Centro pode retirar Lula ou Bolsonaro do segundo turno?
28 março 2021 às 00h02
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Fernando Henrique Cardoso avalia que um candidato de centro posicionado pode superar o presidente e o ex-presidente. Mas quem?
Fernando Henrique Cardoso é um duplo. É um acadêmico, com uma obra sólida, inclusive sobre a escravidão no Sul do país. Entre as décadas de 1960 e 1970, enquanto Celso Furtado, quiçá fazendo política, sugeria que crescimento econômico era incompatível com ditadura, o sociólogo paulista apontou que era uma análise equivocada. Estava certo: o país cresceu em ritmo chinês no governo Médici — o mais cruento do regime militar. E há o político bem-sucedido (um dos criadores do Plano Real), que se tornou presidente da República por oito anos, além de ter se comportado como uma espécie de primeiro-ministro no governo de Itamar Franco. Mais recentemente, está se posicionando como cientista político. Na terça-feira, 22, concedeu uma entrevista relevante ao repórter Pedro Venceslau, de “O Estado de S. Paulo”, publicada sob o título de “Bolsonaro, Lula, Moro, Huck e Ciro; como FCH avalia possíveis candidatos em 2022”.
A seguir, apresentaremos as ideias do ex-presidente, e eventualmente algumas discordâncias.
Bolsonaro e a luta pelo coração dos pobres
“Bolsonaro não perdeu o apoio das classes dominantes. Os interesses dominantes se acomodam sempre”, sublinha Fernando Henrique. De fato, quando Lula da Silva ressurgiu como elegível, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, as elites se assustaram. Porque, se há quem não queira mais o presidente Jair Bolsonaro, há muito mais gente, entre os ricos, que não quer a volta do petista. Pesquisas demonstram que o líder do lulopetismo é forte, mas não tão forte quanto se pensava. Tanto que a maioria da população, segundo uma pesquisa, não aprovou a decisão do STF que o beneficiou.
O sociólogo sugere que o estilo de Bolsonaro reflete “uma classe média que tem um pouco de raiva. A classe média se sentiu mais representada por ele”. A análise é pertinente, pois a classe média — ou classes médias — não se sentia representada por ninguém, avaliando que uns falam pelos ricos e outros falam pelos pobres.
O eleitorado de Bolsonaro não está, porém, concentrado apenas em setores das elites e das classes médias. Entre os pobres, inclusive no Nordeste, o presidente tem força — rivalizando-se com o PT de Lula da Silva. A guerra eleitoral de 2022 será pela conquista do coração dos pobres — um eleitorado que muda mais fácil de opinião e pode ter alguma “saudade” dos governos do petismo
Há possibilidade de impeachment? Não há, avalia, de maneira correta, Fernando Henrique. Bolsonaro “tem apoios. Você tem impeachment quando o Congresso para de funcionar. Não é o caso. (…) Bolsonaro tem mais apoio que Dilma [Rousseff] porque é mais competente em lidar com os interesses que o seguram lá”. Recentemente, como presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Democratas (a caminho do MDB), tentou fazer seu sucessor, bancando Baleia Rossi, do MDB.
Com o apoio de amplo apoio da imprensa, parecia a muitos que Rodrigo Maia derrotaria Bolsonaro. Mas o presidente articulou e trouxe o Centrão para o seu lado e acabou por eleger Arthur Lira (Progressistas) presidente da Câmara dos Deputados. Trata-se de uma vitória substancial. Primeiro, porque Bolsonaro mostrou capacidade de articulação. Segundo, porque a escolha do caminho do realismo, a articulação com o Centrão, indica que o presidente fez uma opção pela política. Quer dizer, há indícios de que, apesar da retórica, não se trabalha por uma saída anti-institucional.
Há pouco, depois da publicação da entrevista de Fernando Henrique, talvez seguindo uma ideia do ex-presidente Michel Temer — que defende o “pacto do unidos e vacinados” —, Bolsonaro reuniu governadores, presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas), e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, além de ministros, e criou um comitê para gerenciar a crise da pandemia do novo coronavírus. Houve uma chiadeira geral.
De um lado, há os que não acreditam em Bolsonaro e sugerem que não irá mudar. De outro lado, há os que afirmam que o presidente está certo — são os representantes dos “mictórios do ódio”. Na verdade, aquele que quiser ajudar Bolsonaro tem de sugerir que trilhe os caminhos que começa a aceitar — que é preciso intensificar a vacinação e, seguindo as indicações dos cientistas, eventualmente postular pelo isolamento social (neste caso, ele ainda reluta).
