Durante a última semana, a violência nas escolas brasileiras foi um dos principais temas discutidos pelos vereadores da Câmara Municipal de Goiânia. Inúmeros parlamentares discursaram no plenário com ideias e sugestões para conter o problema, outros estão movimentando projetos e requerimentos diversos para combater a situação. Sugestões estão sendo feitas em todas as áreas para poder evitar novas tragédias na capital goiana. 

Entre as primeiras medidas, consideradas “emergenciais” pelos representantes municipais, está o investimento em estruturas de segurança nas escolas. Por exemplo, o vereador Welton Lemos (Podemos), defende aumentar os muros e instalar cercas elétricas nas instituições de ensino público. “Fizemos um requerimento para a Prefeitura porque percebemos que em muitos casos, os agressores entraram nas escolas apenas pulando os muros”, justificou.

O parlamentar do Podemos ainda destacou que para essa situação é necessário realizar um requerimento, já que projetos que mexem com o orçamento só podem vir do Executivo. Entretanto, apesar da questão, ele está confiante de que o Paço Municipal acatará a sugestão.

Por outro lado, o vereador Willian Veloso (PL) defende que seja implantada segurança armada dentro dos locais de ensino do município.

“Historicamente, a vigilância armada tem se provado que é uma das ferramentas mais produtivas em relação ao afugentamento de marginais”, disse Veloso. “Seria ideal que a vigilância fosse 24 horas por dia, mas pode ser também apenas no período das aulas. Ajudaria a dar uma sensação de segurança”, acrescentou.

Já a vereadora Aava Santiago (PSDB) pretende fazer um requerimento para solicitar a presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM) nas escolas. Ela considera que a medida durante o momento de emergência acabaria com grande parte dos ataques planejados. “Estamos falando de um menino de 12 anos que não vai enfrentar um guarda armado, eles fazem isso porque sabem que as escolas não possuem segurança”, explicou.

Buraco ainda é mais em baixo

Entretanto, apesar dos parlamentares concordarem com as medidas de emergência, todos frisaram que é necessário discutir sobre medidas permanentes para encerrar o problema. Seja em alterações pedagógicas; políticas de prevenção e diagnóstico no ensino público; e até mesmo um apelo para a imprensa e as redes sociais tomarem cuidados com a questão. 

Por exemplo, Veloso e Lemos defendem a alteração da educação pedagógica para inclusão de temas relacionados à psicologia. “Precisamos que os professores tenham uma relação mais estreita com os alunas, com respeito e conscientização. O problema é social e psicológico, apenas medidas emergenciais não resolvem o problema”, disse o vereador do Podemos. 

No mesmo sentido, além de defender a inclusão da psicologia nas instituições de ensino público, Aava defende mudanças na forma de enxergar a educação.

“Precisamos criar políticas de prevenção e diagnóstico para evitar novas tragédias”, disse a presidente da Comissão de Educação e Cultura, Ciência e Tecnologia (CECCT). “É necessário mudar o paradigma, a educação não pode ser tratada como redução de dano, temos que dar prioridade”, completou. 

Por fim, o vereador Sargento Novandir (Avante) fez um apelo para as redes sociais e a imprensa. “Os ataques estão viralizando, precisamos acabar com a divulgação irresponsável dos fatos ocorridos, tanto nas mídias quanto nos veículos de comunicação. As pessoas que realizam esses atentados ganham fama através dessa divulgação”, alertou.