“O povo está carente de olho no olho e de ser ouvido”
10 julho 2022 às 00h00
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Apesar de não ter esperiência política, Leonardo Rizzo aponta que sua vivência no setor privado o gabarita para ocupar uma cadeira no Congresso Nacional
Marcos Aurélio Silva
Empresário de sucesso, reconhecido no meio cultural, dirigente e torcedor do Vila Nova, Leonardo Rizzo (Novo) se coloca como pré-candidato ao Senado por Goiás. É a primeira vez que ele entrará em uma disputa eleitoral, mas fala com propriedade de suas propostas e significado do cargo de senador. Já com o ‘pé na estrada” há mais de 100 dias, ele aponta que tem conquistado apoio do eleitor que, segundo ele, almeja com modelos diferentes de política.
Nascido na Cidade de Goiás, Leonardo Rizzo é formado em Ciências Econômicas pela PUC . Trabalhou como corretor de imóveis antes de inaugurar a Rizzo Imobiliária, que já completa 45 anos de atuação em Goiás. Atualmente, Leonardo Rizzo também é presidente do Instituto Rizzo, cujo objetivo é o desenvolvimento e promoção de programas sociais, culturais e artísticos no Estado. Ele também já presidiu o Vila Nova e ainda compõe a direção do clube. Em entrevista ao Jornal Opção, o pré-candidato aponta que deseja fazer uma política voltada para o social ao mesmo tempo que defende reformas prioritárias no país. Apesar de não ter experiência política, Leonardo Rizzo aponta que sua vivência no setor privado o gabarita para ocupar uma cadeira no Congresso Nacional.
O sr. tem uma história ligado a setor privado na cidade. Mas quais os caminhos que te levaram ao engajamento político?
Na realidade eu sempre sonhei ser senador da República. Só pensei que era um sonho, assim, simplesmente um sonho. Não era nada interessante, porque nesses últimos 40 anos não interessei muito pela política da forma que ela é. Agora que eu cheguei aos meus 65 anos – tem 45 anos, que fundei um grupo empresarial – me ausentei da empresa, ou seja, me aposentei como presidente e passei a cuidar mais do Instituto Rizzo, onde sempre tive muito ligado à cultura e o meio ambiente.
Percorrendo esse estado, passando por algumas cidades que a gente levou música clássica, sempre fui abordado e questionado porque não entrar na política. Isso me fazia lembrar daquele sonho meu: quero ser senador da República. E agora, mais do que nunca. Acho que realmente esse sonho está atualizado, porque agora o Senado é o local para se fazer as transformações que o Brasil precisa. É ali o local para desamarrar esses entraves que impedem o Brasil de competir de igual para igual com os outros países.
Eu tive a oportunidade de conversar com todos os partidos políticos que queriam que eu entrasse na política, mas na realidade era em cima de um projeto que não era para me eleger, mas para eleger o dono do partido. Ou seja, era um negócio muito interessante, muito bom, mas não para mim.
Avaliei o sistema político, e vendo que todos os políticos, de modo geral, possuem mandato e são donos dos partidos. Sabendo que não teria espaço nenhum nos partidos mais tradicionais, iniciei uma busca por um partido que me encaixasse. Dentro dessa minha visão, dentro dessa minha trajetória de vida, encontrei um novo partido novo.
Por coincidência o candidato à presidência pelo Novo é meu amigo – Luiz Felipe D’Ávila, um cientista político. Ele me convidou para ingressar no partido. Achei interessante todos os critérios que são usados para se filiar e se lanar candidato no formato de partido. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também me pediu para entrar. Disse que seria interessante o meu perfil ser nome na disputa ao Senado. Faz parte do projeto do Novo mudar jeito de fazer política nesse país. Esse é o projeto. Trata-se de um partido liberal, onde posso expressar minhas ideias, trabalhar por aquilo que acredito, que a distribuição de renda de uma forma justa da forma com que a economia moderna exige. Filiei-me ao Novo.
Pelo estatuto do Novo, sabe-se que há um processo de admissão como filiado, há um processo seletivo para ser candidato, caso eleito é preciso abrir mão de 50% do salário, que não há privilégios e os assessores não são indicados, são aprovados por concursos ou avaliados por um head hunter. Desde então, eu me senti em casa, me senti representado.
É algo similar com o modelo do setor privado?