O fato é que Bolsonaro ainda tem quase dois anos de mandato. Portanto, quem aposta que é vital acelerar a vacinação — o que, a médio prazo, incentivará a recuperação econômica —, ou seja, que é possível salvar vidas (morreram 305 mil e podem morrer, na escalada atual, ao menos 500 mil pessoas), precisa articular com o presidente. Os governadores, que enfrentam problemas reais, estão certos ao aceitar conversar. A criação do comitê é uma vitória. Talvez o começo dela.
Lula da Silva e sua opção pelo centro
Ao mencionar o possível retorno de Lula da Silva, Fernando Henrique o cutuca: “Não estou julgando ninguém, mas a gente tem que viver com intensidade cada momento. Quando você fica muito agarrado a um momento da sua história, você morre com ela. É melhor arrumar brinquedos novos para se distrair com outras coisas”.
Tudo indica que a dica não serve para Lula da Silva, cujo “brinquedo” preferencial é a política. Fernando Henrique escreve livros, é dado a leituras e pontifica em jornais sobre política. O petista gosta de disputar eleições, de se colocar no centro do palco.
Há alguma possibilidade de Lula da Silva ganhar a eleição para presidente em 2022? Fernando Henrique avalia que, para vencer, o petista precisa se alinhar ao centro. “Lula é esperto, vai para o centro. (…) Não creio que as pessoas vão optar entre esquerda e direita no sentido ideológico.” O sociólogo tem razão: tende a ganhar o candidato que conquistar parte significativa dos eleitores de centro — que, às vezes, costumam apostar naquele que considera como “menos pior”. Talvez não queira nem Lula da Silva nem Bolsonaro, mas, dependendo do quadro, terá de escolher um deles.
Fernando Henrique comete o equívoco habitual de dizer que Lula da Silva “nunca foi de esquerda”, mas acerta quando frisa que não é “um perigo”. O petista é de esquerda, uma esquerda social-democrata, mas não comunista. Não se deve considerar de esquerda apenas quem é comunista e radical. O ex-presidente pertence a uma esquerda moderada, não ortodoxa — aliás, como Fernando Henrique, que é tão social-democrata quanto o petista. Propor privatizações é vista como uma atividade típica de liberais. Mas há outro viés. Um Estado mais enxuto pode resultar em mais investimentos para beneficiar a sociedade — sobretudo os pobres e as classes médias — e menos para sua própria manutenção. Portanto, privatizar é, quem sabe, uma ação mais do que liberal.
Eduardo Leite pode ser mais palatável do que Doria
O PSDB tem três pré-candidatos a presidente: os governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
De cara, Fernando Henrique descarta Arthur Virgílio — “por não ter força eleitoral”. “Quem tem base eleitoral são esses dois: Doria e Eduardo Leite. O Doria tem mais consistência porque é São Paulo.” O Estado do Sudeste, verdadeiro país em termos de economia e população, é uma potência. Entretanto, em termos políticos, pode simbolizar força e, ao mesmo tempo, fraqueza. O país parece um tanto “enjoado” de São Paulo e, possivelmente, tende a apostar num político com uma cara menos paulista e mais nacional. Lula da Silva e Bolsonaro parecem ser de todos os lugares e o PSDB precisa arranjar um candidato similar. Talvez Eduardo Leite, por não pertencer a Estados hegemônicos como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, possa ser o político de centro capaz de galvanizar o país. É jovem, fala bem e tem experiência administrativa, pois foi prefeito de Pelotas e, agora, é governador. Doria é uma espécie de Geraldo Alckmin com feição de almofadinha. O picolé de chuchu de Armani.
“Eu gostaria mesmo que não fosse nem Bolsonaro, nem Lula. Se eu puder, vou trabalhar nessa direção: ter um candidato de qualquer partido do centro que expresse sentimento positivo. Não pode ser um centro morto, tem que ser um centro que tenha lado”, sublinha Fernando Henrique, sem explicar direito, quiçá por falta de espaço da reportagem, sua ideia. O ex-presidente não diz isto, mas vale discutir: no momento Bolsonaro e Lula da Silva estão polarizados, mas será possível uma polarização entre um postulante do centro e Bolsonaro ou entre um candidato do centro e Lula? Depende, claro, do candidato de centro.
Observe-se que Lula da Silva e Bolsonaro estão se aproximando do centro. Por dois motivos. Primeiro, para conquistar um eleitorado que ainda não é “deles”. Segundo, para impedir a ascensão de um candidato de centro que possa se tornar forte. Se o centro for “esvaziado” agora, com pesquisas sinalizando que nenhum de seus nomes tem viabilidade eleitoral, a tendência é que os extremos, Lula da Silva e Bolsonaro, se digladiam em 2022.
