Após avançar na articulação com o deputado federal André Janones (Avante-MG), que admite retirar a candidatura para apoiá-lo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu, da nova direção, aliança com o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) no primeiro turno e a retirada de Pablo Marçal da disputa ao Palácio do Planalto. O anúncio foi feito durante reunião com coordenadores de campanha da chapa Lula-Alckmin.

Participaram da conversa Eurípedes Junior, novo presidente da sigla, Felipe Espírito Santo, presidente da Fundação da Ordem Social, e Bruno Pena, advogado do Pros. Eles estiveram com Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, e Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente do movimento Vamos Juntos Pelo Brasil (PT, PSB, PCdoB, PV, Rede, Psol e Solidariedade). O encontro ocorreu na sede da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, nesta quarta-feira, 3.

Por meio de nota, Pablo Marçal reforça que a sua candidatura foi indicada em ata de convenção realizada pelo partido dentro dos prazos legais. “Para que se consolide o suposto apoio, seriam necessários 10 dias para convocação de uma nova convenção, conforme estatuto do partido, algo inviável até o dia 5 de agosto”, explica. Ele esclarece que qualquer ação no sentido de descumprir a indicação realizada na convenção e contrária ao ordenamento jurídico vigente será objeto de judicialização.

“A candidatura de Pablo Marçal que, até então, era motivo de piada para determinados setores da política, com a efetivação da indicação na convenção, tornou-se em pesadelo, sendo essa movimentação a prova viva disso. Seguimos firmes no propósito de destravar a nação pelo voto e de enfrentar qualquer poder que, arbitrária e ilegalmente, ouse afrontar o estado democrático de direito”, defende Marçal.

Segundo interlocutores, o objetivo de Lula não é a transferência de votos dos concorrentes considerados nanicos. É o efeito simbólico de atrair mais apoio partidário em torno de sua candidatura. Em termos práticos, somar mais alguns segundos, talvez um minuto – se atrair Avante e Pros – para o horário eleitoral no rádio e na televisão.

No domingo, 31, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Jorge Mussi, reconduziu Eurípedes ao cargo de presidente nacional do Pros. Com a decisão, a Corte afastou do comando do partido o então presidente Marcus Holanda, que estava na função desde março. A indicação de Marçal para se lançar à Presidência da República se deu na gestão de Holanda.

A candidatura de Pablo Marçal foi confirmada em convenção nacional da legenda no domingo, mas o ato será anulado. Uma nova convenção nacional, conduzida pela nova direção, foi remarcada para o dia 5 de agosto – prazo final da lei eleitoral para a realização das convenções, e homologação das candidaturas e das alianças.