George Gardner e a Vila de São José do Duro, atual Dianópolis
19 agosto 2022 às 19h12
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George Gardner foi um médico e botânico britânico. (Glasgow, 10 de maio de 1812 — Neura Ellia, Sri Lanka, 10 de março de 1849). Esteve no Brasil de 1836 a 1841, colecionando cerca de 60.000 plantas para museus da Inglaterra, tendo passado dois anos no Rio de Janeiro e arredores, viajando depois para a Bahia e Pernambuco, onde começou uma viagem pelos sertões do Ceará, Piauí, Goiás e Minas Gerais, regiões na época pouco conhecidas pelos viajantes europeus.
Quando passou pela Província de Goiás, em 1840, a caminho de Natividade, George Gardner, botânico inglês que esteve no Brasil estudando a flora nativa, andou pela Aldeia do Duro (hoje Dianópolis-TO, antigo norte goiano) que ainda mantinha alguns índios descendentes dos primeiros habitantes da primitiva aldeia jesuítica, fundada em 1751.
Assim a aldeia foi descrita: “[…] tem cerca de vinte casas, todas do mais mísero tipo. A maior parte é feita com armação de estacas cobertas de palmas e muitas se acham de tal maneira avariadas pelos efeitos unidos de anos e intempéries, que já nem sequer servem de abrigo contra o vento; outras, construídas de varas barreadas (pau-a-pique), estão ainda em piores condições. São dispostas de modo a formar um quadrado irregular, mas dois lados ainda permanecem quase abertos; do lado oeste há uma pequena igreja quase em ruínas […]. O total da população, no tempo de minha visita, montava a umas duzentas e cinquenta almas. Conquanto a maior parte dos habitantes seja de puro sangue índio, há alguns mestiços de pretos, geralmente escravos fugidos, que de tempos em tempos ali se vieram estabelecer entre os primeiros […] A parte principal do alimento desta gente é de natureza vegetal: frutas silvestres que buscam nas matas. O pouco de sua alimentação animal é obtida pela caça, ocupação em que os moços se comprazem muito mais que no trabalho das plantações”.
Em 1820 Nathaniel Wallich (1786-1854) nomeou o gênero Gardneria da família das Loganiaceaes em sua homenagem. Quando da sua morte, em 1849, Gardner era diretor do Jardim Botânico de Neura Ellia, no Sri Lanka.