Desmoronamento em Goiânia: moradores dizem que não vão voltar ao prédio e que caso será levado à PC
16 janeiro 2024 às 09h52
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Os moradores do Edifício Catas Altas, um dos prédios evacuados após o desmoronamento de uma obra no Setor Marista, em Goiânia, não aceitaram o acordo proposto pela Opus Incorporadora, responsável pela construção. A empresa convidou os moradores a retornarem às residências, afirmando que irá entregar o primeiro laudo do acidente nesta terça-feira, 16.
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A empresa disse que o prédio não apresenta perigo aos condôminos, mesmo com rachaduras provocadas pelo desabamento. A afirmação não convenceu os moradores, que pretendem contratar uma empresa privada de engenharia para realizar o próprio laudo, segundo a síndica Jaqueline Camargo.
Jaqueline disse que os moradores também pretendem se reunir na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) nesta terça-feira, 16, para abrir um inquérito policial contra a empresa. Eles continuam hospedados no hotel cedido pela Opus, onde devem permanecer por tempo indeterminado.
“Não tem nada da Defesa Civil. O Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás) mandou investigar. Eles não sabem nem a causa do desabamento, não tem o relatório pronto e, simplesmente, manda a gente voltar para as residências sem nenhum parecer técnico. Eles voltaram a trabalhar normalmente, sendo que haviam falado que não iriam retomar a obra enquanto não fosse identificado o motivo do acidente”, afirmou Jaqueline.
Laudo
O primeiro laudo envolvendo o desmoronamento da obra deve ser entregue à Defesa Civil, ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea) e aos moradores dos dois prédios evacuados nesta terça-feira, 16. O trabalho pericial é realizado pela Opus Incorporadora.
A incorporadora adiantou que o laudo da primeira conclusão atestou não haver riscos para o Edifício Catas Altas, convidando os moradores a retornarem às residências. O prédio foi o segundo a ser evacuado pelo Corpo de Bombeiros.
Já o laudo do Edifício Villa Lobos, devido a maior proximidade com o ponto do acidente, deve ser liberado em 72 horas, uma vez que ainda estão sendo feitas as medições. Os moradores se encontram hospedados em um hotel, cujo as diárias foram pagas pela incorporadora.
Em nota, a empresa afirmou que a investigação das possíveis causas iniciaram nesta segunda, 15, data em que surgiu a cratera. A prioridade dos especialistas goianos e paulistas, de acordo com a Opus, foi avaliar os efeitos do evento nas edificações vizinhas, que sofreram rachaduras decorrentes do desabamento.
Possíveis causas
A incorporadora informa que ainda não se sabe o motivo do desabamento. A Opus disse ainda que no dia do incidente, a obra recebeu fiscalização da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), CREA, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.
Os peritos estão avaliando se fatores externos podem ter contribuído para o incidente, já que no ponto do rompimento do asfalto foi encontrado uma tubulação com grande vazamento de água, e o solo saturado aumenta consideravelmente a carga sobre a contenção.
A Saneago, por nota, negou que o acidente tenha sido provocado pela estrutura da companhia, afirmando que também sofreu prejuízos por ter a tubulação destruída.