Márcio Corrêa (MDB) é o dentista, professor, pai de família, evangélico e empresário anapolino que foi empossado deputado federal em 8 de agosto, quando Célio Silveira (MDB) se licenciou da Câmara. Ele se define conservador nos costumes e liberal na economia. Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), é um dos principais nomes especulados na corrida à prefeitura de Anápolis em 2024.

Nesta entrevista ao Jornal Opção, Márcio Corrêa enumera os diversos projetos que apresentou em seu curto período no Congresso Nacional. Apresenta ainda sua defesa do governo Ronaldo Caiado (UB) e sua lealdade ao presidente estadual do MDB, Daniel Vilela. O parlamentar explica as razões pelas quais discorda da gestão de Roberto Naves (Republicanos) em Anápolis, e apresenta sua visão para fazer a cidade superar problemas crônicos. 

Euler de França Belém — Você quer ser candidato a prefeito em Anápolis?

Eu fui candidato em 2020 e 2022; isso mostra que não tenho receio algum de colocar meu nome nas urnas ou de defender aquilo em que acredito. Agora, estamos com um partido estruturado e com um grupo em Anápolis que nos dá condições reais de administrar a cidade com competência. Temos a maior bancada de vereadores, o que vai nos dar governabilidade. Mas essas decisões são tomadas de forma coletiva. Não posso ainda afirmar que serei candidato, porque a escolha do partido pelo meu nome depende de outros atores.

Quero ser candidato, sim. Sobre isso existe um entendimento claro, nunca escondi. Mas eu não faço política apenas para mim; o partido, que está totalmente estruturado em Anápolis, aguarda o momento oportuno para anunciar essa definição. Acredito que, no máximo, até o final do ano nós já teremos a divulgação do nome que vai disputar a Prefeitura da cidade pelo MDB.

Euler de França Belém —  Apesar de ser possível candidato do MDB, se diz que você não tem um grupo político em Anápolis. Como responde a essa alegação? 

Basta analisar a bancada de vereadores do partido em Anápolis. Tenho em meu grupo a maior bancada de vereadores. Eu fui o candidato mais votado na cidade ao cargo de deputado federal na última eleição. Me acompanham as forças de diversos segmentos, independente da estrutura do setor público. 

O MDB é o único partido que tem um grupo consolidado para disputar a eleição hoje na cidade. Outras alianças vão surgir com o tempo, é impossível dizer agora quem nos apoiará. Muitos políticos já afirmam ser os pré-candidatos do prefeito ou do governador, mas isso é uma forma de barganha, é uma tentativa de vender ilusão para mostrar força. Na realidade, essas alianças ainda estão em construção. 

Euler de França Belém — Qual o motivo de o ex-prefeito e deputado estadual Antônio Gomide (PT) liderar todas as pesquisas de intenção de voto?

Seu recall. Ele foi prefeito duas vezes, vereador duas vezes e é o político mais conhecido entre os pré-candidatos. Isso é natural; na última eleição ele começou com um percentual de votação muito maior do que está começando agora, mas perdeu a eleição. A tendência é que Gomide perca votos, as intenções de votos hoje não serão as mesmas no dia da eleição. Quando o período de campanha começar, vamos ver sua desidratação — isso já era esperado. 

Márcio Corrêa: “O que mais existem são candidatos oportunistas que se dizem bolsonaristas para conquistar o apoio do ex-presidente” | Foto: Reprodução

Euler de França Belém — Acha que a disputa será entre alguém da direita contra o candidato do PT no segundo turno?

É provável. É natural que tenhamos essa disputa, pois a polarização é uma tendência. É possível que surja um nome de terceira via? Sim, pois já observamos na cidade um sentimento muito forte de rejeição ao Partido dos Trabalhadores. Temos ainda um sentimento de reprovação à gestão do atual prefeito. 

Euler de França Belém — Você se apresenta como bolsonarista. Você é o candidato da direita em Anápolis?

