Greice Guerra, que é  economista e analista de mercado especialista em bolsa de valores, faz avaliação sobre os investidores goianos e empresas locais que se preparam para a Bolsa de Valores, mesmo no período de pandemia

Ter empresas abrindo seu capital na Bolsa de Valores é uma demonstração de maturidade do setor econômico goiano. A Jalles Machado concluiu o processo e tem resultados considerados pelos economistas como positivos. O grupo Caramuru, a Boa Safra Sementes, LG lugar de gente, Laboratório Teuto e  a São Salvador Alimentos (SSA), se preparam para seguir o mesmo caminho. Esse cenário aponta um novo caminho para a economia do Estado, que tem fortalecido a atividade agrícola, pecuária e a indústria. 

A economista e analista de mercado especialista em bolsa de valores Greice Guerra, faz uma análise do setor setor econômico brasileiro e goiano, no ambiente de pandemia. Para ela, tanto o perfil dos investidores tem mudado, quanto das empresas, tem se adaptado bem demonstrando amadurecimento e estando pronto para uma retomada satisfatória para o pós-pandemia. 

Não daria para fazer uma entrevista sobre economia sem falar em pandemia. O cenário mundial, do ponto de vista econômico, segue turvo?
Eu vejo, que a economia está toda engatada. O Brasil vinha de uma recessão econômica muito dura. Pegamos uma recessão no ano de 2015 até o ano de 2018. Há três anos nós começamos a ter os primeiros sinais da recuperação económica, e algumas reformas como a da previdência foram benéficas para poder acelerar o processo. O Brasil vinha da recessão, atravessou ela e teve sérios impactos na economia, como o desemprego, a queda do poder aquisitivo, a retração econômica, taxa de ociosidade de bens e capital… Então a economia foi atingida por esses reflexos da recessão econômica. Em 2018 ela começou a dar os sinais de recuperação. Em 2019 esses sinais se fortaleceram, inclusive no final daquele ano havia uma previsão de crescimento para 2020 em até 2,5%. O mercado estava muito animado. A economia brasileira estava dando nítidos sinais de recuperação, só que fomos surpreendidos pela pandemia. Coisa que ninguém esperava.

Houve um burburinho no final de 2019 da doença na China e no mercado Asiátio, mas na minha opinião isso foi abafado por lá, e depois eclodiu no mundo todo, chegando ao Brasil. Então toda aquela perspectiva positiva que havia foi por água abaixo, ou seja, negócios foram atingidos, a Bolsa caiu em até 59 mil pontos, muitas empresas foram atingidas, e desta vez até as médias e grandes empresas –  inclusive as que operam em bolsa também.

Conseguimos passar o ano de 2020 e havia para o final do ano passado uma luz no fim do túnel, um aceno de uma recuperação econômica. Só que agora tivemos a segunda onda, tudo teve que ser paralizado novamente, a produção… 

Na minha opinião a economia brasileira tem tudo para crescer. Ela está engatada, o que nós precisamos é da vacinação em massa. Enquanto as vacinas não vieram e forem aplicadas na população, e eu diria mais da metade da população, a economia segue sofrendo os severos impactos da pandemia. Eu acredito, e o mercado também acredita, que com a vacinação a economia tende a melhorar e a deslanchar. Agora, há de se ter cautela porque 2022 é um ano eleitoral. Não sabemos quem será o próximo presidente, não sabemos quem serão os candidatos e quem vem por aí. Também não sabemos quem pode ser o próximo ministro da Economia. Isso já gera uma apreensão porque o atual presidente foi atropelado por esse cenário e, na minha opinião, vem conduzindo de maneira muito desarticulada a crise sanitária. Paulo Guedes, que é seu ministro, teve a sua agenda liberal comprometida. Ele viu todos os seus projetos liberais irem por água abaixo. Ele queria diminuir o déficit fiscal fazendo a aprovação das reformas essenciais. Não era má ideia, tanto que a Reforma da Previdência foi uma grande conquista, mas a pandemia chegou e sustou tudo isso. A politização e a judicialização das questões que envolvem o enfrentamento à pandemia travaram mais ainda a tramitação das reformas. Assim, o déficit se torna cada vez maior, já que o governo teve que abrir os cofres e lançar o auxílio emergencial, além de mandar o dinheiro para os estados e municípios. O risco aumentou mais ainda.

