Franquias aquecem economia em Goiás; quanto custa para abrir uma?

Empreender no setor tradicional de franquias dentro de uma loja de shopping ou no comércio de rua tem atraído cada vez mais brasileiros que tem o empreendedorismo na veia. Nesse cenário, em Goiás, abrir uma franquia pode ser uma possibilidade para empreendedores que querem investir o dinheiro em um negócio relativamente mais seguro que os demais. Isso é o que garante o diretor regional da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no Centro-Oeste, Mauro Hyde.

Segundo o representante da ABF, tem franquias para todos os bolsos de quem opta em ser um franqueado. “Difícil falar se é caro ou barato, vai muito de bolso de cada um e o que se busca. Pode custar desde R$ 2 mil até R$ 5 milhões”, informou o diretor regional.

Ele explica que as microfranquias ou aquelas baseadas em casa são mais baratas por dependerem muito do trabalho e do esforço individual do franqueado.

Destaques

No Centro-Oeste, Goiás é o Estado com maior participação em faturamento. “Goiás é o maior fomentador do setor na região. É um Estado pujante, com um agronegócio muito grande. É um Estado muito rico e os empreendedores olham para isso”, afirmou o diretor regional da ABF.

O setor com maior faturamento foi o de saúde, beleza e bem-estar, que, sozinho, movimentou R$ 1,7 bi, o que representa 28% de participação. “Muito em virtude da vaidade das mulheres goianas”, comentou Mauro.

Na sequência vem o ramo da alimentação – que no Brasil é o setor que ocupa o topo do ranking, mas que, em Goiás, está na segunda posição -, com 20% de participação. Isso quer dizer que uma em cada cinco franquias no Estado é do setor de alimentação.

No entanto, o ramo de serviços e outros negócios – onde entra os setores de energia solar, contabilidade e mercados autônomos, entre outros – é o que tem o maior número de franquias.

E, segundo Mauro, nos últimos cinco anos, têm surgido cada vez mais franquias ligadas ao agronegócio. “Inclusive tem sede em Goiás uma franqueadoras desse ramos com mais de 150 unidades em todo o Brasil”, lembrou.

Goiás no topo do Centro-Oeste

No primeiro trimestre de 2023, Goiás era o oitavo Estado brasileiro com maior número de franquias. Segundo a Associação Brasileira de Franchising, 33 franqueadoras têm sua sede por aqui e ajudaram a fomentar um mercado que movimentou R$ 22 bi em 2022.

“O números mostram que é um mercado que está em alta. A expectativa é um crescimento entre 9 e 12% neste ano”, comentou o diretor regional da ABF, se baseando nos dados preliminares. E avanço não deve ser apenas na capital. “O interior também tem cidades com comércio de rua forte e uma variedade de shoppings”, destacou.

Gargalos

Os principais gargalos do setor são a falta de crédito e de mão de obra. E isso não apenas em Goiás, mas no Brasil, segundo o diretor regional da ABF. “A falta de crédito abala um pouco o mercado, mas com a expectativa de queda de juros para esta semana, melhora um pouco a situação”, avaliou Mauro.

Além disso, na visão do representante da ABF, no cenário pós-pandemia e com a troca de governo a economia como um todo merece mais atenção e traz dificuldades. “A dificuldade em se obter crédito para o empresário é uma dor muito latente. E ainda tem os juros altos”, disse.

Outro fator dificultador é a mão de obra, cada vez mais escassa. “E isso mesmo sendo um mercado que costuma acolher trabalhadores com menos qualificação profissional. É, inclusive, o primeiro emprego de muitos”, relatou.

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