Jornalista esportivo, radialista, apresentador de televisão e político. O senador Jorge Kajuru (Podemos), de 61 anos, tem um currículo extenso e também carregado de polêmicas. Por onde passa é apontado com uma pessoa intensa em suas relações. Em suas falas, ele sempre lista nomes de grandes amigos, mas também não deixa de citar oponentes, um deles, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), do qual se declara ser “inimigo”.

Ocupando o cargo de senador há três anos e oito meses, Kajuru tem abraçado campanha de apoiadores, mas também apresentando críticas àqueles que não considera ser bons candidatos. É o caso de Marconi Perillo, que, embora lidere as pesquisas na disputa para o Senado, Kajuru diz acreditar que não será eleito em razão dos desgastes políticos que carrega consigo. Kajuru concedeu uma longa entrevista ao Jornal Opção, que foi dividida em três partes. Nesta, que é a primeira, apontou seus motivos para não acreditar na eleição do tucano. A entrevista é bombástica.

Euler de França Belém — O sr. fala em corrupção de Marconi Perillo, e, de fato, o ex-governador chegou a ser preso em 2018 pela Polícia Federal a pedido da Justiça Federal. No entanto, ele não foi condenado em nenhum processo. Então, de acordo com a Justiça, não ficou comprovada a corrupção.
Não foi condenado por um motivo simples. O Portal Transparência contém informações de que o governo de Marconi gastou quase 14 milhões de reais patrocinando palestras de um magistrado. Pergunto: qual é o interesse do governo de Goiás? Ele não perguntou isso para a população do Estado. Se, como governador, gastasse esse dinheiro em publicidade na imprensa goiana, seria outra coisa.

Euler de França Belém — Mas um magistrado não decide tudo sozinho.
Decidiu. O magistado soltou Marconi no dia em que ele foi preso. Às 2 horas da madrugada, ele deu uma liminar. Isto aconteceria com outra pessoa? Claro que não.

Euler de França Belém — Mas persiste o fato de que Marconi Perillo não foi condenado, não é?
Os processos dele são uma grande mentira. O promotor Fernando Krebs [de Ministério Público de Goiás] e o procurador Mário Lúcio de Avelar [procurador da República] podem explicar que, ao contrário do que afirma um auxiliar do governo de Marconi Perillo, ele não foi absolvido em todos os processos. Não tem nada disso. Os processos do ex-governador foram anulados, mas não significa que não podem voltar normalmente. O caso é idêntico ao de Lula da Silva, do PT. O candidato a presidente pelo PT sustenta que foi absolvido em tudo, mas não é verdade. Se quiser, a Justiça pode retomar os processos. Os processos de Marconi podem ser reativados, inclusive durante a campanha. Vale lembrar que, em 2018, quando foi decretada a prisão de um auxiliar do ex-governador, só não ocorreu a de Marconi porque ele era candidato a senador. No dia seguinte à eleição, Marconi foi preso. Lembre-se disso.

Euler de França Belém — Os aliados de Marconi Perillo postulam que sua prisão ocorreu devido um “conluio” do sr. com o procurador Mário Lúcio Avelar e o promotor Fernando Krebs. Chegaram a apresentar uma gravação. O sr. pode esclarecer a questão?
Não menciono o nome de Marconi Perillo na gravação. Na verdade, a gente estava combinando um churrasco. Nós fazíamos churrasco na casa de Krebs [que é gaúcho] e massa na casa de Mário Lúcio. Sou amigo de ambos há vários anos. Mário Lúcio é uma espécie de irmão. Nós estamos sempre conversando. Como se sabe, procuradores, jornalistas e políticos também podem ter amigos. Não há lei proibindo.

Cilas Gontijo — Então, o sr. “não” armou a prisão de Marconi Perillo?
Chega a ser ridículo dizer que armei a prisão de Marconi. Para dizer pouco, não mando na Justiça. Mário Lúcio nem me deu a notícia em primeira mão. Eu soube pela imprensa. Teorias da conspiração estão, afinal, na moda e há gente que tira proveito delas — astutamente.

