Goiânia, Aparecida e Anápolis têm o que comemorar com 100 dias das gestões de Mabel, Leandro e Márcio

12 abril 2025 às 21h00

COMPARTILHAR
1
Escolas “militares” e a ideologia dos intelectuais
Na sociedade há os que pregam — em nome de ideologias e religiões —, que são muitos, e os que fazem, que são poucos. Há políticos que falam na transformação da sociedade para melhorar a vida de todos. São os defensores da “mudança” ou “reforma estrutural”. Porém, mesmo pensando no coletivo, não têm um olhar para o indivíduo, notadamente para aquele que sofre e, por isso, não tem como esperar a transformação global da sociedade.
Percebe-se que intelectuais, sobretudo de esquerda, criticam as escolas ditas “militares”, que, a rigor, não são militares nem militarizadas. Porque o que define uma unidade escolar é o ensino — que, no caso, não é militarizado e é ministrado por professores civis.
Por que a sociedade, principalmente da classe média aos mais pobres, aprecia tanto as escolas “militares”, contrariando os intelectuais que, em tese, os defendem? Primeiro, porque o ensino é de qualidade. Segundo, os alunos estão protegidos.
Os ricos e parte da classe média podem colocar seus filhos em escolas caras, de alta qualidade e com proteção. Intelectuais universitários, críticos das unidades supostamente “militares”, colocam seus filhos nas escolas públicas? É provável aquilo que pregam não fazem: seus rebentos estudam nas melhores escolas, que são particulares.
2
A escola de robótica “de” Haley Margon
Em Catalão, no Sudeste de Goiás, há um homem que merece ser conhecido. Trata-se de Haley Margon Vaz, que, aos 95 anos, permanece ativo.

Com seus próprios recursos, adquiridos numa vida de trabalho obstinado, Haley Margon construiu uma escola de robótica para estudantes de Catalão. Atenção: não há dinheiro público investido.
Estudantes da cidade estão entre os melhores do país em matemática e física e a escola, tendo o apoio de professores qualificados, tem ligação com mestres da Universidade Federal de Catalão (que também contou com o apoio de Haley Margon).
Haley Margon foi prefeito de Catalão, mas a marca mais forte que está deixando na história do município é como gestor privado, filantropo. O que fez e continua fazendo é o que se pode chamar de solidariedade consciente e desinteressada.
Há, como se disse, os que pregam e há os que fazem. Muitos defendem a transformação social da sociedade, se apresentam como críticos acerbos do capitalismo, mas são incapazes de compartilhar centavos de suas fortunas (falando nisso, há gente de esquerda rica, até muita rica).
Dada a idade, Haley Margon se preocupou, inclusive, em assegurar recursos financeiros para a escola de robótica (que é, por assim dizer, uma “herdeira”, como os filhos). Quem sabe, no futuro, a Universidade Federal de Catalão possa encampar a unidade, contribuindo para sua permanência. O indivíduo, Haley Margon, fez a sua parte. Cabe ao Estado fazer a sua.
3
Márcio Corrêa: devolvendo a prefeitura à sociedade
Assim como outros, os prefeitos de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), e de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), completaram 100 dias de gestão, ou seja, três meses e 10 dias.

