Leandro Ribeiro: “O eleitor quer candidatos com convicção para fazer a boa política”
21 agosto 2022 às 00h00
COMPARTILHAR
Eduardo Marques e Marcos Aurélio Silva
Leandro Ribeiro é empresário, dirigente de futebol da Anapolina e vereador presidente da Câmara Municipal de Anápolis, e agora se confirma como candidato a deputado federal pelo Progressistas. Sua candidatura é baseada em uma estratégia diferente: ele vai trabalhar por votos dentro dos limites de Anápolis e, sendo eleito, vai ter um mandato dedicado ao município.
A tática de Leandro é retomar o bairrismo característico do anapolino. A cidade tem cerca de 280 mil eleitores – quantitativo suficiente para eleger dois deputados federais. Entre as bases de seu discurso como candidato, além de promover uma defesa exclusiva da cidade como eventual representante na Câmara Federal, Leandro Ribeiro se compromete a investir toda a verba impositiva do mandato de deputado e, projetos para anapolinos.
Apoiado pelo prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP) e pelo ex-ministro e candidato ao Senado, Alexandre Baldy (PP), Leandro destaca que a cidade é extremamente politizada, o que lhe garante atenção dos eleitores para suas propostas. Bolsonarista declarado, o candidato disse em entrevista ao Jornal Opção que o eleitor não deve apostar em outsiders neste ano, mas sim, buscar por políticos profissionais que já possui histórico para ser avaliado.
Marcos Aurélio Silva: Leandro, o senhor tem um dos cargos mais importantes na cidade considerada mais politizada de Goiás. O que lhe motiva a entrar na disputa pela troca do Legislativo municipal para o federal?
Para se ter uma ideia, o orçamento que temos na Câmara Municipal de Anápolis é maior que várias prefeituras goianas. Creio que mais do que 100 prefeituras tem o orçamento menor do que o duodécimo que é repassado para Câmara Municipal. Apesar dessa missão que tenho na presidência da casa, eu entendo que já dei minha contribuição. O fato de ser presidente consecutivamente de uma legislatura para outra é um fato que me enobrece, apenas um ex-presidente da Casa conseguiu esse feito (ex-vereador Liminha – os períodos de 1999-2000 e 2001-2002). Fui presidente no último biénio no meu primeiro mandato e segui presidente na legislatura seguinte.
Fato de deixar ou querer deixar a vereança e a presidência da Câmara é querer buscar algo mais para Anápolis. A cidade precisa de uma representatividade na Câmara Federal. Algo exclusivamente para representar Anápolis.
Marcos Aurélio Silva: Ser presidente por duas legislaturas, que é um feito, mas que depende muito de articulação política para acontecer. O senhor se julga um bom articulador político?
Temos um bom relacionamento com todos. Independente da bandeira partidária do colega ou do setor e segmento, sempre tento ter uma boa convivência. O bom relacionamento foi o fato que me levou para a ter exito na reeleição da Mesa Diretoria. Apenas um vereador não votou na minha recondução a presidência da Casa.
Sou um político de diálogo. Ter sempre um canal aberto com os colegas tem sido primordial para as articulações a apoios.
Marcos Aurélio Silva: A história política de Anápolis tem algumas marcas de confronto entre o presidente da Câmara e o prefeito da cidade. Isso resultou em algumas cisões que foram negativas para a cidade – já houve até cassação. Mas a sua relação com o prefeito Roberto Naves (PP) é de aliança?
O relacionamento do Legislativo com o Executivo, apesar da independência, elas caminham juntos. A harmonia entre os poderes faz com que o município desenvolva. Costumo dizer, apesar da minha pouca experiência como vereador, que pelo histórico político de Anápolis, o Roberto Naves é o prefeito mais acessível aos vereadores. Ele de fato escuta as demandas dos vereadores, que são o termômetro da população.
A cidade de Anápolis gera muita demanda por não ter sido planejada. Ela cresceu muito, possui uma posição geográfica especial, mas não houve ordenamento. Isso faz com que a cidade tenha necessidades diferentes e que precisam chegar de forma muito séria para o prefeito.
Marcos Aurélio Silva: O senhor está no segundo mandato como vereador. Que experiências o senhor julga ter adquirido nesse período que lhe credencia para representar o Estado no Congresso?
Não é a experiência do Legislativo ou da atividade política que nos credencia. Também tive oportunidade de passar pela maior secretaria do Estado a época, que era a Sede (Secretaria de Estado de desenvolvimento Econômico), que a época reunia sete pastas, entre elas a Agropecuária, Mineração, Comércio Exterior e Desenvolvimento Econômico. Administramos muito bem e de forma diferente a pasta.
