A lista tem como objetivo arrolar 20 nomes. Mas é óbvio que outros políticos brilharam. Portanto, toda lista, circunscrita a poucos indivíduos, é sempre lacunar e pode até ser injusta.

Dois políticos talvez tenham brilhado um pouco mais: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, ambos do União Brasil.

Num país em crise, o gestor estadual manteve Goiás em crescimento e com especificidades — como uma segurança pública altamente eficiente e aprovada pela população e decência na aplicação dos recursos financeiros públicos.

Bruno Peixoto foi eleito presidente da Assembleia, conquistando todos os deputados e, em seguida, se consagrou como pré-candidato a prefeito de Goiânia. É um político articulado, sobretudo vocacionado, na linha de Iris Rezende, Maguito Vilela e Ronaldo Caiado: a dos que ficam “acordados” enquanto a maioria “dorme. Noutras palavras, e no bom sentido, é, como postulou Max Weber (1864-1920), um político profissional.

Fala-se mal do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), mas é provável que, ao término do mandato, seu saldo seja mais positivo do que negativo. Num mundo cada vez mais midiático, talvez tenha faltado ao gestor da capital um pouco mais de presença orientada na imprensa e nas redes sociais.

Como ainda não disputou nenhum mandato, Gracinha Caiado (União Brasil) não é listada. Mas, dados seu trabalho na área social e capacidade de articulação política, se tornou cotada para disputar mandato de senadora em 2026. Políticos dizem que não há duas vagas para o Senado no próximo pleito, porque consideram que uma delas é da primeira-dama.

O prefeito de Mineiros, Aleomar Rezende, do MDB, faz uma administração apontada como eficiente e pode derrotar um ícone da política local — Agenor Rezende, seu tio, que, com quase 80 anos, decidiu enfrentá-lo. O gestor municipal lidera as pesquisas de intenção de voto. Não figura na lista, mas, se ela fosse um pouco maior, com 21 nomes, poderia ser um dos arrolados. Assim como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (MDB), que, começando atrás, tem chance de virar o jogo e vencer o deputado federal Professor Alcides Ribeiro (PL).

Como líder do governo na Assembleia Legislativa, Wilde Cambão (PSD) mostrou eficiência. Se Bruno Peixoto for eleito prefeito de Goiânia, Cambão certamente será eleito presidente da Alego.

O senador Wilder Morais não é citado por um motivo prosaico. Ele é o presidente do Partido Liberal em Goiás, mas quem manda de fato é o ex-deputado federal Major Vitor Hugo e o deputado federal Gustavo Gayer. O empresário queria empurrar o PL para uma aliança com o senador Vanderlan Cardoso — que planeja disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2024, daqui a nove meses —, mas levou um chega-pra-lá do ex-presidente Jair Bolsonaro, que definiu: o candidato do partido será Gustavo Gayer (que, se brincar, corre o risco de se tornar o Daniel Silveira de Goiás. Ele e o deputado estadual Amauri Ribeiro, do União Brasil).

O ex-governador Marconi Perillo assumiu a presidência nacional do PSDB, ou seja, adquiriu uma força considerável e inesperada. Mas nota-se que quem está ocupando mais espaço não é o ex-governador goiano, e sim o deputado federal Aécio Neves. Ao mesmo tempo, o tucano vem de duas derrotas para o Senado. O sucesso eleitoral é crucial para considerar que um político permaneça brilhando. De qualquer modo, Marconi persiste no jogo. Políticos profissionais nunca desistem.

A lista a seguir está disposta em ordem alfabética, e não de relevância política.

1

Aava Santiago/PSDB

Aava Santiago: vereadora em Goiânia | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

A vereadora é a única voz com mandato do tucanato em Goiânia. Moderada, é cotada para a disputa da Prefeitura de Goiânia (fala-se que Marconi Perillo prefere Matheus Ribeiro), assim como é lembrada para ser vice de Vanderlan Cardoso. O PT gostaria de tê-la em seus quadros.

2

Adriana Accorsi/PT

Adriana Accorsi: deputada federal | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

A deputada federal é a política de Goiás mais ligada ao presidente Lula da Silva, do PT, e tem seu apoio para disputar a Prefeitura de Goiânia. Aparece bem nas pesquisas de intenção de voto — quase sempre em segundo lugar, bem próxima de Vanderlan Cardoso. É sempre cotada para ser ministra da Justiça ou da Segurança Pública.