No setor público, dada a vigência da burocracia, 100 dias não são tanto tempo assim. Por mais boa vontade que o gestor tenha, com projetos arrojados, há o problema da falta de recursos e, sobretudo, a burocracia, que é um “monstro” que se alimenta não da ação, e sim da inação.
Porém, dadas as urgências das pessoas, sobretudo na área de saúde, 100 dias acabam por ser “muito” tempo. Dependendo do problema, o indivíduo precisa ser atendido numa unidade de saúde hoje e não amanhã. Um problema que parece simples pode se tornar grave, no caso de falta de assistência imediata.
O problema crucial de Anápolis é e sempre foi saúde. A prefeitura nunca conseguiu uma assistência de qualidade, e há vários anos.
Desde o início de sua gestão, o bem-intencionado Márcio Corrêa vem priorizando a saúde. Não se deve exigir do prefeito que o problema seja resolvido de imediato, porque é histórico, não é circunstancial. Mas o prefeito está pondo a mão na massa, retirando muita gente da zona de conforto do conformismo paralisante.
O que importa, no momento, não é a solução milagrosa, como muitos esperam (até setores da imprensa, os fanáticos por manchetes), e sim que Márcio Corrêa esteja agindo e buscando uma solução. Não está parado. Frise-se que, em recente reunião no Daia, um repórter do Jornal Opção, sentado ao lado de vários empresários, ouviu de um deles: “Com Márcio Corrêa, respira-se um ar de decência e de entusiasmo produtivo na Prefeitura de Anápolis”.
(Note-se que o assassinato de Fábio Escobar tem a ver com uma lavanderia — sim, para lavar roupas… das unidades de saúde — que prestava serviços para a Prefeitura de Anápolis, na gestão de Roberto Naves, do Republicanos. Conta-se que, embora a lavanderia não estivesse em seu nome, Escobar, que não é parente do Pablo colombiano, tinha um pro labore avultado, mas exigia mais.)
Mesmo com problemas de saúde, Márcio Corrêa é um prefeito presente, que se mantém em contato permanente com a sociedade civil dialogando e fortalecendo laços. Com um pouco mais de paciência, dadas suas boas intenções, colocará a prefeitura nos eixos. Ressalte-se que, para avançar, precisa olhar mais pra frente do que pra trás. Sua marca será sedimentada com o que fizer e não com a crítica (ainda que necessária) ao antecessor.
Vale especular: os primeiros 100 dias de Márcio Corrêa foram melhores que os últimos 100 dias de Roberto Naves? Não há dúvida. Por sinal, os últimos 100 dias (e não só eles, é claro) de Roberto Naves prejudicaram os primeiros 100 dias da gestão de Márcio Corrêa. (O mesmo ocorre em Goiânia e Aparecida.) Acrescente-se que o ex-prefeito não conseguiu nem mesmo levar sua candidata a prefeita, Eerizânia Freitas, para o segundo turno. O que evidencia, e maneira irretorquível, sua desaprovação por parte dos eleitores.
4
Sandro Mabel e a pressa por uma nova Goiânia
Sandro Mabel é tão acelerado quanto Márcio Corrêa. Mas há um motivo para tanto. Os prefeitos anteriores, notadamente o de Goiânia, Rogério Cruz, era mais lento do que uma preguiça (sim, o bicho). Por isso, para resolver problemas básicos, o gestor, que é empresário, age com pressa, e nem sempre é bem entendido.

