Advogados são presos por falsificar mais de R$ 31 milhões em alvarás do TJGO
18 novembro 2022 às 17h52
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Um grupo de quatro advogados virou alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Civil (PC) nesta sexta-feira, 18, após aplicar 21 estelionatos por meio da falsificação de alvarás do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ). O prejuízo causado pelos criminosos aos cofres públicos chega a R$ 31,8 milhões.
Para ter acesso aos documentos, eles usavam o próprio sistema do TJ. Ao todo, a corporação cumpriu 27 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão preventiva.
Os advogados são investigados por quatro crimes: estelionato majorado, organização criminosa, lavagem de capitais e violação de sigilo funcional. As medidas foram cumpridas em seis cidades goianas, sendo que quatro endereços pertencem aos criminosos.
“Eles compõem uma organização voltada à prática de estelionatos. A especialidade deles são fraudes em processos judiciais. A vítima é a própria administração pública. Foram 14 fraudes consumadas e outras sete tentadas”, explicou o delegado William Bretz.
Esquema
Segundo o delegado, os advogados cediam acesso ao sistema do TJ e assinavam os documentos como se fossem juízes. Com os alvarás fraudulentos em mãos, outros integrantes do grupo levantavam os respectivos valores que se encontravam depositados nas contas judiciais.
A investigação foi realizada após a troca de informações entre a Divisão de Inteligência Institucional do TJ e a PC. As investigações policiais continuarão no intuito de identificar outros possíveis envolvidos nas práticas delituosas.
OAB é notificada
Em nota, a Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB) disse que foi notificada e designou representantes para acompanhar todos os procedimentos relacionados às prisões e às buscas e apreensões.
A OAB-GO também informou que acompanhará a condução das investigações, garantindo aos advogados a observância e o respeito às prerrogativas legais da advocacia.
“A instituição pedirá ainda acesso ao inquérito para que, ao final deste, se identificadas condutas impróprias, o Tribunal de Ética e Disciplina possa atuar”, diz trecho da nota.