Habilmente, o PT está buscando um nome de centro, palatável para o país, para vice. Sondou a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, que não demonstrou entusiasmo (e ela própria pode ser uma forte candidata de centro). Chegou-se a pensar num general como vice, como Santos Cruz, que disse que não aceita. Bolsonaro falou num vice terrivelmente evangélico, mas por qual motivo premiar um grupo cujo voto já se tem? Do ponto de vista da racionalidade eleitoral, o presidente ganhará mais se buscar um candidato de centro, moderado e respeitado. Um político do Centrão ou um empresário, digamos.
Luciano Huck e Luiza Trajano
Durante algum tempo, Fernando Henrique elogiou Luciano Huck como uma alternativa aos extremos. Mas o ex-presidente parece ter perdido o entusiasmo com o apresentador da TV Globo.
Como é cotado para substituir Faustão na Globo, Huck parece hesitar em ser político, por isso não se filiou até agora. Fernando Henrique sugere que se filie o mais rápido possível. “Passa a hora. Ele tem pouco tempo para tomar a decisão.” Depois de ressaltar sua popularidade, o ex-presidente acrescenta: “O que falta a ele é ser líder político, que é outra coisa. Ser líder político é ter comando sobre o Congresso”.
Fernando Henrique está certo em parte, pois Huck não é mesmo líder político. Se eleito, terá dificuldade com o Congresso, até por não saber como funcionam os jogos de guerra entre o Executivo e o Parlamento, que, de certa forma, também governa. Mas talvez o eleitorado esteja buscando não exatamente um líder — o que Bolsonaro também não é, e Lula é. Mas uma figura inspiradora, preocupada com o social — o que é o caso de Huck.
A impressão que se tem, embora seja uma espécie de outsider, como Sergio Moro, é que Huck é formado por “pedaços” tanto de Lula quanto de Bolsonaro. O próximo presidente será, quem sabe, um político não-político que pareça um pouco com Bolsonaro — não controlável pelos políticos (é o que figura no imaginário de muitos eleitores) — e com Lula da Silva (um homem do povo preocupado com o social). Talvez este personagem seja Huck, que parece tão a-ideológico quantos políticos patropis (note-se que FHC diz que Lula não é de esquerda). O outsider parece com tudo e, ao mesmo tempo, com nada.
Na verdade, ao contrário do que assinala Fernando Henrique, Huck talvez seja o político de centro mais palatável à média do eleitorado. Tanto que agrada dos pobres aos ricos. Uma chapa com Huck e Luiza Trajano na vice seria, por certo, fortíssima. São dois outsiders que, no fundo, são insiders (não políticos). São fortes exatamente porque parecem pairar acima das contradições — inclusive de classes — da sociedade. Ademais, ganham pontos porque não são considerados políticos.
Ciro é o Bolsonaro da esquerda?
O repórter possivelmente não perguntou, por isso Fernando Henrique não menciona Luiz Henrique Mandetta, do partido Democratas. Se a pandemia tiver cedido em 2022 — com alto índice de vacinação a partir de 2021 e, portanto, com menos mortes —, o ex-ministro da Saúde perderá substância política. Porém, se o caso continuar grave, pode se tornar uma alternativa de centro superior a Doria e Eduardo Leite. Com seu jeitão, misto de médico e padre, o político fala bem e tem se apresentado como crítico duro e consistente do governo de Bolsonaro. Mas precisa ampliar seu discurso para além da saúde. Deve se apresentar de maneira mais plural. O que tem a dizer sobre como melhorar a renda, portanto a vida, dos pobres — solapados ainda mais pela pandemia? Lula da Silva terá um discurso adequado para os pobres, assim como Bolsonaro — que está reformatando a Bolsa Família e, devido à crise derivada da pandemia, concedeu o auxílio emergencial.
Candidatos vencedores em geral não têm muitas pautas, mas também não devem ter tão-somente uma — como a saúde. Mandetta é, no momento, refém da pauta única. Claro que parte da responsabilidade cabe à imprensa, que só lhe faz perguntas sobre a pandemia e Bolsonaro.
Certa feita, numa polêmica, Paulo Francis se irritou com Caio Túlio Costa porque o então ombudsman da “Folha de S. Paulo” tachou-o de “irreverente”. Fernando Henrique é um mestre da ironia fina, da estocada elegante. Sobre Ciro Gomes, o eterno candidato do PDT — que o PT, hegemônico na esquerda, costuma “canibalizar” —, o ex-presidente afirma que é “relativamente jovem” (como tem 63 anos, talvez seja uma ironia: o pedetista estaria, mesmo sessentão, se comportando como adolescente) e “fala bem”. Porém, acrescenta, é “um pouco inconstante”. “Não acho que seja a pessoa que o Brasil precisa neste momento para abrir um caminho de renovação. Ele sabe falar, mas não sabe para que lado vai. Tenho a sensação que ele pode ir para qualquer lado. Ciro não é de esquerda, de direita nem de centro. Ele é ele”.