Acredito que o que credencia meu nome para ir buscar uma vaga para o Congresso Federal é a necessidade de Anápolis ter um deputado federal para destinar todos os recursos para a cidade O que se vê hoje é que vários deputados federais, nós temos 17, vão em Anápolis em período eleitoral para pedir votos. Saem da cidade com a ‘sacola’ cheia de votos e não representa a cidade. Temos caso de deputados que teve 20 mil votos e nos quatro anos de mandato destinou R$700 mil para cidade.
Anápolis tem quase 500 mil habitantes e precisa muito de recursos. Por mais que o prefeito faça o dever de casa, sabemos que não é suficiente para trazer novas unidades de saúde, CMEIs, pavimentação e Saneamento. Se não tiver recurso oriundo de Brasília, esses benefícios não chegam. Do jeito que o Pacto Federativo foi feito faz com que 70% dos recursos arrecadados por impostos, ficam em Brasília, 20% para o estado e apenas 10 para o município.
Queremos fazer com haja um anapolino de fato em Brasília e assim destine todos os recursos que ele possa e de seu mandato, como as emendas impositivas- um mandato pode chegar a ter R$ 80 milhões – entre outros recursos que podem ser liberados por meio de ações do deputado. Caso consiga ganhar a eleição terei meu trabalho único e exclusivamente para Anápolis.
Eduardo Marques: A cidade de Anápolis tem um histórico petista. O ex-prefeito Antônio Gomide (PT) administrou por dois mandatos e o deputado federal que representa a cidade é Rubens Otoni, também do PT. Como você e o prefeito, que são de direita, veem isso?
Anápolis não tem o domínio do PT. Ela teve a gestão do PT. Mas se buscar o histórico político de Anápolis verá que quando o Lula ganhou para presidente, ele perdeu em Anápolis. Estamos falando de uma cidade diferenciada nos momentos políticos.
Anápolis é totalmente aquém das demais no processo eleitoral. A cidade hoje é bolsonarista, que luta para que o PT nunca mais volte ao poder em Anápolis.
Marcos Aurélio Silva: O senhor tem um colega vereador que é petista. Como é sua relação?
Temos o Marcos Carvalho, professor e psicologo. Excelente vereador. A relação é boa. Ele faz uma oposição inteligente e traz dificuldades que a administração encontra. Ele é uma pessoa que soma muito com o legislativo anapolino, independente de ser do PT.
Eduardo Marques: O senhor aponta que Anápolis é uma cidade bolsonarista. Qual a projeção de votos para a reeleição de Jair Bolsonaro na cidade?
Aposto em 85% dos votos da cidade. Creio que esse percentual estará com Bolsonaro. Ele tem uma aceitação muito grande. É maior que em Goiás e no Centro-Oeste. No estado, Bolsonaro terá acima de 70% dos votos.
Marcos Aurélio Silva: A que se deve essa aprovação tão alta que o senhor diz que o presidente tem em Anápolis? De onde vem essa identificação?
A cidade de Anápolis é muito religiosa. Independente do credo do cidadão, se é evangélico ou católico, a cidade como um todo é muito religiosa. Nós que somos religiosos acompanhamos os candidatos da direita. Não estou falando do extremismo da direita, mas sim a direita. Sabemos que o partido de oposição a Bolsonaro é da esquerda. A cidade é considerada de direita.
Eduardo Marques: A respeito dessa falta de representatividade de anapolinos na Câmara, o senhor atribui isso a quê?
Acho que com o passar do tempo os anapolinos deixaram de lado o bairrismo e o orgulho de falar que no Congresso Nacional nós tínhamos mais de um deputado federal, que tinha uma representatividade grande na Assembleia Legislativa de Goiás – hoje temos três.
“O foco da minha campanha é mostrar que sou candidato de Anápolis. Só de Anápolis”
Veja que o deputado federal que se diz de Anápolis e os três estaduais eles não destinaram nem 20% dos recursos que tiveram nesses últimos 4 anos de mandato para cidade. Se buscar a base eleitoral deles, 85% dos votos foram de anapolinos. Buscamos a contrapartida para Anápolis. Não basta sair da cidade com tantos votos e ser da cidade. É preciso destinar os recursos para o município.
Marcos Aurélio Silva: Como presidente da Câmara Municipal, o senhor tem no prefeito Anápolis um parceiro, até por serem do mesmo partido e estarem alinhados politicamente e administrativamente. Neste contexto, o senhor pode ser declarado o candidato de Roberto Naves?
Sou o candidato de Anápolis. Os outros candidatos que vão disputar a eleição no mesmo pleito, eles vão andar em vários municípios. Eu não. Não sou candidato do Roberto Naves. Sou o candidato da cidade de Anápolis. Nosso material de é esse: deputado federal de Anápolis, só de Anápolis.
Entendemos que a cidade tem 286 mil eleitores, e tem condições de eleger no mínimo dois deputados federais.
