Violência contra a criança: agressões podem levar a problemas psicológicos

18 novembro 2022 às 14h30

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A violência contra a criança e o adolescente não para de crescer no estado e no país. Até agosto de 2022, por exemplo, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Goiânia (DPCA) registrou, em média, 120 denúncias de crimes contra crianças mensalmente.
O mês de agosto, no entanto, foi atípico na especializada, que contabilizou 239 ocorrências, que variam desde abusos sexuais a maus-tratos. Ou seja, um salto de 99,1%, se comparado à média mensal registrada na unidade.
A situação, porém, não é diferente na vizinha Aparecida de Goiânia. No intervalo entre 1º de janeiro e 27 de junho a DPCA da cidade registrou 259 casos de todas as naturezas.
Juntas, as cidades registraram cinco crimes contra crianças e adolescentes por dia nos oito primeiros meses de 2022. No Brasil, em 2021, apenas os crimes de maus-tratos ultrapassaram os 19 mil casos.
Criança espancada
Nesta quinta-feira, 17, uma mulher foi presa em flagrante por policiais militares por espancar a própria filha, de 8 anos, em Trindade. A agressão foi descoberta após a ex-companheira do atual marido de Larisse Alves, de 27 anos, denunciar a mulher.
A ex-madrasta da criança mostrou fotos recebidas pelo celular aos policiais em que mostram a criança com lesões pelo corpo. A equipe foi até o endereço da menina e a encontrou com as costas, braços e rosto feridos. A mãe confessou os maus-tratos.
Segundo a mulher, a agressão foi para corrigir a filha, que teria feito bagunça na casa. Larisse ainda afirmou ser comum usar vara de jabuticaba para ‘educar’ a criança.

Impacto
A psicóloga Cida Alves explica que a violência contra a criança, mesmo que seja para ‘educá-la’, como foi dito pela mãe da menina, em Trindade, pode causar traumas psicológicos e a quebra do vínculo entre pai e filho. Além disso, a criança também pode desenvolver baixa estima e dificuldades no processo de aprendizagem.
A convivência com agressões também pode fazer com que a vítima desenvolva dificuldades para resolver problemas, tendo a violência como a solução. Em casos extremos, o indivíduo pode sofrer com a Síndrome do Pânico e ansiedade.
“É importante a família entender que a criança é um sujeito. Nenhum sujeito pode ser invadido fisicamente e mentalmente de forma agressiva. Um método a ser adotado é o diálogo e o entendimento. É importante entender o motivo da criança fazer a ação e explicar o porquê não deve ser feito e como reparar o erro. É conduzir a criança”, concluiu.