Eu tenho minha visão de mundo que, às vezes, é convergente com a direita. Mas não posso reivindicar esse título de candidato da direita. Quem decide isso é o eleitor. Se o PL tiver um candidato, o eleitor de direita é quem vai escolher. 

Euler de França Belém — Você esteve conversando com o Bolsonaro (PL). O que debateram?

Conversamos sobre vários assuntos: os desafios do Brasil, a ordem econômica, sobre algumas experiências de seu período enquanto presidente. Não falamos sobre o processo eleitoral de Anápolis. Nesse período, o que mais existe são os candidatos oportunistas, que dizem ser bolsonaristas para conquistar apoio mas agem diferentemente quando começa a gestão. Por isso, sei que não adianta falar sobre apoio neste momento. Até porque o partido de Bolsonaro tem a liderança de Vitor Hugo, então este é um tópico para ser debatido localmente. 

Italo Wolff — O senhor se coloca como bolsonarista, mas o MDB tem três ministros no governo Lula (PT). Como isso funciona?

Defender a economia liberal, a propriedade privada, princípios e valores do nosso país, a tradição da pátria, a família — defender tudo isso não significa ser bolsonarista. Eu votei no Bolsonaro, mas essa é minha visão pessoal, que não implica necessariamente na minha atuação pública.

O MDB tem uma frente que é independente, é do partido. Antes de assumir o mandato, tive essa conversa sobre o meu posicionamento com a cúpula do partido. Eu atuo na Câmara dos Deputados representando o MDB, mas o meu compromisso maior é com os meus eleitores, aqueles que confiaram em mim e em minhas promessas de campanha. Com esses, eu sou obrigado a ser coerente.

Em meus discursos de campanha, já falava sobre o problema da reforma tributária. Não posso aprovar uma reforma tributária que vai contra os interesses econômicos do estado de Goiás. Durante a campanha, falei sobre como essa reforma tira toda a autonomia financeira dos estados e municípios, e foi essa defesa que me deu 60 mil votos. Agora, não posso ficar contra o que meus eleitores decidiram apoiar. 

Euler de França Belém — Então na questão da reforma tributária, você está alinhado com o governador Ronaldo Caiado (UB)?

Totalmente. Se realmente aprovarem o texto vindo do Senado, o fim dos incentivos fiscais trará um verdadeiro retrocesso para Anápolis, com a saída das indústrias. Temos aqui o polo farmoquímico, que atraiu empresas com incentivos dos fiscais, temos a fábrica da CAOA, que foi atraída por subsídios. Enxergo no governador Ronaldo Caiado um protagonista nesse debate, que tem enfrentado desgaste por sua defesa dos interesses de Goiás, mas que tem sido muito coerente. 

A quebra do pacto federativo e o fim dos benefícios fiscais vai, de fato, aumentar a desigualdade regional do país. A concorrência entre os estados é um princípio básico do capitalismo para fomentar o desenvolvimento. Todos os países desenvolvidos têm entre seus estados uma disputa para oferecer melhores condições às empresas. O que o governo chama de guerra fiscal é na verdade o desenvolvimento fora dos maiores centros. 

Falta clareza. Como é que se aprova a ideia sem deixar claro para o contribuinte qual alíquota ele vai pagar?  Neste momento, em que vivemos um déficit fiscal sem expectativa de que o governo corte gastos, apenas que aumente a arrecadação, a conta vai chegar. A dívida pública está aumentando. O contribuinte e o setor produtivo serão pegos por uma surpresa negativa quando tiverem de arcar com essa conta. 

Italo Wolff — O distanciamento entre o senhor e Roberto Naves (Republicanos) não prejudica os interesses da cidade?

Não. Como deputado, sempre atuei em favor da cidade, independente da proximidade com a gestão. Quando os enfermeiros não receberam o piso salarial eu intercedi, por exemplo. Atualmente, trabalho junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutir as rodovias dentro do perímetro urbano. Ainda hoje estive na sede dos Correios para defender a transferência do centro de distribuição internacional em Anápolis. 