Sim. Esse é o atrativo e coincide com meu modo de ver que o que está acontecendo no Brasil atual é um erro crônico. Temos um Estado inchado, injusto, lento e burocrático, que com todas as suas dificuldades a única solução apontada nesses últimos 40 anos foi aumentar a carga tributária. Em vez de diminuir o tamanho do estado, aumenta-se a Carga tributária, ou penaliza quem produz.
Se for analisar, todos os meus concorrentes pertencem a um desses partidos que tenham os hábitos dos mesmos atos da política e os mesmos procedimentos. Agora com agravante, porque eles vão fazer política com R$5 bilhões. Em outras palavras, eles vão na nossa casa, pedir o nosso voto com o nosso dinheiro. Para eles continuarem tendo privilégios, eles vão a casas de pessoas que nem tem comida para pedir voto, usando o dinheiro público. Qual é a sensibilidade desses homens públicos que estão no poder hoje? Políticos que aceitam dinheiro do estado para fazer política, mesmo tendo a oportunidade de abrir mão desse dinheiro e ajuda a combater a fome.
O que sua carreira no setor privado influência para suas bandeiras como candidato ao Senado?
Algumas delas já são conhecidas. São a cultural e o meio ambiente. Vou atuar fortemente nessas duas áreas. Quero dobrar a atenção nesses dois setores. Quando eu falo cultura, incluo a educação em primeiro lugar, lógico, e o meio ambiente falo da preservação. Mas tem outras atenções, como as reformas necessárias, como a tributária, política e administrativa.
Tenho uma atenção especial com a reforma tributária. Nós estamos diante de uma situação muito crítica. Veja que para as medidas eleitoreiras estamos reduzimos o ICMS. Só Goiás vai ter uma perda de receita R$9.5 bilhões. Isso faz com que no próximo ano obras fiquem paralisadas, serviço de saúde e educação não vão conseguir atender ao compromisso de investimento. Vai ser um caos.
“Sempre sonhei ser senador da República”
Nós estamos numa medida que já sabemos ser paliativa, que daqui a seis ou oito meses teremos um grande problema pela frente. Como resolver? Por outro lado, isso vai nos levar a uma reforma tributária. Alguma coisa tem que acontecer. Essa desigualdade não pode continuar existindo.
Acho que para se fazer essas reformas necessárias, sem falsa modéstia nenhuma, acho que sou a melhor opção entre os pré-candidatos que estão colocados. Falo isso, porque todos eles já tiveram oportunidade de trabalhar nessas reformas e pouco avançaram ou nada fizeram.
Se for ver a presença de todos esses candidatos na mídia e nas redes sociais, é só entregando um cheque, um trator, um caminhão… essas coisas que o município já tem direito por lei. Então acho que não é só fazer isso. Tem que lutar para que esse país tenha competitividade ou pelo menos de igualdade com o resto do mundo. As barreiras de produção são tão gigantes que nós temos um Custo Brasil elevado que a gente não consegue competir. Assim se tornou fácil ser um primário exportando produção, do que industrializar e vender o produto com valor agregado. Mas só assim a gente vai ter renda suficiente para fazer uma distribuição justa. Mas isso só se faz com mercado livre, sem essas amarras absurdas que existem hoje.
Nós temos o setor produtivo extremamente competitivo no mundo. Já está provado que a gente é um grande exportador de talentos para as grandes corporações no mundo. Sabe-se que executivos de grandes companhias são brasileiros. Se já somos assim em um cenário como o de hoje, imagina esse país estruturado, arrumado e com reformas permanentes? Precisamos sair dessa mesmice, desse populismo – seja ele de direita ou de esquerda. Isso não vai nos levar a lugar algum. Quando chega um para eleição começa a fazer um saco de bondade e a gente acaba que não cresce. Tem 40 anos que a gente não cresce com consistência. Não tem educação básica. Há incentivo no universitário e nenhum no básico. De 10 crianças, 8 não sabem fazer matemática básica, não sabe ler ou escrever. Se o município e estado não tem a conscientização que só assim a gente vai fazer uma ação diferenciada.
Em 2018 funcionou muito bem na política esse discurso de outsider. O sr. se considera um pré-candidato com esse perfil?