Ciro Gomes pertenceu ao PDS (partido de direita) e, agora, é do PDT. O partido fundado por Leonel Brizola pretendia ser socialista, mas moderado. Na verdade, Brizola queria o PTB, mas, como o general e ministro Golbery do Couto e Silva manipulou para que o partido fosse repassado para Ivete Vargas, acabou tendo de criar o PDT. O que o partido era, na origem? Talvez mais nacionalista do que socialista. Hoje, é uma mistureba e não se sabe exatamente o que é. Mas, por certo, não é de direita. É uma espécie de “centrão da esquerda” — cabe desde um Carlos Lupi a um Ciro Gomes.
A rigor, Ciro Gomes não é inconstante e sabe o rumo que quer. É, digamos, um nacionalista. Mas a impressão que se tem é que o espaço que o líder do PDT quer ocupar — o de um “Bolsonaro com conteúdo” — já está ocupado pelo “Ciro Gomes sem conteúdo”.
Fora a questão do conteúdo, Ciro Gomes e Bolsonaro são muito parecidos — inclusive no linguajar. A língua é a principal adversária de ambos. Se moderasse a linguagem, Ciro Gomes teria como se aproximar do centro. Mas, como tático, parece ser lento. E, na política como na guerra, o que leva a uma estratégia vencedora são as táticas apropriadas.
Sergio Moro e a Lei Gilmar Mendes
Não há a menor dúvida de que Gilmar Mendes é um ministro decente (nunca se provou nada contra ele). Mas, movido por paixões e convicções jurídicas e existenciais, se impôs uma tarefa: demolir a figura do ex-magistrado Sergio Moro.
Em recente sessão, na qual se concluiu pela parcialidade de Sergio Moro na questão da Operação Lavo Jato, no que concerne a Lula da Silva, Gilmar Mendes elogiou o advogado do ex-presidente e, ao fazê-lo, chegou a chorar. Sua parcialidade, diria um jurista, não restou configurada? Mais do que qualquer outro ministro, possivelmente — por ser um leitor dos mais vorazes —, Gilmar Mendes sabe que se roubou à solta nos governos do PT e o líder petista não é um santo que nada via e de nada participava.
Gilmar Mendes também sabe que figuras poderosas, com dinheiro para pagar os melhores escritórios de advocacia do país, não são “pegas” com facilidade. Seus esquemas financeiros são bem montados e a assessoria jurídica é de primeira linha. Portanto, procuradores da República e magistrados, se ficarem presos 100% à letra das leis — deixando de se comunicar, por exemplo —, não denunciam nem condenam ninguém. A Lava Lato recuperou mais de 4 bilhões de reais para o Erário. Ora, se dinheiro foi devolvido, e já está sendo aplicado pelo governo federal, é porque empresários, executivos e políticos foram condenados. A devolução de dinheiro é uma poderosa confissão de culpa.
Mas com a “Lei Gilmar Mendes”, que penaliza um magistrado decente como Sergio Moro — investigar e condenar corruptos se tornou “pior” do que a corrupção —, é muito provável que, daqui pra frente, policiais federais, procuradores da República e magistrados ficarão com receio de atuar de maneira mais firme contra a corrupção dos poderosos.
A rigor, Sergio Moro não foi parcial ao julgar Lula da Silva. Mas cometeu o erro de ter se tornado ministro de um presidente, Jair Bolsonaro, que é o símbolo do anti-petismo e, portanto, do anti-Lula da Silva. Cristalizou-se a ideia de que, como magistrado, “destruiu” o petista para ajudar Bolsonaro.
Fenando Henrique frisa que a importância de Sergio Moro se deve ao fato de ter colocado “gente rica e poderosa na cadeia”. Refinando sua ideia, pode-se dizer que, com suas decisões corajosas, o ex-juiz mostrou à sociedade que, finalmente, a impunidade havia esbarrado na lei, no seu cumprimento. “Ele [Sergio Moro] simboliza a classe média radicalizada que quer acabar com a corrupção. Não vejo que ele tenha força política real. Pode ser que tenha no Paraná”, frisa o ex-presidente.
Porém, ao contrário do que diz Fernando Henrique, Sergio Moro é bem avaliado nas pesquisas de intenção de voto. Numa delas, ganha de Bolsonaro no segundo turno. Bombardeado como tem sido — ninguém enfrenta o pico do PIB do país impunemente —, sem fazer campanha, sem ter estrutura alguma, Sergio Moro aparece bem. Por isso querem destruí-lo. Talvez seja o verdadeiro outsider — de direita — com capacidade para derrotar Bolsonaro. Mas, como o atual presidente, teria, se eleito, dificuldade para governar. Muita gente que, como juiz, penalizou continua dando as cartas no país. A corrupção, no momento, está “goleando” a lei — e com a ajuda de alguns dos mais altos aplicadores da lei.