lei do Uso e Ocupação do Solo Rural, com pelo menos 1 ano e meio de atraso. A matéria depende de um relatório produzido pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Entretanto, o professor responsável pelo relatório aponta que faltava a liberação do Paço Municipal e de recursos.

Entre as 16 leis complementares do Plano Diretor previstas, ainda restam três para serem aprovadas. Além do Código Ambiental e da Lei do Uso e Ocupação do Solo Rural, Lei a Habitação de Interesse Social (HIS) também não apreciada.

Leis complementares aprovadas

  • Código Tributário – Aprovado em 2022, a nova legislação que trata sobre todas normas envolvendo tributos municipais já está vigor na capital desde o início de 2023;
  • Parcelamento do solo para fins urbanos, suas modificações e a unificação de imóveis, situados na Macrozona Construída do Município de Goiânia – Em vigor desde o ano passado, a matéria estabelece as regras para criação e modificação de loteamentos;
  • Código de Obras e Edificações – A lei estipula normas técnicas para qualquer construção em Goiânia, seja projeto ou a fiscalização de obras, e também está em vigor desde 2023;
  • Lei de Atividades Econômicas – Em vigor desde o final de 2022, a legislação regulamenta as normas de controle das atividades econômicas em Goiânia;
  • Lei da Transferência do Direito de Construir (TDC) – Outra que foi aprovada ainda em 2022, a regulamentação trata do direito do proprietário de um imóvel para transferir o seu potencial construtivo em outro local, vendê-lo ou doá-lo, se houver alguma restrição no local de origem;
  • Estudo de Impacto de Vizinhança (EIC) – Sancionado no início deste ano e já em vigor, o EIC é um instrumento para controle do planejamento urbano, uma ferramenta para a ocupação do solo no município;
  • Estudos de Impacto de Trânsito (EIT) – Assim como EIC, o EIT está sancionado e em vigor desde 2024, sendo um mecanismo de regulamentação do planejamento urbano, só que voltado para questões de mobilidade e trânsito;
  •  Lei de Áreas de Interesse Social (AEIS) – A lei trata sobre imóveis que podem ser destinados para a promoção de políticas habitacionais no município desde a sua aprovação no último ano;
  • Código de Posturas – Em vigor desde o final de janeiro, a legislação é a mais importante do Plano Diretor e regula todas as normas disciplinadoras envolvendo as atividades econômicas, desde o horário de funcionamento até a regras de higiene necessárias;
  • Plano Diretor de Arborização – A legislação em vigor desde janeiro trata sobre a política de plantio, preservação, manejo e expansão da arborização na capital. Por exemplo, a matéria tratou sobre a questão de remoção de árvores perigosas para o trânsito, por conta de terem frutos que deixam o asfalto escorregadio quando caem no chão, como jamelão;
  • Outorga Onerosa do Direito de Construir – Caso o proprietário de um imóvel deseje construir algo além do permitido em determinada região urbana, a lei em vigor desde janeiro permite a possibilidade da obra. Só que é necessário que ele preste uma contrapartida ao município, seja em bens, obras ou serviços;
  • Ocupação de Vazios Urbanos – Outro projeto que entrou em vigor no início do ano foi a matéria que trata sobre as adequações e penalidades dos espaços não construídos na capital, com o objetivo de incentivar a sua ocupação e evitar gentrificação;
  • Plano de Mobilidade – Aprovado via decreto municipal em abril, o Plano de Mobilidade trata sobre todas questões envolvendo o trânsito no munícipio e a sua sanção era prevista pela Política Nacional de Mobilidade Urbana.

Leis complementares não aprovadas

  • Habitação de Interesse Social (HIS) – A matéria é a única das que faltam que está em tramitação na Câmara, ela regula os parâmetros urbanísticos previstos para habitações desse tipo na capital. Atualmente o texto está na Comissão de Habitação, Urbanismo e Ordenamento Urbano (CHUOU);
  • Lei do Uso e Ocupação do Solo Rural – Com quase dois anos de atraso, a matéria vive um imbróglio entre a Prefeitura de Goiânia e a UFG. Enquanto o Paço diz que já foi liberado a entidade produzir o relatório, o professor responsável afirma que ainda não houve liberação para análise da matéria que trata sobre a demarcação de espaços na zona rural que podem ou não ser utilizados para determinadas atividades econômicas;  
  • Lei Ambiental – Goiânia nunca teve um Código Ambiental próprio, sendo que a cidade adotava a legislação de Brasília e também registrava leis a respeito no Código de Posturas. Com a aprovação, a capital poderá juntar todas as normas em uma única legislação própria. Atualmente o texto está em análise na Casa Civil de Goiânia.

Leia também:

Plano de Mobilidade Urbana vai resolver os problemas no trânsito de Goiânia?

Sancionado, novo Código de Posturas de Goiânia entra em vigor em janeiro; veja o que muda