Goiás não tem nenhum curso de Direito ‘cinco estrelas’, aponta guia especializado

O tradicional Guia do Estudante do Estadão, referência nacional na avaliação de cursos superiores, trouxe uma revelação que acendeu o debate acadêmico em Goiás nesta terça-feira, 11. Nenhum curso de Direito do estado conquistou a nota máxima de 5 estrelas na edição mais recente.

O curso de Direito é disparado o mais procurado no Brasil, com 652.960 matrículas presenciais registradas em 2024, segundo o Censo da Educação Superior. Em Goiás, instituições como PUC Goiás (Goiânia), UFG (Goiás), UFJ (Jataí), UniRV (Rio Verde) e diversas unidades da UEG e da UniEvangélica oferecem o curso. Apesar da ampla oferta, nenhuma delas alcançou a avaliação máxima.

Receberam 4 estrelas:

Enquanto algumas universidades receberam 4 estrelas, outras instituições como a Faculdade Anhanguera de Anápolis, Fama-GO, Unifan-GO, Ipog, Uniceug, Universo-GO, entre outras, ficou com 3 estrelas, revelando espaço para melhorias na qualidade acadêmica e na estrutura oferecida.

Receberam 3 estrelas:

Jornalismo

O levantamento mostra que a ausência de notas máximas não se restringe ao Direito. Cursos de Jornalismo em Goiás também não conquistaram 5 estrelas. PUC Goiás (Goiânia) e UFG (Goiânia) receberam avaliações, mas não ultrapassaram a barreira das 4 estrelas. O Unifasam (Goiânia) obteve 3 estrelas.

Apesar de não figurar entre os melhores cursos de Direito e Jornalismo do país, Goiás possui uma rede diversificada de instituições, públicas e privadas, espalhadas por cidades como Anápolis, Aparecida de Goiânia, Catalão, Formosa, Itumbiara, Jataí, Mineiros, Rio Verde, Uruaçu e Porangatu.

Panorama nacional

De acordo com o Censo da Educação Superior 2024, os cursos com maior número de matrículas presenciais são:

Fonte: Censo da Educação Superior 2024

Sobre o Guia

O Guia da Faculdade surgiu a partir de uma parceria firmada no final de 2018 entre o Estadão e a Quero Educação, uma das principais startups do setor educacional brasileiro, sediada em São José dos Campos (SP). A iniciativa nasceu com o objetivo de oferecer ao público uma avaliação criteriosa e transparente dos cursos de graduação disponíveis no país.

Dentro do projeto, cabe à equipe da Quero Educação a responsabilidade por estruturar todo o processo de análise. Isso inclui a definição da metodologia aplicada, a coleta de informações junto às instituições de ensino superior, a organização do banco de avaliadores e a tabulação dos dados obtidos. O trabalho é conduzido com rigor técnico para garantir credibilidade e relevância aos resultados.

A divulgação dos resultados finais é feita com exclusividade pelo Estadão, que apresenta os dados em suas diversas plataformas, ampliando o alcance da iniciativa e reforçando seu papel como veículo de referência na cobertura de temas ligados à educação.

Metodologia

Em 2025, o Guia da Faculdade avaliou nada menos que 22.198 cursos de graduação espalhados por todo o Brasil. O levantamento, considerado um dos mais abrangentes do país, busca oferecer ao estudante uma visão clara sobre a qualidade das formações disponíveis. Mas afinal, como essas notas são atribuídas e transformadas em estrelas?

Todas as instituições de Ensino Superior reconhecidas pelo Ministério da Educação, universidades, centros universitários, faculdades e institutos, são convidadas a participar. Após o cadastro, cada instituição indica os cursos que estão recebendo novos alunos e que já possuem ao menos uma turma formada, requisito essencial para que a graduação seja avaliada.

Cursos avaliados

O processo contempla tanto cursos presenciais quanto a distância. A avaliação é feita por cidade: se uma mesma instituição oferece, por exemplo, Administração em diferentes municípios, cada curso recebe uma nota específica. Já quando há mais de uma unidade em uma mesma cidade, apenas o curso mais antigo é considerado.

Informações utilizadas

Para cada curso inscrito, o coordenador recebe um questionário detalhado, dividido em três eixos principais:

– Projeto pedagógico – a proposta de ensino e estrutura curricular;

– Corpo docente – perfil e qualificação dos professores;

– Infraestrutura – condições de materiais, equipamentos e recursos oferecidos.

Há modelos distintos de questionários para cursos presenciais e a distância, garantindo que cada modalidade seja avaliada de acordo com suas especificidades.

Avaliadores e notas

A rede de avaliadores é formada por quase 12 mil coordenadores e professores de Ensino Superior em todo o país. O trabalho é voluntário e sem remuneração. Cada avaliador atribui notas de 1 a 5 nos três quesitos (projeto pedagógico, corpo docente e infraestrutura), sempre dentro de sua área de formação e, preferencialmente, em cursos da mesma região onde atua.

Cada curso é avaliado por seis professores. Para que a graduação receba uma nota válida, é necessário que pelo menos quatro avaliações sejam concluídas. Caso contrário, o curso é classificado como “sem nota” naquele ano.

Resultado final

O cálculo segue um rigoroso processo estatístico: a maior e a menor nota recebida são descartadas, e a média é feita com as quatro notas restantes. O resultado de 2025 tem peso 3, somando-se ao de 2024 (peso 2) e ao de 2023 (peso 1). Se o curso não foi avaliado em algum desses anos, o período é desconsiderado.

A média final é então convertida em estrelas, seguindo a escala:

– Entre 5 e 4,50 – Excelente

– De 4,49 a 3,50 – Muito bom

– De 3,49 a 2,50 – Bom

– Abaixo de 2,50 – Não estrelado

– Sem notas – cursos que não atingiram o mínimo de avaliações

Uma regra importante garante estabilidade: cada curso só pode ganhar ou perder uma estrela por ano, evitando oscilações bruscas e preservando a consistência da avaliação.

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