Segunda maior votação para a Câmara, Gayer faz retratação por fake news contra Leandro Demori

Gustavo Gayer, o segundo Deputado Federal mais votado em Goiás, foi obrigado pela justiça a admitir publicamente em vídeo que disseminou fake news contra Leandro Demori, então jornalista do The Intercept. A retratação se refere a três vídeos publicados em julho de 2019, em que Gayer divulgava prints forjados do perfil de Twitter “Pavão Misterioso” sobre uma suposta conversa dos jornalistas do The Intercept com o hacker que teria invadido os celulares de membros da força tarefa da Operação Lava Jato. Gayer admitiu que não verificou a veracidade dessas informações, que eram falsas.

Leandro Demori compartilhou o vídeo em suas redes sociais e comentou: “A Justiça tarda mas aparece. Por um lado, essa retratação é necessária. Por outro, esse cara virou deputado em Goiás e segue empregado pela Gazeta do Povo.” Atualmente, o jornalista Leandro Demori, ex-editor-executivo do The Intercept Brasil, está fora do Brasil por causa da violência política. Em seu Twitter, Demori diz que a decisão foi tomada em conjunto com a família e espera voltar em breve. Em janeiro deste ano, Demori, sua esposa e o filho recém nascido foram ameaçados na rua por um apoiador de Jair Bolsonaro. 

Veja a transcrição do pedido de desculpas de Gustavo Gayer:

“Eu, Gustavo Gayer, venho por meio deste vídeo dizer que divulguei em meu canal do You Tube informções inverídicas sobre o jornalista Leandro Demori. Estou gravando esta retratação por determinação judicial. As informações contidas em três vídeos que publiquei nos dias 06, 07 e 08 de julho de 2019, respectivamente, eram baseadas em um perfil anônimo de Twitter que publicou prints falsificados de conversas do jornalista. Eu não chequei a veracidade dos prints, que eram falsos, e não entrem em contato com o jornalista antes de publicar em meu canal, como preza a cartilha da boa informação. 

Portanto, as informações que divulguei baseadas na conta de Twitter “Pavão Misterioso”, nas quais menciono o nome de Leandro Demori, imputando a ele crimes, não são verdadeiras. As postagens do mencionado perfil traziam prints forjados de conversas que nunca existiram entre membros do “The Intercept” e hackers que teriam invadido os celulares de membros da força tarefa da “Operação Lava Jato”. Faço aqui minha retratação.”