“Se a pessoa colocar um valor na poupança ela está tendo prejuízo”

Eu acredito que há uma luz no fim do túnel, porém, a salvação é a vacina e há de se ter cautela com quem vai assumir a cadeira presidencial em 2022 e quem será o ministro da Economia, que na minha opinião tem que ser competente e comprometido com o País. 

O goiano tem o hábito de investir na bolsa? Quantos goianos investem na bolsa, em média? Dá para saber?
Melhorou muito esse cenário. O investidor goiano tem perfil conservador, até porque o Estado também é conservador. Não é só Goiás. Somos um País que vem de uma hiperinflação, de planos econômicos sucessivos, congelamento de preços, taxas de juros elevadíssimas, e na década de 80 e 90 os investimentos era a poupança. Era um investimento que rendia mais do que tudo, apesar de já existir a Bolsa de Valores. A chegada do Plano Real e a estabilidade da moeda mudou um pouco, mas ainda existe muito ainda o perfil conservador. Também existia um pouco de mito em relação a investir na Bolsa de Valores, por ser um investimento de risco. Ela ainda é um pouco de mito no Brasil, mas já se desmistificou demais, principalmente devido a queda da Taxa Selic. Apesar dela estar sofrendo elevação agora, mas em comparação com anos anteriores e principalmente ao ano de 2020 a taxa sofreu queda.

Hoje, se a pessoa colocar um valor na poupança ela está tendo prejuízo. Se descontar a inflação ela não vai ter ganho nenhum. Se a pessoa for para um CDI ou uma aplicação conservadora ela vai ter um ganho pequeno. Vai depender da indexação da operação ao CDI. ela precisa de deixar o dinheiro aplicado um tempo razoável para pagar a menor taxa de imposto de renda. Assim, a Bolsa se tornou atrativa. As pessoas migraram para os investimentos em bolsas, querem arriscar mais. 

“O goiano é mais apaixonado pela Vale, pela Petrobrás, pela Gerdau, que são as blue chips da Bolsa”

Goiás não está muito fora deste perfil. O goiano tem se arriscado mais, tem se inteirado mais sobre o que é o mercado de renda variável, procurado fazer cursos e buscar entendimento, e logo, arriscar mais. Melhorou muito. Avançamos muito em relação aos investimentos na Bolsa. O Estado de Goiás tem apresentado avanço nesse quesito, devido a esses fatores citados. 

Em quais empresas os goianos mais investem? Petrobrás, JBS…
O goiano é mais apaixonado pela Vale, pela Petrobrás, pela Gerdau, que são as blue chips da Bolsa (empresas com altos volumes de negociação e valor de mercado da Bolsa de Valores) e são as mais arriscadas. Da mesma forma que sobem em valor, elas caem de uma hora para outra dependendo do acontecimento interno ou externo. Existe aquele investidor que quer uma ação mais conservadora, ele não quer arriscar tanto. Então ele pega ações da Natura, do Pão de Açúcar… ou seja, ações menos voláteis e que não sofrem tantos impactos. 

Existe muito em Goiás que fazem composição da carteira. Ele coloca um percentual de Vale, outro percentual da Petrobrás, e outro de financeiras… Colocam siderúrgicas, e vai pro lado educacional e lojas de departamentos, como Riachuelo, Renner e Americanas. Existe esse investidor que faz essa, vamos chamar de pizza, uma composição. Em geral ele pode arriscar um pouco mais, são mais encantados com a Vale e com a Petrobrás porque realmente quando o mercado está bom elas apresentam bons resultados. Precisa ter cautela, são ativos altamente voláteis. Do mesmo jeito que joga o investidor para cima, joga para baixo, em questão de minutos. E por aí que o investidor goiano tem permeado. 