Os interesses da cidade sempre estão acima de minha relação política com o prefeito. Atuo de forma independente dentro daquilo que acredito nas matérias em que cabe a articulação política, mas quando o assunto é de interesse público, sempre defendo os anapolinos. 

Euler de França Belém — Por que você está dispensando o apoio eleitoral do prefeito Roberto Naves?

Ninguém dispensa apoio. Nós não tivemos essa conversa ainda. O prefeito Roberto Naves precisa cumprir os compromissos que fez na campanha e tem de conquistar a aprovação dos anapolinos. Não há declarações minhas dispensando o apoio dele. 

Márcio Corrêa: “Como deputado, sempre atuei em favor da cidade, independente da proximidade com a atual gestão” | Foto: Agência Câmara

Euler de França Belém — Então você quer o apoio de Roberto Naves?

Novamente: ninguém dispensa apoio. O prefeito é uma forte liderança política, reconheço isso. Reconheço também que é habilidoso e articulado. Mas acredito que Roberto Naves precisa dar respostas para a população sobre uma série de problemas na cidade. Ele precisa resolver o problema da saúde: Anápolis tem milhares de cirurgias eletivas represadas. Ele precisa honrar o compromisso de quase R$ 1 bilhão, contraído em seu programa para realizar obras.

Independentemente de alianças ou oposições, são respostas que o prefeito precisa dar à população. Se fizer isso e estiver bem avaliado, todos vão querer seu apoio. Se a população fica sem respostas e busca alternativas, não faz sentido apoiá-lo. 

Euler de França Belém — Você tem tido diálogos com Alexandre Baldy (PP)?

Nunca tive problemas com Alexandre Baldy. Eu tenho até relacionamento pessoal com ele. Quem busca apoio para disputar uma eleição tem de conversar e buscar agregar a maior quantidade de forças políticas possível, e Baldy é uma dessas forças em Anápolis. Precisamos da força dos candidatos à vereador até para conseguir tempo de campanha em televisão. 

Sempre conversei com Alexandre Baldy, mas o MDB quer liderar um projeto na cidade. Bem como o PP quer capitanear sua chapa, e isso é natural, até para consolidar suas chapas proporcionais, o MDB também quer. Então essa articulação ainda tem de ser conversada, e é isso que vamos fazer em busca de uma convergência pela cidade. 

Italo Wolff — E quanto a Vitor Hugo? Há possibilidade de disputar contra ele? E conversas sobre composição com ele?

Minha candidatura não está condicionada à candidatura de Vitor Hugo. Se entendermos que meu nome tem desempenho melhor em pesquisas, disputaremos mesmo que seja contra ele. Eu converso com Vitor Hugo, sou próximo dele, mas adversário não se escolhe. 

Euler de França Belém — Tem conversado com Vanderlan Cardoso (PSD)?

Muito. Estou próximo dele, que me apoia muito em Brasília. Como membro da comissão de assuntos econômicos no Senado, Vanderlan tem intercedido em assuntos como a transferência do centro de distribuição dos Correios para Anápolis, a reforma tributária e outros temas importantes para nós. 

O desejo do MDB local é de andar junto com o PSD, não apenas por conta de Vanderlan Cardoso mas pelo bom trabalho de Ismael Alexandrino. Temos conversado para fechar essa aliança, mas também é natural que ambos partidos queiram protagonismo nas próximas eleições. 

Euler de França Belém — Há possibilidade de o MDB apoiar Vanderlan Cardoso em Goiânia?

Não posso falar pelo MDB de Goiânia ou tomar essa decisão pelo partido, mas o meu desejo pessoal é de apoiar Vanderlan Cardoso em 2024. Nenhum candidato do MDB se consolidou até agora, e é importante dentro do processo eleitoral que esse território comece a ser marcado pelo partido. O MDB tem grande representatividade em Goiânia e ganhou as últimas eleições. 