Jorge Kajuru | Foto- Fernando Leite

Marcos Aurélio Silva — Mas o sr. gostaria de ver Marconi Perillo preso?
Eu teria o maior prazer de ver Marconi preso. Gostaria de ter apresentado as denúncias contra ele. Frise-se que o ex-governador mantém boas relações com alguns magistrados; portanto, é difícil condená-lo em Goiás. Ele foi preso por causa de uma decisão da Justiça Federal, à qual ele não tem controle. Marconi ficou 20 anos no poder e criou laços poderosos, inquebrantáveis, em algumas instituições. Como se sabe, o ex-governador conseguiu bloquear meu salário. Passei a receber apenas 6 mil reais por mês.

Euler de França Belém — Historiadores avaliam um homem público — presidente, governador, senador ou deputado — pela média. Pela média, o sr. admite que Marconi foi um governador eficiente por ter criado o Centro de Reabilitação e Readaptação (Crer), a Universidade Estadual de Goiás (UEG), o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e a Bolsa Universitária? As obras e o programa não são importantes para os goianos?
Ocorre o seguinte: até podem ser importantes, mas a construção envolveu corrupção. Estamos ressuscitando o “rouba, mas faz”? As organizações sociais, que passaram a controlar a saúde em Goiás, geraram corrupção. O Crer é uma exceção, porque é uma referência. Mas, sim, podemos falar de algumas virtudes de Marconi, afinal não sou ignorante. A vida inteira reconheci suas virtudes no trabalho com os pobres e no trabalho na área de saúde. Mas a questão chave: Marconi tem mais virtudes do que defeitos? É óbvio que tem mais defeitos. A declaração de bens do ex-governador em 1998, quando era deputado federal, indica que possuía bens no valor de R$ 299.350. Hoje, quase 22 anos depois, ele declara que tem 7 milhões de reais de patrimônio. Porém, em 2015, a “Exame” o apresentou como o sexto governador mais rico do Brasil. Ele não processou a revista, o que prova a seriedade da reportagem.

Marconi vai perder para o Delegado Waldir

Marconi admite ter um apartamento no Guarujá, declarado ao TRE como valendo 2,1 milhões de reais, e um apartamento em São Paulo, no valor de 1,5 milhão de reais. O apartamento de Búzios não é listado. Mas eu tenho gravações, que não foram feitas por mim, e sim pela ministra Ellen Gracie [aposentou-se do Supremo Tribunal Federal] — que autorizou grampeá-lo na Operação Monte Carlo. O ex-governador ficou grampeado até 2014.

Cilas Gontijo — Como o sr. conseguiu as gravações?
Qualquer jornalista poderia pegar as gravações. Mas tive a felicidade de ir ao Supremo e obtê-las. Tenho todas. Tem gravações de Marconi conversando intimamente com o presidente do Grupo Jaime Câmara, o empresário Jaime Câmara Júnior [conhecido como Júnior Câmara]. Falam de viagens para a Europa e convidando para o réveillon em Búzios. Ele tinha intimidade com muita gente. Batista Custódio [fundador e editor dos jornais “Cinco de Março” e “Diário da Manhã”] ligava para o então governador pedindo 1 milhão de reais na Saneago e ele respondia: “Vou te arrumar. Vou te arrumar 500 mil reais e, na semana que vem, eu te arrumo mais”. Tenho tudo isso. Tenho essa munição. 

Euler de França Belém — Apesar do que está dizendo, Marconi Perillo é candidato a senador e figura em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Primeiro lugar onde? Ah, sim, no Serpes. Era ou é o instituto “de” Marconi Perillo. Não que seja dono, claro. 

Euler de França Belém — Há outras pesquisas, além da do Serpes, que o apontam em primeiro lugar.
Noutra pesquisa, ele está empatado com o Delegado Waldir Soares.

Euler de França Belém — Na pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, Marconi também aparece em primeiro lugar.
Paraná Pesquisas? Não vale nada. Lembre-se que o Paraná Pesquisas me colocava em 5º lugar faltando 10 dias para a eleição em 2018. Eu fiquei em 2º com 28% e Marconi em 5º com 7%.

