Presidente do BC diz que não é verdade que os bancos perdem dinheiro com o Pix
12 agosto 2022 às 07h56
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 11, que “não é verdade que os bancos perdem dinheiro com o Pix”. Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou os bancos dizendo que as instituições financeiras perdiam dinheiro com a ferramenta, lançada pelo BC durante seu governo e, por isso, assinaram o manifesto em defesa da democracia, por meio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Segundo Campos, o BC deve divulgar, em breve, um estudo sobre isso. “Eu quero já dizer que não é verdade que os bancos perdem dinheiro com o Pix. Inclusive, a gente deve, em algum momento, soltar algum tipo de estudo mostrando isso. Você tem uma perda de receita em transferência, mas, por outro lado, novas contas são abertas, novos modelos de negócio são gerados, você retira dinheiro de circulação, o que é um custo enorme para o banco, você aumenta a transação, então o transacional aumenta”, disse, em palestra na 32ª edição da Febraban Tech, na capital paulista.
O presidente do BC ressaltou que os bancos entenderam, no processo de construção do Pix, que o sistema seria de “ganha-ganha”, ou seja, todos os participantes sairiam no lucro, e ajudaram na divulgação da ferramenta. “O sistema foi construído por todo o sistema financeiro. Os bancos ajudaram muito, botaram propaganda bonita, fizeram um marketing muito bom.”
Campos Neto ressaltou que a intenção do BC é aumentar a participação da sociedade no sistema bancário nacional. “A gente quer ´bancarizar’, a gente quer competição com inclusão, não é sobre se está ganhando ou está perdendo, todo mundo está ganhando.”
A carta criticada por Bolsonaro foi lida nesta quinta-feira, em evento na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo. O texto, enunciado pelo ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, conta com endosso de ao menos 107 entidades, entre elas a Febraban. A Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) não assinaram o manifesto.