3

Antônio Gomide/PT

Antônio Gomide: deputado estadual | Foto: Divulgação

As pesquisas de intenção de voto mostram que o deputado estadual é o favorito para a disputa da Prefeitura de Anápolis. Numa cidade politicamente conservadora, o que lhe falta é apoio de grupos políticos não-petistas.

4

Bruno Peixoto/União Brasil

Segundo o parlamentar, recurso é resultado das medidas de economia que estão sendo implementadas em sua gestão. | Foto: Marcos Souza.
Bruno Peixoto: presidente da Assembleia Legislativa de Goiás | Foto: Marcos Souza

Eleito presidente da Assembleia Legislativa no início do ano, o deputado se mostrou um articulador de grande habilidade política. Tanto que, um ano depois, está se consagrando como possível candidato a prefeito de Goiânia.

5

Daniel Vilela/MDB

Daniel Vilela: vice-governador de Goiás | Foto: Secom estadual

Há vice-governadores que são decorativos. Não é o caso. Daniel Vilela é proativo e presente. Ele está articulando em todo o Estado porque sabe que os novos prefeitos e vereadores serão peças decisivas na eleição de governador em 2026. Daqui a dois anos e nove meses, Daniel planeja disputar o governo.

6

Diego Sorgatto/União Brasil

Diego Sorgatto: prefeito de Luziânia | Foto: Reprodução

Com uma gestão bem avaliada, o prefeito, de apenas 33 anos, pôs a Prefeitura de Luziânia em dia, ajustando suas contas. Em suma, acabou com o caos. Por isso tende a ser reeleito. É um político de uma região que tem um dos maiores eleitorados de Goiás e, por isso, e também por seus méritos, tem chance de crescer na política estadual.

7

Fernando Pellozo/União Brasil

Fernando Pellozo: prefeito de Senador Canedo | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O prefeito de Senador Canedo é jovem e é apontado como um gestor eficiente. Tende a ser reeleito, mesmo sem o apoio de Vanderlan Cardoso. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto. Até aliados sugerem que deve operar para melhorar o setor de saúde.

8

Gustavo Mendanha/MDB

Pesquisas mostram que, se pudesse disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2024, teria amplas chances de ser eleito. Em Aparecida de Goiânia é o eleitor número 1. Se se empenhar na campanha, a tendência é que o prefeito Vilmar Mariano — no momento atrás de Professor Alcides Ribeiro nas pesquisas de intenção de voto — seja reeleito. Para 2026, Gustavo Mendanha tende a ser candidato a senador ou a vice de Daniel Vilela.

9

Humberto Machado/MDB

Humberto Machado, prefeito de Jataí | Foto: Reprodução

O prefeito de Jataí é visto com um político turrão, que aprecia um contencioso com setores da sociedade civil e do funcionalismo público. Porém, como gestor, é bem avaliado. O Agro deve lançar um candidato — Geneilton Assis — para enfrentá-lo. Mas as pesquisas continuam mostrando o gestor municipal na liderança absoluta. Mas pode ser surpreendido? Pode.

10

Jânio Darrot/MDB

Jânio Darrot: pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo MDB | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O ex-prefeito de Trindade é um vencedor como político e empresário. Ele modernizou o município, acabando com a ideia de cidade-dormitório. Agora, por ser gestor, deve ser o candidato do MDB a prefeito de Goiânia. É o nome articulado pelo vice-governador Daniel Vilela.

11

Jorge Kajuru/PSB

Jorge Kajuru: senador pelo PSB | Foto: Secom do Senado

No início do mandato, Kajuru se concentrou em questões nacionais e praticamente perdeu contato com Goiás. Depois de certa relutância, decidiu que será candidato à reeleição e tem circulado pelo interior. Ele é conhecido como o “senador da saúde” e vários prefeitos, como Paulo do Vale, de Rio Verde, estão entusiasmados com ele. Pode-se sugerir que, em 2023, “renasceu” como político.

12

Márcio Corrêa/MDB

Márcio Corrêa: pré-candidato a prefeito de Anápolis | Foto: Câmara dos Deputados

Trata-se de um caso curioso: perdeu para deputado federal, mas é apontado como o “único” político capaz de derrotar Antônio Gomide para prefeito de Anápolis. Dentista e empresário, Márcio Corrêa é ligado ao vice-governador Daniel Vilela e pode ser candidato a prefeito pelo MDB. Mas também pode migrar para o PL ou para o União Brasil.