Euler de França Belém — Mesmo o sr. pondo em dúvida as pesquisas, o fato é que Marconi aparece em primeiro lugar, exceto no levantamento do Goiás Pesquisas. Mesmo assim, o tucano aparece tecnicamente empatado com o primeiro colocado.
Se contrata o Serpes para fazer pesquisa, o Grupo Jaime Câmara [“O Popular” e TV Anhanguera] deveria pagá-lo. Porém, fica a pergunta: por que, numa gravação, alguém da empresa mandava um auxiliar de Marconi Perillo fazer o primeiro pagamento de 278 mil reais para o instituto? Uma pesquisa caríssima e o Serpes, como instituto de pesquisa, é fraquíssimo. Não é nacional, não é forte e não tem credibilidade. O segundo pagamento foi de 78 mil reais. No total são quase 400 mil reais, quase meio milhão. Desculpe-me, mas tenho certeza de que Marconi não é o verdadeiro líder.

Euler de França Belém — Kajuru, apesar de sua crítica, Marconi Perillo está bem posicionado. Não seria uma espécie de reconhecimento da população?
Não é bem assim. Basta saber que, de todos os candidatos a senador, é o mais rejeitado pelos eleitores. Quando perdeu a eleição em 2018, Marconi teve de se mudar para São Paulo. Pediu um emprego ao então governador [assumiu em 2019] João Doria porque não podia andar nas ruas de Goiás. Ele continua sem circular nas ruas. Não anda de carro de som em Goiânia. Teme ser vaiado e ser xingado de “ladrão”. Só frequenta circuitos fechados. No interior, ele frequenta recepções feitas pelos prefeitos que o apoiam. Mesmo assim, tem sido vaiado. Imagine um candidato a senador que tem medo do povo. É o caso. 

Então, para mim, não há reconhecimento algum. 

Marcos Aurélio Silva — Então, o sr. avalia que Marconi Perillo será derrotado?
Sim. Marconi vai perder para o Delegado Waldir. O resultado da eleição vai mostrar que Goiás, e não apenas Goiânia, o rejeita. A rejeição do candidato do PSDB é o dobro da do Delegado Waldir. Agora, se o tucano for eleito, ficarei decepcionado com o Estado que escolhi para viver e trabalhar. Se ganhar será por conta do interior, como parte do Entorno de Brasília e parte do Sudoeste. O histórico de corrupção do grupo de Marconi Perillo vai derrotá-lo para senador. Anote isto e me cobre depois.

Euler de França Belém — Está reconhecendo que Marconi Perillo tem “alguma” força política?
Sim. Mas insignificante. Reconhecimento, para mim, é passar de 50%. Reconhecimento é o governador Ronaldo Caiado, que, para mim, vai ganhar no primeiro turno. Aí é diferente, há um reconhecimento pelos quatro anos de governo de Caiado.

Cilas Gontijo — Como  ficou o resultado para senador em Goiânia em 2018?
Na capital, em 2018, Marconi ficou em sexto lugar. O ex-governador não teve 300 mil votos para senador.

Eu teria o maior prazer de ver Marconi preso” 

Ele perdeu até para Agenor Mariano, do MDB. Se fosse ele, eu tinha encerrado a carreira. Perder para Agenor é terrível, não se perde nem em dominó. Que reconhecimento é este? É só em parte do interior.

“Caiado vai ganhar no 1º turno porque desfez em 4 anos o que Marconi fez em 20 anos”

