Nas eleições, os candidatos a governador costumam ser cobrados, tanto pela imprensa quanto pela população em geral, sobre quem apoiam para presidente no primeiro turno. Em Goiás, esse cenário já está desenhado pelos postulantes ao Palácio das Esmeraldas. Apesar de definidos, os palanques de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) sofrem divisões ideológicas internas. Mas há aqueles também que devem seguir as orientações de suas respectivas legendas e vão buscar se afastar da polarização.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) que, no início de seu mandato, contava com a simpatia do candidato à reeleição a governador Ronaldo Caiado (União Brasil), mas, a partir do momento em que tomaram atitudes diferentes no contexto da pandemia de Covid-19, começaram a se distanciar. Nesse sentido, o presidenciável deve ter palanques de Major Vitor Hugo (PL) e do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota).

Apesar de Mendanha ter forte base política no meio bolsonarista, Major Vitor Hugo critica a postura dele, que o classifica de “oportunista”. O militar, no entanto, defende que é o único candidato do atual presidente na disputa pelo Governo de Goiás.

“O presidente tem partido e já declarou apoio ao candidato do partido. Isso é só delírio ou sonho de alguém que já compôs com a esquerda toda. É alguém que, por uma questão eleitoral de momento, decidiu meia hora atrás se identificar com as pautas bolsonaristas”, declarou.

O deputado ainda afirmou ter convidado Mendanha, no início de 2021, para participar de um evento com Bolsonaro e a resposta do então prefeito teria sido que ia verificar o espaço na sua agenda. Após decidir ir ao evento, Gustavo teria resistido a interagir com o presidente, conforme relatou Vitor Hugo. “Não sei qual é o grau de mediunidade dele para saber o que o presidente pensa, mas, na política, a gente avalia as coisas a partir dos gestos”, apontou o Major.

Lula

Após tentativa composição frustrada entre PT e PSDB, o ex-presidente Lula (PT) deve contar com três palanques em Goiás: Wolmir Amado (PT), Cíntia Dias (Psol) e Vinícius Paixão (PCO). Durante a pré-campanha ventilou-se a possibilidade de o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) se aliar com a sigla petista, passando a integrar a chapa majoritária com ele na titularidade e Wolmir na vice. Apesar de especialistas apontarem que o apoio do PT daria musculatura a Marconi, alas ideológicas, de ambos os lados, rechaçaram essa possível aliança.

A candidata ao governo de Goiás pelo Psol, Cíntia Dias, afirmou que o PT inviabilizou o lançamento de uma chapa única de esquerda no Estado. Ela diz que qualquer possibilidade de construção de um bloco único foi por água abaixo no momento em que o PT abriu diálogo com os ex-governadores José Eliton (PSB) e Marconi Perillo (PSDB).

Cíntia Dias aponta que essa tentativa de aproximação com a direita, principalmente com o PSDB, contrariou o histórico de lutas do Psol em Goiás. A candidata diz ainda que o partido dela tentou pressionar o PT para que houvesse convergência em torno de um nome presumidamente de esquerda para o governo do Estado. No entanto, continua Cíntia, o partido do ex-presidente Lula optou por fazer uma aliança com o PSB, que abriga o ex-governador José Eliton. Mesmo assim ela disse que vai apoiá-lo em Goiás.

A despeito da aliança nacional de Lula com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), o candidato Vinícius Paixão esclarece que não concorda com essa composição, mas esclarece que PCO se mantém no palanque do ex-presidente petista em Goiás.

Composições únicas

Após Luciano Bivar (UB) desistir de disputar a Presidência da República e surgir especulações de possível apoio ao ex-presidente Lula (PT) no primeiro turno, o governador Ronaldo Caiado (UB) descartou a possibilidade de coligação do União Brasil com o petista. Com isso, ele defendeu que o apoio a senadora Soraya Thronicke (UB) à Presidência da República favorece a construção de alianças locais.

Conforme Caiado, os demais candidatos ao Governo de Goiás devem seguir as orientações de suas respectivas executivas nacionais partidárias para o apoio aos postulantes à Presidência da República. Candidato do Novo a governador, Edigar Diniz mantém palanque a Felipe D’Ávila (Novo). Professor Pantaleão (Unidade Popular) ao presidenciável Leonardo Péricles (Unidade Popular), já Professora Helga Martins (PCB) a Sofia Manzano, também da mesma legenda.