Como os investidores avaliam a JBS? Como uma empresa confiável?
A JBS abriu capital em 2007. Naquele ano foi a maior captação da estreia na Bolsa. Ou seja, a Bolsa de Valores bombou quando a JBS abriu o capital. Ela vinha bem, mas dado os escândalos de corrupção, o chamado Joesley Day, que foi em maio de 2017, quando houve toda aquela delação envolvendo o ex-presidente Temer, ela caiu demais. E ela foi envolvida em vários escândalos, os donos foram presos e depois soltos.

“Não é fácil abrir o capital. A Jalles Machado que já conseguiu abrir o capital e as que pretendem, merece nosso parabéns”

A JBS ainda opera na bolsa, tem negócios, e se trata de um ativo razoável. Pode ter na carteira porque alguns veem como oportunidade, outros veem com ressalvadas. Ela foi manchada com esses escândalos políticos e da família. Para investir na JBS vai muito do perfil do investidor. Se ele não se importar com isso e quiser ganhar dinheiro a curto prazo, comprando ações da JBS e deixando na carteira para vender na hora certa. Assim é i investidor que não se preocupa e está tudo bem. Em linhas gerais da JBS já esteve melhor cotada.

Cinco empresas radicadas em Goiás estão abrindo seu capital na bolsa. São: Jalles Machado, São Salvador Alimentos/SuperFrango, Caramuru Alimentos, LG Informática e Laboratório Teuto. Economistas dizem que se trata de um sinal de amadurecimento da economia de Goiás? Como a sra. avalia?
Acho sim que seja um amadurecimento e acho que não atingiu ainda todo o potencial. É um grande avanço para o Estado de Goiás e a tendência é que nossa economia amadureça ainda mais. A nossa economia comporta esse avanço.

Não é fácil abrir o capital. A Jalles Machado que já conseguiu abrir o capital e as que pretendem, merece nosso parabéns. Tem empresas que ficam cinco anos se preparando para abrir o capital. É algo caro, tem que passar pelo crivo da CVM (comissão de Valores Mobiliários) que exige um monte de normas para fazer essa abertura. Tem que ter auditoria interna e externa. Precisa de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Tem que contar com uma corretora confiável e um banco também de confiança. É louvável e positivo para o Estado ter empresas sediadas aqui abrindo capital na bolsa. Vejo como positividade e demonstra sim o amadurecimento da economia estadual, mesmo com a pandemia em curso. 

A sra. observou o valor das ações da Jalles Machado? O que achou? O quanto pretende captar é justo?
Sim. É justo. Abriu em uma boa proposta. Inclusive tende a aumentar porque é uma empresa bem vista no mercado. A oferta foi justa hoje ela opera a R$ 8,09, e ela estreou a R$ 11. É um bom valor. Ela não abriu abaixo do preço. Acho que está muito bom. Temos empresas bem mais solidificadas, que têm anos de estão na Bolsa que estão com valores menores.

O que exatamente explica as empresas estarem abrindo capital?
Existem várias vantagens para abertura de capital. Uma das vantagens que eu considero uma das melhores é o fato de ter crédito com facilidade. A empresa que não abre o capital e precisa de dinheiro ou financiamento, tem que recorrer a instituição financeira. A empresa estará sujeita às taxas do mercado, aos impostos, ao IOF, as taxas de aberturas de créditos e todas as burocracias que qualquer financiamento de banco exige. Às vezes a empresa tem trinta anos de mercado, é uma excelente cliente do banco, e a hora que precisa da instituição financeira aparece um monte de dificuldade. Uma das vantagens é que a empresa ao abrir o capital ela se livra disso. Ela capta o dinheiro, não fica sujeita a taxa de juros, além de se perpetuar no mercado. É uma fonte de recursos sem limites. Com a captação de recursos a empresa consegue desenvolver novos, projetos, pesquisas, produtos, expandir mundo afora e crescer. 