Marcos Aurélio Silva: Anápolis, o terceiro maior colégio eleitoral do Estado, tem um deputado federal, o petista Rubens Otoni – que vai à reeleição. O senhor quer ser o nome que surge como antagonista dele, por representar a centro-direita?
Eu acredito que o deputado Rubens Otoni tem o seu eleitorado em Anápolis. Até pelo período que ele está como deputado federal, que são cinco mandatos. O Rubens consegue uma parte de seus votos em outros municípios onde ele destina investimentos de suas emendas – coisa que ele faz muito pouco para Anápolis.
Eu creio que o Rubens não se elege por Anápolis, mas completa seus votos nos demais municípios. Por isso que digo que a cidade pode ter dois representantes na Câmara Federal.
Marcos Aurélio Silva: O senhor é filiado PP, um dos partidos que mais influentes no governo federal e com está entre os que tem mais capilaridade em Goiás. De que forma essa característica da sigla pode te ajudar na campanha?
Apesar de eu ser presidente do PP em Anápolis, eu confesso que as nossas diretrizes de projetos políticos e pensamento político faz com que eu esteja no PP. O partido é de centro, que dialoga com todos e isso facilita o nosso tramite. O PP tem uma boa gestão por parte do presidente regional, Alexandre Baldy – que postula a cadeira no Senado.
O PP é um dos partidos que mais cresce em Goiás. Fizemos 30 prefeitos na última eleição. A sigla tem hoje o ministro da Casa Civil, muito ligado ao presidente. Isso contribui sim para as candidaturas.
Eduardo Marques: Como que a presença do partido junto ao presidente Jair Bolsonaro pode ajudar na campanha?
O nosso caminho é com Bolsonaro. Temos o presidente da Câmara Federal, O Arthur Lira, que na minha concepção é um dos melhores presidentes que a Casa já teve. O poder de articulação é muito grande. Temos também o ministro Ciro Nogueira, que ajuda o presidente Bolsonaro a coordenar nosso país. Isso demonstra a linha que vamos ter em nossas ações.
Marcos Aurélio Silva: O senhor está confiante no crescimento do ex-ministro e candidato ao Senado, Alexandre Baldy?
O Baldy é um número forte para o Senado. Costumo dizer que ele é um ser humano diferente das demais que conheço. Creio que ele não dorme nem 4 horas por dia. Ele trabalha muito e mostra sua competência enquanto ministro das Cidades. Ele destinou mais de R$ 1 bilhão de recursos para o Estado de Goiás. Só em Anápolis foram mais de R$ 60 milhões. Com esse recurso pudemos pavimentar bairros que já tinham 40 anos de existência e não tinham asfalto.
Costumo dizer que na história da cidade de Anápolis, nenhum deputado federal ou senador fez o que Baldy fez como ministro.
De que forma o senhor acha que ter Alexandre Baldy como candidato a Senador pode ajudar a chapa de deputados?
Soma sim. Baldy é um nome que aglutina. Já foi secretário de Indústria e Comércio, foi deputado federal, ministro e tem base eleitoral no estado inteiro. Seu nome fortalece as candidaturas.
Eduardo Marques: O candidato Alexandre Baldy conquistou o apoio de vários prefeitos, mesmo assim ainda não está liderando as pesquisas. Isso se deve a quê?
As eleições começaram agora. Vamos ter esse termômetro de pesquisas depois dos primeiros 15 dias de campanha. Aí, sim, vamos ver a realidade dos números. As pesquisas da pré-campanha nos traz uma sensação que pode não ser real. Com os apoiadores nas ruas, poder pedir o voto e mostrar o trabalho que foi feito a avaliação passa a ser muito mais positiva.
Marcos Aurélio Silva: O senhor considera acertada a decisão de Baldy e do PP fechar aliança com o governador Ronaldo Caiado?
Acredito que sim. O governador Ronaldo Caiado faz um excelente trabalho. Passamos por dois anos de pandemia onde não só o estado e o Brasil, mas o mundo inteiro ficou com dificuldades. O governador teve um pulso firme e soube administrar, sem falar da crise econômica que estávamos vivendo naquele momento.
Caiado é o nome correto para continuar com o trabalho e seguir buscando emprego e renda para os goianos.
Eduardo Marques: Ainda falando sobre a chapa do governador Ronaldo Caiado, o senhor acredita que ao ter três candidatos avulsos lhe apoiando, pode ter algum ciúme?
Acho que cada um vai em busca de seu objetivo com os seus apoiadores. Certamente que em alguma agenda ou outra, o governador vai ter que optar. Mas acho que os três que estão candidatos ao Senado que estão alinhados ao governador terão o discernimento de que em algum momento isso pode ocorrer.
Marcos Aurélio Silva: O senhor está alinhado ao presidente Jair Bolsonaro? O eleitor dito bolsonarista tende a apoiar sua candidatura?
