Laboratório Cosmobeauty pode responder por lesão corporal grave e crime contra a saúde pública
Pedro Moura
29 junho 2023 às 10h29
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O Laboratório Cosmobeauty, responsável por comercializar o produto “Harmony”, pode responder por lesão corporal grave e crime contra a saúde pública. Após a aplicação do produto Harmony em clínicas de estética, em Goiânia, ao menos duas pacientes foram parar no hospital. Os desdobramentos vão depender do resultado da perícia, que irá comprovar se os danos colaterais foram provocados pelo produto ou pelos profissionais, de acordo com a delegada Emília Podestá.
A investigadora explicou que os responsáveis pelo procedimento, assim como pelo laboratório, que comercializou o produto mesmo sendo proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2022, já foram ouvidos. Nos depoimentos, os investigados negaram a culpa pelos efeitos colaterais das vítimas.
“As profissionais falam que atenderam todas as técnicas e fizeram tudo da forma como foram habilitadas. O laboratório informou que não há problema com o produto, mas sim a técnica das profissionais. Se for comprovado que a culpa é do produto, o laboratório irá responder pelos crimes”, contou.
Em nota, a empresa Cosmobeaut informou que está colaborando com as investigações e que o produto foi aplicado de forma irregular. Disse ainda que irá recolher o lote do produto para análise.
Sem alvará
Uma das clínicas responsáveis pelo procedimento realizado em Betânia Lima Guarda, de 29 anos, que precisou ser internada na UTI, não possui alvará de funcionamento, de acordo com a delegada. Localizada no Setor Urias Magalhães, o local também não possui licença da prefeitura.
“Estamos apurando se há mais vítimas. Até o momento, duas foram identificadas em clínicas distintas”, contou Emília.
Fiscalização
Ao Jornal Opção, o gerente de fiscalização da Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor de Goiás (Procon), Antonisío Teixeira, afirmou que o órgão deve comparecer à clínica onde Betânia fez o procedimento no bumbum para averiguá-la.
Em nota, o local afirmou que foi apresentado voluntariamente à Delegada do 2°DP de Goiânia uma amostra do produto utilizado pela esteticista e que está aguardando o resultado da perícia criminalística para se manifestar.