Ao abrir o capital é possível fundir com outra empresa, adquirir outra empresa… Coisa que se tivesse na Ltda talvez ela não teria. A empresa passa a ter uma redução do custo de capital, tem liquidez patrimonial, além de ser uma propaganda muito positiva para a empresa. Como falei, ao passar por um crivo duríssimo para estrear na bolsa, a empresa passa a ser muito bem cotada, não só no mercado interno, como no externo também. É uma publicidade e tanto. É adquirir poder de barganha. É vantajoso. 

Agora, a empresa a abrir o capital ela passa a ter sócios no mundo todo. Mas os fatores são muito mais positivos do que negativos. Temos empresas que talvez só permaneceram no mercado brasileiro até hoje porque abriram capital na Bolsa de Valores. Isso é o principal estímulo para abrir a bolsa. Prova é que desde o começo deste ano 13 empresas já entraram com pedido de abertura de capital na B3 (B3 é a bolsa de valores oficial do Brasil). E outras 30 empresas aguardam e se preparam para abrir seus capitais no Brasil. É vantajoso e além do quê, é muito positivo para a economia nacional. Quanto mais forte é a economia de um País, maior é o mercado de capitais. Ou seja, fortalece a economia nacional. 

O que acontece com uma empresa quando abre capital? Passa a ser auditada por quem? O que os acionistas, inclusive os minoritários, ganham e como fazem para ter informações transparentes da empresa?
Quando a empresa resolve abrir o capital é preciso contratar uma auditoria. A empresa tem a possibilidade de escolher ou pode ser algo outorgado. Isso depende e tem que ser um consenso. Tem que ter auditoria interna e externa. No mercado de capitais há sempre aquelas notícias tipo: “a Petrobrás espera o balanço trimestral. O mercado tem uma expectativa de que venha apontando X de lucro.” Isso são os balanços que são feitos a cada três ou seis meses. Isso depende do estatuto que é feito quando elege o conselho de administração. 

É contratada uma auditoria externa e interna e é feita. E todo acionista tem direito a ter acesso a esses balanços. Se tiver uma ação há o direito de questionar. E digo, a questionar tudo. Se o salário de algum funcionário é aquele? Porque o valor da ação caiu? Isso tudo tendo apenas uma ação, a pessoa é sócia, mesmo que minoritária. As empresas quando abrem o capital elas devem divulgar o canal de comunicação com o investidor, quer seja ele por forma digital ou pessoal. Volta e meia tem reuniões e assembleias de acionistas, majoritários e minoritárias. É dada uma satisfação ao acionista.

A senha  acredita em boom mundial de commodities? Vale nota que duas empresas questão trabalhando o IPO são de alimentos e a outra é produtora de álcool e açúcar.
Há uma possibilidade sim de ter um boom. O Brasil é um produtor de commodities. O nosso PIB agrícola. Dizemos, entre os economistas, que nosso PIB é de furar buraco, ou seja, cavamos para plantar e para tirar o minério. Nós não temos um PIB tecnológico como tem o Japão. Temos grande possibilidade sim de ter um boom de commodities por conta da demanda. Aliás, no caso de açúcar industrializados nós já temos uma demanda ampliada. No último levantamento o Estado registrou 49% de aumento nas vendas de açúcar industrializado para o mercado externo. A carne é um dos produtos exportados por nós.

Temos muito potencial. Agora tem que ter capacidade de gestão. Eu acho que a pandemia é um fantasma que amedronta. É assustador Mas temos como lutar. Temos boa matéria-prima na mão.

Como avalia a carta dos economistas sobre o governo Bolsonaro e a crise?
Avalio de forma positiva. Tinha que ser publicada a carta sim. Isso demonstra claramente que o setor financeiro também está atingido pela pandemia. É uma maneira de chamar o governo a responsabilidade ao feito ou a ordem, para tomar a providência e acelerar a vacinação em massa da população. Precisa fazer uma ação coordenada para o plano de vacinação, além da aquisição de insumos para produção de vacinas. Se nada disso for feito a economia fatalmente vai sucumbir. A economia vem impactando muito. Eu acho que a carta veio até tarde, eu diria. 