Euler de França Belém — Por que a sociedade goiana reconhece o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e quer dar mais um mandato a ele já no primeiro turno? Quais as motivações?
Caiado vai ganhar a eleição exatamente para mostrar aos goianos que aquilo que Marconi fez em 20 anos ele desfez em quatro. O governador acabou com a corrupção no Detran, que era um escândalo. O contraventor Carlinhos Cachoeira mandava no Detran. Provei isso ao denunciar o Caso Detranzão, e ninguém me processou porque eu tinha toda razão. Caiado acabou com a corrupção na Saneago. O Ministério Público Federal provou que Marconi sacou milhões da Saneago para a campanha de 2014, ano em que foi reeleito governador. Marconi destruiu a Agência Goiana de Transportes e Obras. No “Jornal Nacional”, delatores da JBS e da Odebrecht disseram que cansaram de dar dinheiro para Marconi Perillo. Deram até o endereço onde entregavam o dinheiro em São Paulo, a sala, o número, a data e a hora. Fernando Reis, da JBS, disse que foi jantar com Marconi e, no elevador, ele pediu 50 milhões de reais no sistema de caixa 2. Por que caixa 2? Porque Marconi pediu para depois das eleições. Como assim: a eleição acabou e você pede mais dinheiro para uma empreiteira?! Tais informações saíram no “Jornal Nacional”, o de maior audiência do país. Será que os goianos já se esqueceram disso? Eu, felizmente, não esqueci.

Não disputarei eleição para senador

A segurança pública era um desastre em Goiás, porque Carlos Cachoeira era influente na área e Marconi deixava. Não aprecio dizer isto, porque a maioria dos goianos é gente de bem, mas o Estado era considerado, nos outros Estados, como “terra de bandido”. Já Ronaldo Caiado deu a Goiás uma segurança pública que é referência em todo o país. Sei por que estou no Senado, convivendo com gente de todos os Estados, e ouço meus pares falando da competência e seriedade de Caiado no trato da segurança pública.

PH Mota — As relações do sr. com o governador Ronaldo Caiado são positivas?
Somos amigos históricos e nos respeitamos. Mas observe que, mesmo brigado com Ronaldo Caiado, não posso deixar de reconhecer seus imensos méritos.

Cilas Gontijo — Por que o sr. está “brigado” com Ronaldo Caiado?
Ele está sem conversar comigo porque fiz um vídeo criticando seu silêncio em relação aos candidatos a senador de sua base. O que todo mundo fala para mim é que Caiado fez acordo com Marconi. Ora, se não há acordo, real ou subliminar, que o governador venha a público esclarecer sua posição. Caiado chamou Marconi de “canalha”, de “ladrão” e “chefe de quadrilha”. Depois de tudo isso, ele agora fica quieto? É muito estranho o seu silêncio.

Euler de França Belém — O governador está cuidando de sua campanha. Ou seja, está fazendo política. Marconi é adversário de Alexandre Baldy, Delegado Waldir, Vilmar Rocha, João Campos, Wilder Morais e Denise Carvalho.  Isto não é política?
Que política? Ele precisa apoiar um senador de sua base.

Euler de França Belém — O senhor não está sendo moralista extremado?
Não é moralismo. Estou sendo apenas uma pessoa realista. Se Caiado não apoiar um senador, Marconi vai ganhar a eleição. E em 2026 ele pode derrotar Daniel Vilela e voltar ao governo de Goiás. Se retornar, Caiado nunca mais volta. Portanto, Caiado está jogando contra sim próprio ao não definir apoio direto e objetivo a um dos candidatos de sua base política. Deveria apoiar quem estiver melhor nas pesquisas. Podia ser o Alexandre Baldy, hoje o Delegado Waldir está mais bem-posicionado. Me contaram que Caiado não vai definir um candidato.

Euler de França Belém — Nos eventos, no interior e na capital, o governador se apresenta ao lado dos candidatos a senador de base e pede votos para eles. Ele está se comportando de maneira democrática, valorizando os postulantes do União Brasil, do PSD e do pP. Está sendo justo.
Apoiar três candidatos, com um atrapalhando o outro, pode não ser a realista, sobretudo a médio prazo. Por que não definir pelo menos dois nomes, como Delegado Waldir e Baldy? Em 2018, Caiado apoiou dois candidatos — Jorge Kajuru e Wilder Morais. Quer dizer, por sua lógica, que, na eleição anterior, ele não foi democrático?

