Goiás registra 4,6 mil acidentes com animais peçonhentos em 2023

13 setembro 2023 às 09h36

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Goiás registrou 4.605 acidentes com animais peçonhentos entre janeiro e agosto de 2023. Por dia, o número de pessoas picadas, ferroadas ou mordidas chegou a 21, totalizando 657 vítimas por mês. Os escorpiões lideram a lista com 2.573 ocorrências, à frente das serpentes (802), lagartas (450), aranhas (414) e abelhas (284). Em 2022, durante todo o ano, foram contabilizados 9.597 casos.
A médica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Clarissa Duarte, explica que o número de acidentes com animais peçonhentos tende a aumentar ainda mais no verão, devido ao calor e à umidade. Nesta época, serpentes, escorpiões, abelhas e lagartas costumam ficar mais ativos por conta da reprodução.
“Os casos com escorpião lideram a lista devido ao número destes animais serem maiores e ao fato deles serem extremamente adaptados às regiões povoadas. Em relação às serpentes, a quantidade de acidentes costuma aumentar entre setembro e março. Nesta época houve um aumento da atividade humana no campo e a falta de equipamentos de proteção”, afirmou.
Migração
A alta quantidade de ocorrências, conforme Clarissa, também está ligada à perda de habitat dos animais. Ela afirma que devido ao desmatamento para construção de imóveis, as queimadas e as enchentes, os bichos costumam migrar para áreas habitadas em busca de alimento e abrigo.
A médica explica que os escorpiões, por exemplo, são atraídos por lugares escuros, úmidos e de pouco movimento das partes externas e internas dos imóveis. A especialista aconselha a evitar o acúmulo de folhas, lixo e entulho, além de combater outros insetos como a batata, principal alimento dos escorpiões.
“É importante vedar soleiras de portas, reparar nos rodapés soltos e telar a abertura de ralos, pias e de espaços de ventilação. Outro medida que ajuda a evitar acidentes é sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, além de afastar camas e berços das paredes”, disse.
Lavar ferida
Clarissa diz que, caso a pessoa sofra algum acidente, é necessário lavar o ferimento e procurar ajuda médica de imediato. Se a vítima se sentir segura, ela pode levar uma foto ou até mesmo o animal para o hospital para ajudar no diagnóstico e, consequentemente, no tratamento.
Amarrar ou fazer um torniquete no ferimento pode vir a prejudicar o tratamento, assim como a aplicação de substâncias no membro afetado sem o acompanhamento médico, como álcool. Curativos também podem favorecer infecções no local ferido pelo animal.
“Caso uma pessoa encontre algum animal peçonhento, ela pode entrar em contato com o Centro de Zoonoses do município para que o animal seja resgatado e solto”, concluiu.