Descubra o que pode acontecer com quem faz PIX de centavos

11 abril 2024 às 17h42

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O crescente número de transações via Pix, com valores pequenos como R$ 0,01, geram preocupação entre autoridades financeiras e especialistas do setor. Em 2023, o Banco Central (BC) registrou 35,3 milhões dessas transações, um aumento notável de 43% em relação ao ano anterior.
Embora essas transferências de centavos sejam utilizadas para validar dados, muitas vezes são realizadas com o propósito de trocar mensagens. Isso, segundo provedores, pode impactar a eficiência do sistema. Diante disso, as instituições financeiras decidiram tomar medidas para lidar com esse cenário, o que inclui a possibilidade de reduzir a velocidade de processamento para estes usuários.
Luis Fernando Maluf, consultor da DataRain e especialista em tecnologia bancária, citado pelo site de notícias Terra, destacou que as instituições financeiras têm ferramentas para monitorar transações em tempo real. “Assim, um usuário com um perfil que deteriora o processamento por práticas não adequadas pode ser selecionado para uma velocidade de processamento mais baixa”, esclareceu.
Maluf salienta que a tecnologia desempenha um papel crucial nesse processo, com a computação em nuvem e plataformas de banking-as-a-service que fornece a infraestrutura necessária para o funcionamento do Pix. No entanto, é crucial garantir a escalabilidade e resiliência do ambiente para lidar com o aumento contínuo da demanda por transações instantâneas e evitar interrupções no sistema.
“A elasticidade e escalabilidade oferecidas pela nuvem são fundamentais para lidar com flutuações repentinas na demanda, mas mesmo assim, transferências constantes de valores mínimos podem afetar a velocidade de processamento,” frisou o consultor.
Moedas virtuais
Maluf prevê que a introdução de moedas virtuais, como os Central Bank Digital Currencies (CBDCs), terá um impacto significativo no sistema de pagamentos. A expectativa do especialista é que haja um crescimento exponencial no volume de operações tokenizadas nos próximos anos, com migrações de transações transfronteiriças para CBDCs devido à sua interoperabilidade e automação superiores.
“O volume de operações tokenizadas deve crescer exponencialmente nos próximos cinco anos, com transações transfronteiriças migrando para CBDCs devido à sua interoperabilidade e automação superiores em comparação com os sistemas atuais. Para se ter uma ideia, a expectativa é que o Real Digtal (DREX) alcance 300 milhões de transações por dia – e temos tecnologia para isso”, pontua Muluf.
Para ele, este momento de “desbancarização” oferece inúmeras oportunidades para inovação e expansão dos serviços financeiros instantâneos. A tokenização, smart contracts e CBDCs têm o potencial de criar uma ampla gama de novos serviços financeiros, que permite que as instituições alcancem novos clientes e mercados em uma era cada vez mais digitalizada e ágil.
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