Euler de França Belém — O sr. defende dois nomes ou um só?
Caiado deveria escolher apenas um nome e alavancá-lo. Poderia escolher o candidato por intermédio de uma pesquisa séria. Com só um candidato, será fácil derrotar Marconi. Do contrário, o postulante tucano passa a ter chance de ser eleito, e não por seus méritos, e sim por uma falha da estratégia política de quem está no poder. Em política, é preciso pensar no presente, mas sem deixar de verificar o que pode acontecer no futuro. Caiado está focado apenas no presente, e Marconi está focado no presente mas de olho no futuro. O silêncio de Caiado está se tornando, indiretamente, cabo eleitoral de Marconi. O governador parece não perceber que está permitindo o ressurgimento de um político que vai prejudicar Daniel Vilela em 2026. E a ele também.

Euler de França Belém — O sr. diz que, se Marconi for eleito agora, em 2026 pode ser candidato ao governo e ganhar do Daniel Vilela. Se ele perder, qual será o quadro para próximas eleições estaduais?
O sonho do senador Vanderlan Cardoso (PSD) é ser governador de Goiás, então será candidato. Sendo objetivo: o retrato de 2026 vai depender dos próximos quatro anos de governo de Ronaldo Caiado, que terá de continuar combatendo a corrupção. Ou seja, tem de continuar firme, resistir às pressões dos aliados. Se fizer um bom segundo governo, Caiado vai eleger Daniel Vilela — contra Vanderlan, Marconi ou qualquer outro. Se não fizer um bom governo, Daniel perderá até para Vanderlan.

Mendanha foi vaidoso. Achou que ser eleito em Aparecida era o máximo e pronto e acabou

PH Mota —O sr. será candidato à reeleição em 2026?
Não disputarei eleição para senador, pois, como Ciro Gomes, sou contra a reeleição. Posso disputar mandato de deputado federal. Vai depender muito de minha saúde, hoje muito debilitada. Não sei se chego em 2026 com visão.

Marco Aurélio Silva — O sr. cita alguns políticos para 2026, mas não menciona Gustavo Mendanha (Patriota). Qual sua opinião sobre o futuro político do ex-prefeito? E por que esteve no lançamento de sua candidatura?
Estive no evento exclusivamente por causa do meu amigo Jorcelino Braga. Eu disse: “Não sou seu amigo e só vou apoiar seu governo se implementar o projeto de Braga”. A partir daí, houve uma divisão. Mendanha anda acompanhado de um sujeito deplorável — o Tatá Teixeira. Mesmo sem experiência alguma, ele divide o comando da campanha com Braga, que é um homem sério, de palavra. Ele é meu melhor amigo em Goiás. Não fiz discurso de apoio ao Mendanha. Tanto que, dias depois, o Euler ligou para mim em Brasília e saiu no Jornal Opção as razões de eu apoiar a reeleição de Ronaldo Caiado. Gracinha Caiado me parabenizou pela posição. Ela me disse: “Esse é meu irmão”.

Marcos Aurélio Silva — Mendanha, então, não tem futuro político?
Na eleição de 2022, é zero a chance. Mendanha foi vaidoso. Achou que ser eleito em Aparecida era o máximo e pronto e acabou. Se tivesse ouvido 100% Braga, poderia chegar ao segundo turno. Braga é estrategista de primeira linha e sabe fazer plano de governo como ninguém. Mendanha não tem plano de governo e tem arestas com outros políticos. Ele fica ouvindo Tatá Teixeira e Heuler Cruvinel [seu candidato a vice]. Os dois entendem muito pouco de política e nada de gestão pública. É o tolo e o vice-tolo.

Euler de França Belém — Dizem que Gracinha Caiado é uma ótima articuladora política…
Muito. Gracinha tem méritos indiscutíveis. Ela ajudou Caiado demais em 2018, e agora em 2022 também. Durante os quatro anos, conquistou prefeitos, vereadores, lideranças. O trabalho dela no campo social é indiscutível. A Gracinha é ouro e tem paixão genuína pelas pessoas. Ela me chama de irmão. As filhas me chamam de tio. O Ronaldo Filho [recém-falecido] era um amigo querido.