Um dos problemas de Goiânia era — e, de alguma maneira, ainda é — o lixo. Rogério Cruz, inerte como gestor, permitiu que a cidade ficasse encardida, suja. Limpá-la, criar um ambiente asséptico — que lembre e, até, supere Nion Albernaz —, devolvendo o bom nome de Goiânia no país, é a missão de Sandro Mabel. O prefeito está indo bem e a mídia (às vezes dolosamente) acomodada precisa entender que os tempos da modorra de Rogério Cruz acabaram. Suas viúvas, inclusive em jornais, precisam acordar para perceber que os tempos mudaram.
Goiânia tem pressa, por isso Sandro Mabel tem pressa. Os goianienses querem uma cidade limpa (e, sim, Goiânia está bem mais limpa — e em três meses, depois de ficar quatro anos suja), com ruas sem (ou ao menos com menos) buracos — problema difícil de resolver em tempo de chuva (as operações de tapa-buracos têm sido mais consistentes) —, Cmeis adequados e suficientes para as crianças, unidades de saúde decentes, transporte coletivo eficiente e mais rápido e iluminação pública (sob Rogério Cruz, quase não se trocava luzes nos bairros; o prefeito atual mudou inteiramente o quadro).
Percebe-se que, se Rogério Cruz era um prefeito ausente, anódino, Sandro Mabel é um prefeito presente, atento aos clamores da sociedade. É um gestor que demonstra coragem e firmeza, evitando o discurso e, sobretudo, as ações populistas. Seu rigor (e coragem) mostra que está a serviço da sociedade e não de grupos e lobbies. Ele está operando para se restaurar uma cidade positiva para todos, inclusive para os “sujões” que jogam lixo nas ruas e não querem ser admoestados — confundindo exercício da autoridade com autoritarismo.
Veja-se o caso de pessoas que moram nas ruas. Sandro Mabel poderia tão-somente enviar a secretária Eerizânia de Freitas para verificar e resolver (amenizar, ao menos) a questão. Pelo contrário, ele mesmo decidiu verificar o problema, conversando diretamente com as pessoas. Ações assim acabam por resultar em solução humanas, realistas, factíveis.
Prefeito que não se omite, Sandro Mabel decidiu enfrentar a questão dos ambulantes que operam nas portas das lojas, atravancando o tráfego dos pedestres nas calçadas e prejudicando o comércio formal, aquele que paga impostos e gera empregos.
O prefeito sabe que se trata de um problema de difícil solução, porque gerado pela economia brasileira, que mais exclui do que inclui. Ambulantes são, no geral, pessoas que inventam seus próprios empregos e os de suas famílias. São “retardatários” que o moderno capitalismo patropi não integra e o mercado formal não mais acolhe.
Ao contrário do que alguns pensam, os goianienses não estão irritados com a aceleração de Sandro Mabel. Apreciam ter um prefeito presente, que participa, de maneira direta, da vida da cidade. Ao lado das boas intenções, o prefeito está agindo, deixando, de pronto, resultados.
5
Vilela: Aparecida volta a ser uma cidade inteligente
Vilmar Mariano, “discípulo” de Rogério Cruz, certamente vai figurar entre os piores prefeitos da história de Aparecida de Goiânia.
Leandro Vilela herdou uma cidade encardida, com problemas financeiros graves (inclusive na área de saúde, porque Vilmar Mariano, não se sabe os motivos, decidiu não pagar, por exemplo, o Einstein, que cuida do hospital da cidade).

Com seu espírito moderado, de diplomata natural, Leandro Vilela, sem muito alarde (talvez precise ser um pouco mais midiático, dados os novos tempos), vem organizando a cidade, que está mais limpa, com as contas sendo ajustadas e o sistema de saúde melhorando.
Como tem credibilidade, Leandro Vilela vem conseguindo resolver vários problemas, notadamente na área de saúde, que voltou a ser referência.
A gestão de Leandro Vilela reinstalou uma coisa essencial na Prefeitura de Aparecida — a probidade administrativa. O espírito público voltou à gestão municipal. E isto é importante, muito importante. Não há mais balcão de negócios privados dentro da arena pública.
A “in-gestão” de Vilmar Mariano havia abolido o planejamento, “agindo” na base do improviso. O novo prefeito reinstalou o sistema de planejamento e imprimiu mais rapidez nas ações. (Em tom jocoso, conta-se que uma vez mencionaram o célebre economista Celso Furtado na presença de Vilmarzim e o prefeito teria perguntado, a sério: “Quem furtou o tal Celso? Mandem prender o assaltante”.)
Sob Leandro Vilela, Aparecida voltou a ser uma “cidade inteligente”, retomando as gestões de Maguito Vilela e Gustavo Mendanha. A cidade, que estava estagnada, retomou o ritmo do crescimento com desenvolvimento. Deixou o passado para trás e retomou o presente de olho no futuro.
É provável que, com mais 100 dias, ou seja, mais três meses e 10 dias, Goiânia, Aparecida e Anápolis — com a consolidação e ampliação das mudanças — se tornarão outras cidades…. referenciais, de maneira positiva.
Aconselha-se Sandro Mabel, Leandro Vilela e Márcio Corrêa a fazerem uma visita à escola de robótica criada por Haley Margon. (Leia sobre o assunto: https://tinyurl.com/bd5sfcee).
Os três prefeitos, como o “jovelho” de Catalão, são executivos, quer dizer, gestores que fazem e não apenas ficam pregando. A imprensa precisa ficar mais atenta, sem parti pris ideológico ou supostamente crítico, ao que está sendo feito. Há uma mudança em curso. A mídia será a vanguarda do atraso, a primeira a chegar atrasada? Tomara que não.
[Email: [email protected]]