Não. Considero-me um insider. Sempre participei desses processos, sou empreendedor há 45 anos, e sei o custo de se empreender nesse país. Sei o custo de ser liberal e respeitar as regras do jogo. Sei como é crescer sem apadrinhamento e ter que sobreviver por conta própria. Esse é um país maravilhoso, um clima encantador, uma terra fértil, mas, infelizmente, um estado ultrapassado. É preciso destravar tudo isso para que a gente possa realmente alcançar os objetivos. Então me considero dentro. Eu sofri na pele o que é empreender nesse país. Experiência que eu tenho vou colocar à disposição. Sabemos quais são os problemas e os desafios do dia a dia.
A disputa ao Senado ela já foi mais simples, com menos candidatos no pleito. Hoje, com a novidade dos candidatos independentes dizem que a disputa ficou mais difícil. O sr. também considera assim?
Uma coisa interessante para observar é que hoje a classe política é extremamente desacreditada. Em geral, quando conversamos com alguém e contamos sobre a candidatura eles dizem: Você vai mexer com isso? Como se isso fosse com a doença ou fosse uma coisa ruim e com demérito. Como pode ser ruim? Estamos falando de algo que pode ser o grande transformador da sociedade. A política dita a regra do que deve ser feito e trabalha para construir leis que vão reger um país democrático de direito, então é uma coisa nobre, não é uma coisa simplesmente como essa velha política enxerga.
Vamos avaliar os atuais senadores. Vê-se alguns senadores de Goiás defendendo essas causas naturais, vê algum deles criticar o uso dessa verba pública para campanha? Viu-se solidariedade desses políticos? Não. Viu-se algum tema relevante em relação a essas reformas que precisamos tanto? Não. Então porque vamos insistir nesse processo agora. O Senado virou, vamos dizer assim, um espaço de stand by. A pessoa diz: já fiz tudo, agora eu vou para o Senado, descanso um pouco, depois volto para ser candidato a governador ou algo assim. Não pode ser assim. O Senado consome 24 horas por dia de um senador, porque muita coisa tem que se fazer nesse País. Não dá para ficar discutindo um tema já definidos e acertados, como estava outro dia falando de aborto. Meu Deus, o aborto é uma coisa consolidada na nossa Constituição. Funciona muito bem. O que se tem para discutir? Para mim, é o desvio de foco para o que é mais importante no momento, como a austeridade do governo, corte nos gastos e aumentam nos investimentos. São pontos que vão doer um pouco na hora da mudança, mas é uma coisa que vai nos gerar estabilidade para sermos uma nação de primeiro mundo.
A campanha para o Senado é cara. Financeiramente, sabendo que o Novo abre mão dos recursos públicos, qual sua estratégia para financiar sua campanha?
Não tem metodologia diferente nenhuma. O Novo é um partido que vive de doações. Ou seja, um partido que não usa recursos públicos e nem teríamos coragem de usar diante da situação do Brasil. Então, o que estamos fazendo? Eu como candidato sigo a regra do jogo. Um só pode gastar. 3,5 milhões. O Henrique Meirelles – que foi pré-candidato ao Senado, mas desistiu – me disse que se gasta mais do que isso. Pois, vou lhe afirmar uma coisa: se eu conseguisse os R$3,5 milhões estaria extremamente feliz e acho que nós ganharíamos a eleição. Se nós tivéssemos esse recurso era garantido.
Nós já temos para pré-campanha grande gasto com viagem. Quando começar a campanha nós temos esse limite de gastos, que tenho certeza que vai ter holofotes para saber se estamos fazendo o abuso de poder econômico ou não, e nem vamos fazer porque não podemos, pela legislação, que o sistema político.
O que eu preciso fazer é pedir doações para os simpatizantes. É isso que a gente vai fazer. E a receptividade está boa e é com esses recursos que a gente vai desenvolver a campanha. Mas eu aprendi uma coisa interessante nesses 109 dias que estou na política: acho que o povo está carente de olho no olho, de ser ouvido e de se colocarem no lugar deles. Acho que isso vai fazer a grande diferença.
Hoje nós temos uma situação política que 27% da população não vai votar. Esse percentual decide uma eleição. Então eu quero resgatar essa credibilidade, não oferecendo o mesmo que outros já ofereceram, mas por ser esse candidato, com essa experiência de vida e de preparo, porque me considero uma pessoa preparada.
O sr. tem uma boa relação com o ex-ministro Henrique Meirelles? Vocês falam de política?
Tenho. Mais do que isso, tenho uma admiração muito grande. Eu considero ele um grande gestor.