O setor financeiro, econômico e do mercado de capitais tinha que ter feito essa carta. É uma maneira de chamar e demonstrar ao presidente e ao Ministério da Saúde e dizer: “olha vocês precisam entrar com uma providência aqui em relação a crise sanitária que estamos enfrentando porque senão o desemprego vai aumentar ainda mais, a informalidade vai ampliar, por consequência a criminalidade e a própria mortalidade. Logo teremos menos pessoas produzindo a economia. É o Custo Brasil. 

Hoje um dos grandes impactos que nós temos da pandemia e da desarticulação do governo é a incerteza. O investidor pensa em investir aqui, aí de repente fecha tudo. Ai ele espera abrir, ai quando vai se decidir fecha tudo. Causa frisson e estresse  muito grande no mercado com impacto negativo. Quem iria comprar, não compra. Quem iria vender, não vende. Quem iria alugar, não aluga mais. Quem iria para a Bolsa de Valores, desiste. O mercado conservdor fica oscilante. Tem grande insegurança jurídica. A imagem do Brasil lá fora só piora. O investidor extrangeiro não quer colocar o dinheiro aqui, prefere ir para um País mais seguro.

A carta é uma maneira de todos seguimentos, que vem pedindo uma providência. Era pra estar vacinando bem mais. Como estamos em uma guerra biológica, a vacinação tinha que ser 24 horas por dia. Mas não é, e avança muito lentamente. Infelizmente atrapalha a economia. É uma situação que trava as reformas e vai ficando para trás. A aversão ao risco aumenta e daqui a pouco a agenda liberal vai toda embora, aí tem que elevar impostos. Aí complica levando a gente para aquele tripé macroeconômico.

Como os investidores brasileiros e externos avaliam a política de privatização do governo Bolsonaro? Acreditam e vão apostar nela? O que é mais interessante: Correios, Eletrobrás?
A nível de investidores, se houver alguma aprovação é mais para o investidor nacional. O investidor estrangeiro ele olha e observa a política de privatização, mas ela não é fator decisivo para vir pra cá. Agora o investidor nacional ele considera mais mais. 

A nível de privatização pesa mais o investidor nacional do que o internacional. Não é dizer que o internacional não tenha esse foco. Mas muitas das vezes falta o conhecimento de como as empresas públicas funcionam. Sendo assim, eles olham, avaliam, mas não é fator decisivo para o investimento.

“Com a vacinação a economia tende a melhorar e a deslanchar”

Mas as privatizações são vistas com bons olhos. Existem empresas públicas que dão muito prejuízo para o governo. Os salários são muito altos e existem trabalhistas altíssimas, até impagáveis. As obras são morosas para serem executadas, são complexas, volta e meia tem um escândalo. Então a privatização não é vista com maus olhos. Mas é uma coisa demorada. É uma atitude que demora, que demanda tempo, que precisa de articulação. 

Sobre a Eletrobrás, a privatização dela não seria má coisa. A privatização dos Correios também é positiva. O mesmo ocorre com o Banco do Brasil. Mas eu considero que nem tudo deve ser privatizado. O governo também precisa de ter a participação dele. Do contrário, joga tudo para o setor privado, desonera o governo e aí fica fácil. Mas esse é um processo longo e por vezes é travado. Para promover essas privatizações tem que ter um articulador, tem que ter um presidente que tenha liderança e credibilidade. É preciso ter apoio político e popular.

Como você avalia a economia de Goiás hoje? Você acredita que nosso PIB pode crescer este ano acima da média nacional?
Eu acho que Goiás fica na faixa de 5 ou 5,5%. Tem potencial para ir além, Tem muito, principalmente por ser um estado agropecuário, mas eu acho que a pandemia atrapalha e atravanca. Apesar que o agronegócio em Goiás não sofreu tanto, porque não parou. Mas um setor só da economia não puxa os demais e segura sozinho o resultado. Precisamos dos três setores, o primeiro, o secundário e o terciário. Então, eu acho que Goiás fica nessa média de 5 pontos, mas é por causa da pandemia não por falta de potencial. A salvação é a vacina. Se boa parte da população for imunizada podemos ultrapassar o crescimento de 5%.