A economia goiana segue em ritmo de crescimento acelerado e consolidado. Nos últimos 12 meses, até agosto de 2024, o estado apresentou uma alta de 3,8% na sua atividade econômica, superando novamente a média nacional, que ficou em 2,5%. Os números foram divulgados pelo Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), do Banco Central, e analisados pelo Instituto Mauro Borges (IMB).

Esse resultado de crescimento também foi observado no acumulado entre janeiro e agosto de 2024, período em que a economia goiana cresceu 1,9%. Na comparação entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2023, a alta foi de 1,1%.

O IBCR é reconhecido como uma prévia confiável do Produto Interno Bruto (PIB), sendo utilizado para monitorar o desempenho econômico de forma mensal. Ele considera a evolução da atividade econômica em setores como a indústria, o comércio e os serviços, fornecendo um panorama robusto da saúde econômica de Goiás. 

Indústria como destaque do crescimento

O Superintendente de Estudos e Projeções Macroeconômicas do Instituto Mauro Borges (IMB), Sávio Oliveira, aponta para o destaque no crescimento da indústria. “O nosso crescimento da indústria foi um grande destaque em relação à média brasileira”, observa. Ele também ressalta que reformas recentes beneficiaram diversos setores. “Aqui em Goiás, houveram reformas que beneficiaram alguns setores, como o setor de biocombustíveis, que teve um investimento que deu resultado. É um setor que vem crescendo em Goiás”, afirma Sávio.

Outro setor que tem impulsionado a economia local é o de automóveis. “O setor de automóveis voltou com tudo em Goiás. A produção de automóveis aqui cresceu aproximadamente 70% em 2024”, destaca o superintendente.

Crescimento na geração de empregos

O aquecimento da economia goiana também tem refletido na criação de empregos. De janeiro a agosto de 2024, foram criados 77.335 novos postos de trabalho formais no estado, colocando Goiás na liderança da região Centro-Oeste. Esse número é superior aos de estados como Mato Grosso (51.414), Distrito Federal (34.634) e Mato Grosso do Sul (24.088), segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. “O setor que mais tem gerado emprego é o setor de serviços. Dentro da indústria, a construção civil também tem gerado muitos empregos este ano”, destaca Sávio.

A expectativa é de que o setor de serviços continue liderando na criação de empregos em Goiás até o final do ano. “A expectativa é que fechemos 2024 com o setor de serviços sendo o grande gerador de empregos em Goiás”, aponta o superintendente.

Agronegócio e desafios climáticos

Apesar do desempenho positivo, o agronegócio, um dos principais motores da economia goiana, enfrenta desafios climáticos. Sávio Oliveira explica que, no ano passado, o estado sofreu com problemas climáticos que acabaram afetando a produção. “No ano passado, tivemos um período de estiagem muito forte e chuvas irregulares no início da janela de plantio de soja. Isso acabou gerando uma queda de produção para este ano”, explica.

Contudo, as expectativas para o próximo ano são otimistas. “Agora em outubro, iniciou-se novamente a semeadura da soja, mas de uma maneira bem melhor que no último ano. Inclusive, as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que no próximo ano devemos crescer bastante a produção da agropecuária”, diz Sávio.

O economista também alerta para os desafios climáticos que podem impactar o desempenho econômico em 2025. “Felizmente, as expectativas para o próximo ano já são bem positivas. E os principais desafios que podemos enfrentar são os climáticos, como o mundo todo também tem passado por isso, com queimadas e estiagens”, finaliza.

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