É um homem admirável, um goiano ilustre que cresceu e se destacou. Converso muito de política com ele. O Henrique é uma pessoa assim que acredita naquilo que existe, que é real. Por isso que é uma pessoa extremamente bem sucedida. É um goiano que a gente tem que ter orgulho. Nasceu em Anápolis, que trabalhou como ele trabalhou, esteve no movimento estudantil, depois foi para trabalhar no banco, chegou à presidência mundial do banco de Boston, foi diretor presidente de conselhos de grupos e interessantíssimo que são os maiores do mundo. Acredito que ele deve ser a melhor agenda de Business do Brasil.
O sr. também tem muito contato com o governador de Minas Gerais?
Sim. Ele tem sido um case de sucesso, porque pegou um estado falido, com 11 meses de atraso de funcionalismo e conseguiu sanar os problemas. Ele só conseguiu fazer o governo porque era do partido Novo. Era uma governante que poucas pessoas acreditavam, consequentemente fez um governo sem amarras, colocou pessoas extremamente qualificadas nos lugares certos, na hora certa, transformou esse estado. Em 18 meses tinha superavit. Vai chegar agora no final do governo dele com quase R$300 bilhões de investimento. Se tornou o Estado mais avançado em energia do País. Construiu em 3 anos e meio a metade de uma Itaipu. Coisa que governo federal levou 28 anos.
“Temos um Estado inchado, injusto, lento e burocrático”
Romeu Zema é um exemplo de austeridade com gestão eficiente, diminuindo o tamanho do estado colocando a frente os interesses da comunidade.
O eleitor consegue compreender os problemas gerados pelo aumento do Fundo Eleitoral e da PEC batizada de PEC Kamikaze?
Olha, o Papa fala uma coisa: quando os homens de bem, que se calam, há uma grande preocupação. Acho que os homens de bem se calaram nesses 30 ou 40 anos nesse país. Acho que chegou a hora desses homens de bem falarem. O que vai fazer a grande diferença na sociedade é fazer entender que na política temos que abrir mão do nosso conforto, sair da zona de conforto. Chegou a hora de dizer o que eu posso fazer pelo meu estado e para o meu país, porque eu já vi que aqueles que estão nessa política, e eles não estão interessados com meu estado, só querem se perpetuarem no poder.
Qual sua opinião sobre essa polarização nacional?
Vejo que só tem interesse econômico. É só isso, é só interesse pessoal. No mundo é direita, esquerda e centro. Como é que vai ter outro tipo de partido com outra ideologia? E a gente está aqui no centro, a gente quer fazer a conciliação desses extremos. A gente quer o diálogo.
E o que que é a principal Barreira para fazer esse diálogo?
O povo começar a votar bem. Isso a gente tem feito um trabalho. Já estive em quase 90 municípios conversando com muitas pessoas. Tenho ouvido muito também. Acho que é na conversa que temos uma grande oportunidade de mudar tudo aí e a gente fazer um novo jeito de fazer política.
O eleitor tem se mostrado aberto a mudanças?
Até agora eu não falei com nenhum eleitor que não gostasse das nossas ideias e das nossas propostas. E olha que estou falando de eleitor de esquerda e de direita. Ou seja, eu diria, que essa ideia está na totalidade das pessoas. Querem mudança, as pessoas estão indignadas, com atrevimento e com a irresponsabilidade desses homens públicos.
Qual a análise que o sr. faz da esquerda Brasileira?
Análise que eu faço da esquerda Brasileira é análise que eu faço toda à esquerda do mundo. É interessante no processo democrático. É bom que a gente ouve as bandeiras da esquerda. É bom que a gente ouve também as bandeiras da direita, mas são bandeiras que não podem continuar mandando porque são de extremos. E de extremos a gente tá cheio. A gente quer alguém que caminhe pra frente. Queremos um estado menor, mas que nos dê garantia para poder desenvolver.
Quando o sr. fala de um estado menor e da política liberal, o sr. acha que o estado deve estar presente onde?
Outro dia eu conversando com um amigo, ele disse: fazer sucesso no Brasil é fácil. É só entrar onde o governo fracassou. É verdade. Na educação, na exploração mineral, na exploração das nossas riquezas. São alguns pontos que o governo se meteu e não deu certo. O governo não foi feito para produzir, mas para fiscalizar e botar a ordem. Uma analogia sobre o atual Estado: é como ser dono do bar e ser alcoólatra.
