O Sindicato dos Professores de Goiás (Sinpro) se prepara para tomar medidas legais contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL), acusando-o de perseguir a categoria. De acordo com comunicado enviado à imprensa, sindicato começou a redigir documento nesta quinta-feira, 23, depois que o influencer bolsonarista lançou site para que os pais pudessem denunciar a suposta “doutrinação ideológica”.

O Sinpro afirmou que “não aceitará qualquer tentativa de perseguição à honra e à imagem dos professores e buscará todas as ações cabíveis para coibir o referido deputado federal e seus seguidores de ameaçar e difamar qualquer profissional da educação que esteja apenas exercendo seu trabalho diário”. Gayer frequentemente faz críticas à atuação dos professores em sala de aula e chegou a organizar ontem, 23, seminário sobre “doutrinação ideológica” no ensino público e privado.

Histórico

No ano passado, ainda sem mandato, Gayer provocou a demissão do professor Osvaldo Machado, que ensinava sociologia no Colégio Visão. Isso porque o professor usou uma tirinha do cartunista André Dahmer, do jornal Folha de S Paulo. Confira:

A pergunta da prova era uma interpretação: qual o elemento do Estado que está sendo retratado?. A tirinha mostra no primeiro quadro um dos personagens lendo um jornal e comentando: mais um assalto ocorrido em São Paulo. Em seguida, o mesmo personagem diz “Ainda bem que temos a polícia para combater a violência em prol…” E finaliza com a frase “…da barbárie”.

Indignado com a utilização da tira na prova, o atual deputado postou à época um vídeo acusando o professor de “doutrinar” os alunos. Vale relembrar que Gayer foi citado em uma lista do Google encaminhada à CPI da Covid como o segundo blogueiro que mais disseminou fake news no país durante o auge da pandemia.

Insulto a parlamentares

Além disso, nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 15 dias para que a Polícia Federal tome o depoimento desse deputado e que produza laudo pericial sobre as postagens nas quais ele xinga parlamentares e ministros da Corte.

Justiça analisa uma representação criminal e notícia-crime apresentada pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) contra Gayer na qual pede seja determinada a abertura de inquérito para apurar os crimes de difamação, calúnia e injúria, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e violência política.