Nunca fizemos uma campanha usando o nome de Jair Bolsonaro. Nem em 2018 atrelamos o meu nome a ele. Entendo que a cidade de Anápolis tem um carinho maior pelo presidente do que para os demais candidatos. Essa é minha linha de pensamento e o meu posicionamento também. Mas acho que não podemos atrelar o sucesso ou insucesso ao nome do presidente. Iremos caminhar juntos sim, mas esse não será o foco maior da nossa campanha. O foco da minha campanha será mostrar que serei o candidato de Anápolis. Só de Anápolis.
Marcos Aurélio Silva: Quando o político se candidata a deputado ele vira um pouco de matemático. Faz conta de tudo, principalmente da quantidade de voto que precisa para conquistar uma cadeira. O senhor acha que o PP tem capacidade para conquistar quantas vagas no Congresso?
Hoje temos dois deputados federais: Adriano do Baldy e o José Nelto. Os dois já mostraram que são puxadores de votos.
Confesso que o restante de chapa eu não sei mensurar o quantitativo de votos que vão trazer para a somatória do PP. Mas como aceitei o desafio de disputar uma eleição por Anápolis e só por Anápolis, acredito na nossa densidade de eleitores. Eu não posso fazer uma campanha preocupado se vamos fazer dois deputados, reeleger os nossos deputados, se terei que fazer mais votos do que o Adriano do Baldy, temos que fazer o trabalho e deixar que a população faça a avaliação.
Se tivermos exito nesta eleição logo a frente seremos copiados. O anapolino é orgulhoso e bairrista.
Marcos Aurélio Silva: Quais são suas propostas como candidato a deputado federal?
Por nossa campanha ser toda para Anápolis, a nossa bandeia é a cidade. A área mais necessitada é a saúde. Observe que a cidade de Anápolis sempre terceirizou a saúde. Só se foi fazer investimentos reais na cidade agora com o prefeito Roberto Naves. Temos como o hospital municipal novo, já que o antigo era muito precário. E sabemos que precisamos de mais unidades de saúde porque a cidade é responsável pela regional do Pirineus, que absorve mais de 60 municípios. Nosso maior foco, então, será a saúde.
Veja um exemplo. A cidade de Anápolis sempre teve a Santa casa como maior hospital. Ele era conhecido como o hospital dos pobres e carentes. Com o passar do tempo a Santa Casa fechou as portas para o atendimento de urgência e emergência. A dívida fundada da Santa Casa de Anápolis está em torno de R$ 90 milhões. Se dos 17 deputados federais que temos hoje, cada um destinasse R$ 3 milhões para Santa Casa em um ano teríamos R$ 51 milhões. Em dois anos R$ 102 milhões. Mais ou menos isso. Isso seria suficiente para quitar a conta da Santa Casa. Então o foco precisa ser esse, de resolver o problema da saúde.
Marcos Aurélio Silva: Muito se apostou na atual legislatura, mas as reformas estruturantes que eram aguardadas, como a administrativa e a tributária, não foram colocas em pauta. O senhor defende essas pautas?
Acho que se tiver oportunidade de trabalhar em conjunto, vamos buscar essas reformar. Não existe herói sozinho. Não se faz politica sozinho. Quando se une forças o resultado é próspero e mais rápido. Vamos defender as bandeiras do progresso.
Entendo que o projeto é muito bom, mas esperamos a eleição passar para traçar as metas de trabalho junto aos colegas de trabalho.
Quando se fala que em 2018 houve renovação, se observar os primeiros anos dessa legislatura, se via muito deputado federal que caiu de paraquedas. Muitos mais preocupados em fazer selfies do que fazer o trabalho de parlamentar. Pessoas que talvez não tinham conhecimento que teriam exito nas eleições. Chegaram ali por uma onda que foi levada até ali.
Os municípios sentiram isso. É o deputado federal que leva o recurso para os municípios. Acredito que essa eleição não vai eleger heróis. O eleitor quer candidatos com convicção para fazer a boa política. Esse tipo de perfil terá retorno e exito na eleição. Os prefeitos, vereadores e a população sentiu a falta de recursos nas cidades, talvez pela falta de maturidade do Congresso Nacional, naquele momento.
Marcos Aurélio Silva: O senhor é ligado ao futebol. Presidente da Anapolina, famosa Rubra. É possível aliar esporte e política?
No passado caminhou muito junto. Se tinha muito a figura do dirigente de futebol e o político. Vimos isso no Vasco, por exemplo, com o Eurico Miranda. O esporte é saúde, é importante para população. Mas se não tiver um vínculo político, não adianta tentar aliar esporte e política, porque dá resultado
Marcos Aurélio Silva: Sendo eleito vai participar da bancada da bola?
Claro. Sendo eleito quero estar junto com os colegas que representam o setor.