“O Estado precisa estar focado naquilo que dele: segurança, habitação e saúde. Tem que preparar o indivíduo para fazer uma grande nação”
Se fosse buscar um modelo Internacional, seria em qual o país?
Tem tantos, mas Singapura é minha paixão em termos de governo, não sei se nós conseguiríamos ser uma Singapura, mas pelo menos deveríamos tentar. Adoro porque é o melhor ambiente de Business do mundo. Então acho que com a nosso recursos naturais, sol, a terra e essas coisas, conquistado a liberdade de produção, nós seremos uma potência.
Vale lembrar que no Brasil temos a empresa mais importante do mundo: a Embrapa. O trabalho da Embrapa nesses últimos 50 anos e louvável. A nossa área plantada, já se sabe, que nós podemos triplicar a nossa plantação com o mesmo espaço atual. Graças as tecnologias que a Embrapa desenvolve. Temos que avançar no agro. Isso porque em Goiás tem tudo para se tornar um estado industrial, com exemplo de responsabilidade ambiental de produção. Aqui, no nosso estado, as bacias mais expressivas desse nosso país estão abrigadas. Temos obrigação moral de preservar isso.
O sr. é um dos homens mais bem-sucedidos no ramo imobiliário. Em Goiânia, inclusive, há empreendimentos que o sr. fez que se tornou bairros. Qual sua avaliação do atual Plano Diretor?
Quando se está de fora é fácil criticar. Vale a pena ler o PD de 88 e 92, no qual eu participei. Foi um plano extremamente moderno e amplo. Lá foi criado espaço para se fazer novos bairros e foi feito a primeira PPI (Programa de Parcerias para Investimentos). A Prefeitura era na Praça Cívica e levamos para o Paço. Tinha um problema a Assembleia, então foi doada uma área . Foi nesse modelo que se lançou a ideia de condomínios horizontais. E a legislação de Goiânia permitiu fazer o Parque Los Andes. Também estabelecíamos que os projetos teriam de 60 a 80 dias para serem aprovados. Mas de lá para cá foram feitas em emendas. Hoje você tem um município totalmente falido no que se refere à assistência para quem quer empreender.
Temos um grande problema com o transporte coletivo na nossa capital. Qual sua opinião?
Vejo o transporte da seguinte forma: a cidade foi feita para seres humanos, e não para automóveis. Quem quiser trafegar em locais nobres da cidade tem que pagar para isso. A preferência total tem que ser pelo transporte coletivo.
Para finalizar essa entrevista, vamos falar de futebol. O sr. foi presidente do Vila Nova e esteva a frente do clube da última vez que o time foi campeão do Goianão. O sr. pretende voltar para o comando do clube?
Eu nunca saí do clube. Fui presidente e fiquei com o diretor. Depois estive no exterior e quando eu voltei, o Hugo se candidatou a presidente me chamou para ser diretor. Então eu sigo na gestão do clube. Mas ser presidente acho que não volto a ser. Há uma fila de pessoas querendo ser presidente do Vila Nova e estão sendo preparadas para isso.
“No Brasil temos a empresa mais importante do mundo: a Embrapa“
A maior injustiça hoje é o Vila Nova não estar ganhando. Deveria estar ganhando os jogos, porque ele nunca teve tão estruturado administrativamente como hoje. O time está bem cuidado. São pessoas jovens, estão trabalhando, estão ali de fazendo o melhor para o clube.
Falar nisso é bom porque eu acho que essa minha pré-candidatura ao Senado vai dar uma nova dinâmica ao esporte. Sou Vila Nova, eu sou um apaixonado pelo Vila Nova, mas não tem como não respeitar o Atlético, o Goiás, Goiânia, Anápolis, Anapolina, Jaraguá… enfim, eu acho que eu quero dar uma ênfase muito grande ao esporte.
O sr. sendo eleito vai fazer parte da bancada da bola?
Não diria bancada da bola. Diria a bancada do povo. Sou da bancada de um estado mais justo. Quero fazer pela educação, cultura, economia, social e reformas. Mas eu tenho carinho pelo esporte. Sei que o Esporte gera renda e riqueza, mas principalmente a formação do homem. E é esse trabalho que eu quero fazer em conjunto com todos os outros.
Vou procurar todos os clubes. Quero conversar com eles para saber o que a gente poderia fazer junto. E não irei simplesmente pertencer a uma bancada da bola. Eu serei senador da República. Como senador da República, quero ter um foco nessa causa que eu gosto tanto.