Se não for apresentado nenhum candidato com viabilidade, eu vejo com bons olhos o apoio à candidatura de Vanderlan, que teve uma experiência positiva na gestão de Senador Canedo. Goiânia carece hoje de uma boa gestão, de um prefeito com capacidade de investir em diversas áreas que a capital deixa a desejar. É necessário que um gestor enfrente os problemas na cidade, que é um cartão postal do Centro-Oeste. 

Italo Wolff — União Brasil pode lançar Bruno Peixoto. Como avalia a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego)?

É evidente que tem potencial. Bruno Peixoto já mostrou nas últimas eleições a sua capacidade de aglutinação e de articulação política. Se o União Brasil lançá-lo como candidato, será extremamente competitivo e não tenho dúvidas de que o MDB apoiará o projeto do bloco que estiver com o presidente da Alego. Se ele for o candidato do governador Ronaldo Caiado, ele precisa começar a trabalhar o reconhecimento de sua imagem como o nome da base governista. 

Estamos a menos de um ano do processo eleitoral; é momento de começar a articular e apresentar seu projeto para a cidade. Como nós temos feito em Anápolis, onde ainda não definimos as alianças, mas já apresentamos o time e identificamos os problemas que os cidadãos gostariam que fossem resolvidos

Euler de França Belém — Existem rumores de que setores palacianos do MDB em Anápolis teriam preferência pela candidatura do deputado estadual Amilton Filho. Isso procede?

Amiltinho Filho é um grande aliado, somos muito amigos. Se, no final das contas, entendermos que Amilton Filho é o melhor candidato, estaremos todos empenhados pela candidatura dele. Tenho um diálogo muito sólido com ele, não há disputa ou rivalidade entre nós. Tivemos um resultado positivo na última eleição, juntos. O MDB Anápolis tem autonomia para escolher seu pré-candidato e apoiarei qualquer nome que o diretório julgar melhor, seja o Amilton Filho, José Fernandes ou doutor Marcelo Daher. Vou carregar bandeiras e pedir votos para quem quer que seja. 

Euler de França Belém — Se Ronaldo Caiado for candidato à Presidência da República, você irá apoiá-lo?

Evidentemente. Acredito que sou o parlamentar que mais defende o nome de Ronaldo Caiado aqui, na Câmara dos Deputados, e acredito que ele é hoje o candidato mais preparado. Na direita, é o nome com maior capacidade de aglutinação, mais experiência e mais pulso firme para guiar o país. Ele tem nome e história, já está pronto para ser presidente. Apoio também Gracinha Caiado para senadora, com todas as honras, e trabalharei para a eleição dela. 

Ronaldo Caiado promoveu uma transformação no estado de Goiás. Não apenas na segurança pública, mas também no setor produtivo. Onde quer que eu vá como deputado federal as pessoas me relatam que os investimentos têm dado resultados. É o governador que mais investiu em políticas sociais no estado. Fui professor da escola pública estadual por bastante tempo e conheço a realidade da educação. Vejo o que ele tem feito pela educação pública em Goiás, que hoje está tão boa quanto a particular. 

Euler de França Belém — Por que não quis ser secretário de Esporte do governo?

Porque não fui convidado. Se tivesse sido convidado, aceitaria. 

Euler de França Belém — Acredita que Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, desautorizou o presidente estadual Daniel Vilela ao impor Marussa Boldrin no comando do partido em Rio Verde?

Não. Baleia Rossi e Daniel Vilela são alinhados, têm diálogo. Acredito que não haveria imposição e que qualquer assunto deve ter sido discutido. Todas as cidades têm seus desacordos locais, mas acredito que as decisões sobre o MDB em Rio Verde serão acordadas de forma harmônica.