13

Marden Júnior/União Brasil

Prefeito de Trindade
Marden Júnior: prefeito de Trindade | Foto: Divulgação

Substituir Jânio Darrot não é fácil, mas o prefeito de Trindade assumiu a Prefeitura de Trindade, em janeiro de 2021, e deu conta do recado. Tanto que elegeu seu candidato a deputado estadual, em 2022, e está dando continuidade à modernização da cidade. É favorito para a reeleição, tanto que, até agora, não apareceu nenhum adversário consistente para enfrentá-lo.

14

Pábio Mossoró/MDB

Pábio Mossoró: prefeito de Valparaíso de Goiás | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O prefeito de Valparaíso de Goiás derrotou a deputada Lêda Borges, sua “criadora”, em 2020. Em 2024, daqui a nove meses, vai bancar um candidato que tem chance de derrotá-la mais uma vez. Pábio Mossoró, líder dos prefeitos do Entorno de Brasília, deve ser candidato a deputado federal (ou estadual, se Zeli Fritsche for a federal) em 2026.

15

Paulo do Vale/União Brasil

Paulo do Vale: prefeito de Rio Verde | Foto: Divulgação

O prefeito de Rio Verde é um dos mais bem avaliados de Goiás. É considerado como um gestor eficiente, sobretudo na área de saúde e infraestrutura. Em 2022, contribuiu, de maneira decisiva, para eleger seu filho, Lucas do Vale, deputado estadual — o segundo mais votado. Seu candidato a prefeito, possivelmente o médico Wellington Carrijo, tende a ser eleito, porque os eleitores querem continuidade do que está dando certo.

16

Roberto Naves/Republicanos

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Roberto Naves: prefeito de Anápolis | Foto: Bruno Velasco/Secom da Prefeitura de Anápolis

Eleito em 2016 e reeleito em 2020, Roberto Naves é do tipo de político que não deve ser subestimado. Porque é articulado e é bom de campanha. Em 2022, contribuiu para a vitória de sua mulher, Vivian Naves, a deputada estadual. Em 2024, mesmo com algum desgaste, poderá contribuir para a vitória de seu candidato ou, então, poderá tentar impedir a vitória de algum adversário político.

17

Ronaldo Caiado/União Brasil

Ronaldo Caiado: governador de Goiás | Foto: Divulgação

A rigor, é o político do ano em Goiás e no Brasil (tanto que é cotado para ser candidato a presidente da República, em 2026, daqui a dois anos e nove meses). Ronaldo Caiado é um dos governadores mais bem avaliados do Brasil. Primeiro, porque é visto como um político decente. Segundo, melhorou de fato a segurança pública do Estado e outros governadores estão de olho em sua experiência. Terceiro, duas áreas cruciais, saúde e educação, melhoraram em sua gestão. Quarto, Goiás cresce mais, em termos econômicos, do que a média do país. Além disso, é um articulador político hábil. Ele já está operando, com a discrição habitual, para ampliar sua base política para 2024 e 2026. Engana-se quem pensa que ficará alheio ao processo. Quem pensa assim não conhece o político Ronaldo Caiado, que é atentíssimo às alianças político-eleitorais.

18

Rubens Otoni/PT

Rubens Otoni: deputado federal pelo PT | Foto: Reprodução

O deputado federal articula em todo o Estado e não perde eleição. É um dos principais aliados do presidente Lula da Silva em Goiás. Tem levado fartos recursos para vários municípios do Estado. Para a disputa de 2026, poderá ser candidato a senador ou a governador.

19

Vanderlan Cardoso/PSD

Vanderlan Cardoso: senador pelo PSD | Foto: Leoiran/Jornal Opção

O senador “rompeu” com o bolsonarismo e, de cara, se tornou presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, uma das mais importantes da Casa. Ele aparece em primeiro lugar, nas pesquisas de intenção de voto, na disputa para prefeito de Goiânia. A pedra no seu caminho é a falta de apoio de políticos consistentes.

20

Vanuza Valadares/União Brasil

Vanuza Valadares: prefeita de Porangatu | Foto: Reprodução

A prefeita de Porangatu começou mal, mas deu a volta por cima. A cidade está bem administrada e ela já aparece como favorita para a disputa da reeleição. Pode ter em Rafael do Charque (Podemos) um rival que, sem desgaste, pode surpreender.