Euler de França Belém — Qual você acha que vai ser o peso do Roberto Naves na disputa de 2024?

Saberemos no ano que vem, quando sua gestão for avaliada. Hoje, tem uma grande rejeição, mas ele tem tempo para mudar isso. Agora, ele precisa correr para cumprir vários compromissos pendentes e reverter problemas na cidade.

Italo Wolff — E Goiânia? Acredita que Rogério Cruz tem tempo para reverter a avaliação negativa?

Goiânia é um caso muito semelhante ao de Anápolis. Roberto Naves e Rogério Cruz (Republicanos) precisam parar de errar politicamente e começar a gerir para corrigir problemas. 

Italo Wolff — Quais são esses problemas na cidade de Anápolis?

Problemas crônicos. Foi solucionada a questão da concessão das áreas para indústrias, mas não há energia elétrica o suficiente para funcionar. A indústria é a segunda maior fonte econômica da cidade, com o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). Garantir energia é atrair receita. Grande parte das empresas ainda funciona com o uso de geradores a diesel. 

A burocracia é outro ponto urgente. É absurdo que uma cidade do tamanho de Anápolis não faça sequer o licenciamento ambiental de indústrias e que os processos tenham de ser remetidos à Goiânia. Precisamos melhorar o ambiente de negócios para que a cidade volte a ser atrativa aos empreendimentos.

O aeroporto de cargas precisa ser privatizado. Já está no plano do governo federal a privatização daquele aeroporto, que trouxe milhões em prejuízo para os cofres públicos do estado de Goiás, mas isso precisa ser executado o mais rápido possível. 

Euler de França Belém — Quais foram seus principais projetos neste mês e meio em que passou no cargo?

Apresentei um Projeto de Lei (PL) para a criação da Rota Gastronômica, um trecho entre Goiânia e Brasília onde passam 30 mil carros por dia que já é um polo turístico e pode ser fortalecido. A vocação do turismo entre Abadiânia, Goiânia e Alexandria é muito forte, com outlets e resorts. Minha ideia é criar um roteiro turístico gastronômico goiano e já estive no  Ministério do Turismo para buscar recursos e dar celeridade a esse projeto.

Criei um índice para indexar o aumento na merenda escolar. Há mais de 10 anos não havia aumento no valor investido na merenda escolar em colégios públicos estaduais. É impossível alimentar os alunos com R$ 0,30 diários por estudante, que era o valor anterior. O índice obriga um reajuste anual para que a defasagem não ocorra novamente. 

Criei um PL para desburocratizar o ressarcimento de consumidores e comerciantes que têm eletrodomésticos danificados por falhas no fornecimento de energia elétrica pela rede pública. Esta é a maior queixa relacionada à eletrodomésticos dentro dos Procons hoje, e as reclamações têm aumentado com a má qualidade da energia elétrica. 

Protocolei um PL para obrigar concessionárias de pedágios rodoviários a receber pagamento via Pix ou cartão. Hoje, é comum ver motoristas tendo de pedir moedas porque ninguém mais anda com dinheiro em espécie.

Além de diversos outros PL apresentados, participo de debates defendendo os interesses dos meus eleitores em assuntos como o das invasões de terras. Discuto a reforma tributária, alinhado ao governador Ronaldo Caiado. Converso com representantes do Ministério da Saúde, ANTT, Aneel e Correios para beneficiar Goiás. 

Euler de França Belém — Qual sua posição nesse conflito entre Senado e Supremo Tribunal Federal (STF)?

Acredito que o Supremo Tribunal Federal tem usurpado a função do Poder do Legislativo. O Judiciário, que tem a função de julgar a constitucionalidade das leis, está legislando sobre aborto, descriminalizando drogas, fortalecendo entidades sindicalistas; nada disso é pauta para o STF discutir. A reação do Senado à invasão de competência pelo STF é justa. Não tivemos sessões porque obstruíram em protesto a invasão de prerrogativas.